Um casal de brasileiros está desesperado sem saber para onde os filhos foram levados pelas autoridades portuguesas. No último dia 20, em Viseu, Carol Archangelo e Carlos Orleas foram avisados, em casa, de que as crianças, de seis e 11 anos, não voltariam da escola, tendo sido institucionalizadas.Desde então, os imigrantes usam as redes sociais para divulgar o caso e pedir apoio, sem saber mais o que fazer. A situação, divulgada inicialmente pelo blog Portugal Giro, do jornal O Globo, já ganhou repercussão entre figuras públicas, como a atriz Luana Piovani, que saiu em defesa do casal e sugeriu a realização de um protesto em Viseu para chamar a atenção das autoridades..De acordo com Carol e Carlos, tatuadores e naturais do Rio de Janeiro, a escola permitiu a saída das crianças sem autorização dos pais. "Bateram na minha porta três GNRs [policiais] às 11:30 alertando que meus filhos tinham sido levados pela Segurança Social, sem nenhum tipo de papel, e a escola liberou sem nenhum tipo de comunicação", conta a mãe, que detalhou o caso no Instagram. Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!Carlos explica que tudo começou na escola, em 2023, quando o menino teve avaliação de "imaturo" pelos professores. Segundo o brasileiro, foi dito em reunião com os pais que a criança "não sabe falar, não sabe escrever, está sempre com cara de sono”. A escola teria acionado a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e, segundo o imigrante, foram "vítimas de preconceitos, xenofobia e ameaçados".Após ler o relatório que tiveram acesso no tribunal, Carol escreveu que o documento da escola foi elaborado por "duas pessoas que demonstraram sempre que não gostavam da gente, por um julgamento pelo nosso estereótipo e profissão". "Não tivemos chance de defesa! Não fomos alertados como determina a lei sobre as consequências das atitudes que eles julgam erróneas!", complementa o pai. Segundo Carol, ao buscarem informações, foram avisados de que os filhos iriam para uma família de acolhimento. A brasileira destaca que dois dias antes haviam participado de uma reunião e não houve nenhum aviso ou alerta de que as crianças corriam o risco de serem retiradas da família.O casal afirma que quer "informar e conscientizar todos os pais, brasileiros, imigrantes ou portugueses", para que não passem pela mesma situação. O DN Brasil procurou a CPCJ, que apenas informou ter remetido o caso ao Ministério Público (MP). O jornal também procurou posicionamento da escola, mas não teve resposta até o fechamento deste texto.*Atualização 19:20Em publicação nas redes sociais, Carol e Carlos informaram que tiveram um encontro de 45 minutos com as crianças hoje no fim da tarde.. amanda.lima@dn.pt.O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil..Filho não foi entregue pelo pai estrangeiro nas férias? Saiba como acionar a Convenção de Haia.Existe Conselho Tutelar em Portugal? Conheça órgão que garante a proteção dos menores