"A diversidade regional, a atratividade para nômades digitais, e o crescimento sustentado do setor posicionam o nosso país como um laboratório ideal para a integração equilibrada entre tecnologia e imobiliário".
"A diversidade regional, a atratividade para nômades digitais, e o crescimento sustentado do setor posicionam o nosso país como um laboratório ideal para a integração equilibrada entre tecnologia e imobiliário".Foto: Unsplash

Opinião. A inteligência artificial está definindo o mercado imobiliário em Portugal?

"Trabalhar com tecnologia de ponta, sim. Mas nunca esquecer que cada transação é, no fundo, uma história de vida".
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Texto: Ayres Neto*

Portugal vive um momento ímpar no panorama internacional. Somos, cada vez mais, um destino não apenas turístico, mas de vida — procurado por famílias, investidores e reformados de várias partes do mundo. O mercado imobiliário acompanha esta transformação com dinamismo, mas também com uma crescente exigência de sofisticação. É neste contexto que a inteligência artificial (IA) surge como uma força inevitável e transformadora.

Na The Agency Portugal, acompanhamos de perto esta evolução. A tecnologia, quando bem integrada, não substitui o fator humano — eleva-o. E a IA tem-se revelado precisamente isso: uma ferramenta que permite aos consultores oferecer um serviço mais preciso, mais eficiente e, acima de tudo, mais personalizado.

Hoje, conseguimos antecipar padrões de procura, identificar zonas com potencial de valorização, e até adaptar a apresentação dos imóveis com base em dados reais sobre o perfil de cada cliente. Isto não significa que a escolha de uma casa se tornou um processo automatizado. Muito pelo contrário. Significa que temos mais tempo e mais informação para nos focarmos naquilo que realmente importa: a experiência humana de comprar ou vender um lar.

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Ao nível da estratégia, a IA permite-nos acompanhar os movimentos do mercado quase em tempo real. Construtores estrangeiros e investidores institucionais, com quem trabalhamos regularmente, beneficiam diretamente dessa capacidade. As decisões sobre onde construir, que produto desenvolver, a que preço posicionar, já não se baseiam apenas na intuição — são fundamentadas por análise avançada, cruzamento de variáveis e leitura de tendências que só a tecnologia permite.

Mas esta revolução não se limita aos grandes investidores. Também o cliente individual, nacional ou internacional, já começa a sentir os benefícios. Plataformas inteligentes ajudam a afinar a pesquisa de imóveis, a prever o custo total de uma aquisição, a comparar soluções de financiamento ou mesmo a desenhar uma estratégia fiscal mais eficaz. A IA democratiza o acesso à informação e melhora a experiência de quem compra, vende ou investe.

Na nossa operação em Portugal, temos procurado aliar esta inovação àquilo que é, para nós, intocável: a relação de confiança com o cliente. O imobiliário de luxo continua a ser, acima de tudo, um setor relacional. E essa relação exige escuta, empatia e discrição. A IA ajuda-nos a sermos mais rápidos, mais assertivos, mas não substitui — nem deve substituir — a intuição de quem conhece o mercado e a sensibilidade de quem sabe ler as verdadeiras motivações de um comprador.

Olhando para o futuro, acredito que Portugal tem uma vantagem competitiva clara. A diversidade regional, a atratividade para nômades digitais, e o crescimento sustentado do setor posicionam o nosso país como um laboratório ideal para a integração equilibrada entre tecnologia e imobiliário. A IA vai continuar a crescer, a influenciar decisões e a transformar modelos de negócio. Mas aquilo que tornará Portugal único será sempre a forma como conjugamos inovação com autenticidade.

É isso que procuramos fazer todos os dias. Trabalhar com tecnologia de ponta, sim. Mas nunca esquecer que cada transação é, no fundo, uma história de vida. E que o verdadeiro luxo está em ouvir, compreender e entregar valor — com inteligência, e com alma.

*Ayres Neto é managing partner da The Agency Portugal

O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.
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