Muito desafiante e gratificante.” Assim define o brasileiro Ado Jório de Vasconcelos sobre os primeiros meses como diretor-geral adjunto do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL, sigla em inglês), localizado em Braga. Em entrevista ao DN Brasil, o físico destaca que, além do desafio e da gratificação em estar no cargo, a experiência é também de “um aprendizado muito grande”. Antes de integrar a direção da instituição, Ado trabalhou em instituições como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, popularmente conhecido como Inmetro. “Eu apliquei para a vaga do INL e fui selecionado”, conta. O cargo tem um período de quatro anos. “É um orgulho estar em uma entidade tão importante e que também une dois países, Espanha e Portugal”, resume.Já o INL é uma instituição de pesquisa internacional, criada por um acordo entre os governos de Portugal e Espanha, com foco na nanotecnologia. As três grandes áreas de pesquisa são tecnologias da informação e comunicação (TIC), saúde e meio ambiente. Em uma linguagem não-técnica, o diretor-adjunto explica que o objetivo do trabalho na instituição é “gerar frutos para a sociedade”. Segundo Ado, a entidade está avançando. “O INL é uma instituição relativamente jovem. Quando falamos em instituições de pesquisa, algumas são centenárias. Nós temos na ordem de 14 anos, ainda no período de avanço em direção a uma excelência, tanto em pesquisa quanto em inovação”, analisa.Das mais de 500 pessoas da equipe, pelo menos 40 são brasileiros e brasileiras. E Ado não é o único em cargo de destaque. O chefe financeiro da instituição é o brasileiro Gustavo de Moraes S. Rocha e o líder de um dos grupos científicos também vem do outro lado do oceano. No total, trabalham pesquisadores e pesquisadoras de mais de 30 nacionalidades no local. “Há uma métrica muito relevante em produção científica. Fora a Espanha e Portugal, que são estados-membros, o Brasil é o terceiro país com o maior número de publicações conjuntas com o INL, na frente, inclusive, dos outros países europeus”, conta.De acordo com o diretor-geral adjunto, ao começar o trabalho, percebeu que a maneira de pesquisar de brasileiros e portugueses “é bem parecida”. Na visão dele, o que o Brasil tem de especial é a diplomacia. “Eu acredito que o brasileiro tem de especial é diplomacia, isso eu acho que é importante, ainda mais falando de uma instituição internacional”, pontua.Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!Um passo neste sentido foi dado recentemente com a assinatura de um memorando de entendimento com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das maiores instituições de Saúde da América Latina. “A Fiocruz já é uma das maiores instituições de Saúde do mundo. Ela é uma instituição ligada ao Sistema Único de Saúde no Brasil, um dos maiores sistemas de Saúde do mundo, com uma rede que vai desde rede de pesquisa, até hospitais, e desenvolve ensaios clínicos, etc. Esse acordo, essa cooperação entre o INL na parte de nanotecnologia, com foco na sua pesquisa em Saúde e a Fiocruz, tem grande potencial para gerar muito avanço em tecnologia para a melhoria da área de Saúde do planeta”, analisa o diretor-adjunto.Ado espera que esta seja uma de várias parcerias com o Brasil. O passo inicial foi dado através de um convite da Embaixada do Brasil em Lisboa, que fez a ponte para o acordo. “Eu sempre disse que a audiência tem que ter consequência. Ela não fica só num copo d’água e num cafezinho, ela tem que ter uma consequência, como essa aqui. Nós tomamos conhecimento do laboratório, nós convidamos ele lá na embaixada e conversamos. E nasceu essa ideia, que hoje estamos dando o primeiro passo concreto, assinando esse memorando de entendimento para esse futuro acordo”, destacou no momento da assinatura o embaixador Raimundo Carreiro Silva. Em um contexto mais amplo, o acordo faz parte de um dos pontos abordados na 4.ª Cimeira Brasil-Portugal, que ocorreu em Brasília no mês de fevereiro e, antes disso, da cimeira anterior, realizada em Lisboa.amanda.lima@dn.pt.O DN Brasil é uma seção semanal e um site do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.."Vamos ter um olhar especial aos brasileiros em Portugal", diz presidente da Fiocruz.Brasileiro cria "Linkedin dos agentes imobiliários" em Portugal