Sindicato confirma greve nos consulados portugueses no Brasil neste mês
Os funcionários dos consulados portugueses localizados no Brasil vão estar em greve durante 16 dias deste mês, começando na segunda-feira, dia 3 de março. O Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE) confirmou, em comunicado na noite de ontem (28), que a greve vai avançar.
De acordo com a entidade sindical, "não houve lugar a nenhum compromisso, decisão escrita ou avanços significativos na negociação para a resolução do flagelo a que estão votados os trabalhadores no Brasil". Os trabalhadores reivindicam receber os salários em euros, não em reais.
A greve vai totalizar 16 dias de paralisações: 3 a 6, de 10 a 13, de 17 a 20 e de 24 a 27 de março de 2025. Basicamente, o trabalho será realizado somente nas sextas-feiras. O sindicato espera "uma adesão muito significativa em toda a rede consular que, em muitos postos, será total".
Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!
Desde que o ato foi anunciado, o STCDE afirma que foi realizada uma reunião com o Governo "para abordar este e outros temas negociais", mas, sem um acordo, "e enquanto a inércia e a falta de compromissos claros e satisfatórios subsistir, a greve convocada também se mantém".
A situação preocupa os requerentes de visto no Brasil. Os últimos meses foram marcados por um aumento no número de pedidos de visto e também atrasos na análise dos documentos, o que levou brasileiros a realizarem diversos protestos em frente aos consulados de várias cidades, como São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. Houve também uma onda de indeferimentos após os protestos.
Em alguns casos o tempo de análise passa dos 200 dias, enquanto o prazo legal é de 60 dias. O Governo reafirma que a única maneira de vir para Portugal é com visto e, ao mesmo tempo, reconhece que existem problemas com a rede consular. É esperado que 50 novos funcionários comecem a trabalhar neste mês, medida anunciada em junho do ano passado, no Plano de Ação para as Migrações.
O DN Brasil tentou buscar respostas com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) sobre a greve, mas não teve retorno.
amanda.lima@dn.pt