Evento na residência oficial do embaixador do Brasil marcou assinatura de um memorando de entendimento com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL).
Evento na residência oficial do embaixador do Brasil marcou assinatura de um memorando de entendimento com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL).Foto: Amanda Lima

"Vamos ter um olhar especial aos brasileiros em Portugal", diz presidente da Fiocruz

Mário Moreira, em entrevista exclusiva ao DN Brasil, conta os planos da fundação em Portugal, que agora terá um escritório oficial em Lisboa.
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"A gente vai ter um olhar especial para os brasileiros que moram aqui em Portugal". A declaração é do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mário Moreira, sobre as atividades da entidade em Portugal. Em entrevista exclusiva ao DN Brasil na residência oficial do embaixador do Brasil em Lisboa, Moreira contou sobre os planos da Fiocruz para Portugal.

A fundação, referência internacional em saúde pública, terá um escritório em Lisboa, no prédio onde já estão instaladas várias repartições do Governo brasileiro. "A Fiocruz como uma instituição do campo da saúde e a nossa perspectiva de saúde não é só ausência de doença. É direito a moradia, é direito a lazer, é direito a cultura, a educação, a segurança, as cidades, isso inclui os brasileiros que moram aqui", argumentou Moreira.

O presidente da entidade conhece a realidade a local, por ter familiares próximos que vivem na cidade. "Temos que ter projetos sociais para os brasileiros que moram aqui", destacou. Para ele, será uma prioridade. "Eu estou engajado. Isso é uma preocupação minha. Onde a gente estiver, a gente tem que atender também ao nosso povo", argumentou Mário.

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A consolidação da Fiocruz no país é resultado da cimeira entre Brasil e Portugal, realizada em Lisboa há dois anos. Segundo o presidente, a entidade quer trazer várias das expertises brasileiras no campo da saúde para cá. "Queremos ter um papel também de parceria e de entrada em Portugal com o nosso braço industrial. Estamos construindo muito trabalho desde então, assinamos vários acordos, estamos aperfeiçoando nossas relações com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical e com o Instituto Ricardo Jorge, que são nossos parceiros naturais no campo da ciência", conta. Outra parceria já definida é com a Universidade Nova de Lisboa, com a qual a fundação apoiará a construção de um centro de saúde global em Cascais.

Também será dada continuidade no trabalho de diplomacia da saúde, em especial com projetos para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). "Temos assim um compromisso político e ético de ajudar os países de língua portuguesa a desenvolver o seu sistema de saúde, adquirir competência tecnológica e tudo mais", relata.

O escritório ainda terá a missão de fazer a "prospecção e desenvolvimento de parcerias tecnológicas e industriais com Portugal e com a Europa". De acordo com o presidente, um dos objetivos é consolidar a indústria farmacêutica brasileira no mundo. "Nós temos uma indústria vibrante que se desenvolveu muito nos últimos 10 anos com as políticas públicas do governo brasileiro e que tem condições de competir em escala mundial", analisa.

Por outro lado, a Fiocruz também quer desenvolver mais sistemas de ciência, tecnologia e inovação. "Nós estamos tentando montar uma malha, uma capilaridade de cooperação com esses institutos para que a gente esteja onde as tecnologias são desenvolvidas, principalmente. A Fiocruz tem capacidade para isso, tem tradição, mas precisa de parceiros, nada se faz sozinho e o continente europeu é prioridade para a gente", detalha. Moreira citou institutos como o Robert Koch, da Alemanha, o Carlos III da Espanha e o francês Pasteur.

Nesta visita em Lisboa, Moreira assinou um memorando de entendimento com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL, sigla em inglês), localizado em Braga. "O INL é referência mundial no campo da nanotecnologia e nós somos referência mundial no campo da saúde. A junção desses dois centros de excelência, dão sentido não só a essa plataforma tecnológica, mas a sua aplicação para o desenvolvimento humano, melhorando das condições de vida e acesso da população a produtos mais sofisticados", explica.

No ato de assinatura do memorando, o embaixador do Brasil em Lisboa, Raimundo Carreiro, celebrou a iniciativa. "Eu sempre disse que a audiência tem que ter consequência. Ela não fica só num copo d'água e num cafezinho, ela tem que ter uma consequência, como essa aqui. Nós tomamos conhecimento do laboratório, nós convidamos ele lá na embaixada e conversamos. E nasceu essa ideia, que hoje estamos dando o primeiro passo concreto, assinando esse memorando de entendimento para esse futuro acordo", destacou Carreiro. O INL está sob comando do físico brasileiro Sotomayor Torres.

amanda.lima@dn.pt

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