O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil
Chegou a quinta-feira, dia da agenda cultural do DN Brasil. Para a programação dos próximos dias, destacamos a inauguração de nova exposição na Brisa Galeria, Dia Mundial da Poesia no CCB e shows e festas brasileiras na Fábrica Braço de Prata. A dica gastronômica é um restaurante que serve um ramen para lavar a alma na região mais multicultural de Lisboa, o Martim Moniz.
A O que há de bom está no ar!
Inauguração na Brisa Galeria
Como já comentei aqui na coluna, a quinta enquanto nova sexta é uma realidade para a maioria dos galeristas. É neste dia da semana que tem lugar a grande maioria das vernissages - inaugurações - como é o caso desta quinta (20), quando a Brisa Galeria, criada e gerida pelo casal de cariocas Bebel Moraes e Daniel Mattar, abre as portas para mais uma nova exibição. Fotógrafo e artista plástico, o próprio Mattar assina, ao lado do artista visual belga Lode Laperre, a exposição (COL)ORATOR, com curadoria de Rui Guerreiro.
O cocktail de inauguração nesta quinta ocorre entre às 18h e às 21h. Nos próximos meses, a exposição fica em cartaz de terça a sábado na galeria dos cariocas.
Onde? Na Brisa Galeria (R. Vítor Cordon 44. Lisboa)
Quando? Quinta-feira (20), às 18h
Preço: entrada gratuita
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Dia Mundial da Poesia no CCB
O Dia Mundial da Poesia será celebrado com uma extensa e diversa programação no Centro Cultural de Belém (CCB), neste sábado. Com curadoria de Maria do Rosário Pedreira e Filipa Leal, a fundação recebe eventos durante todo o dia, com a presença de poetas contemporâneos, leituras de poemas, instalação em vídeo e atelier de ilustração. O dia promete terminar com uma viagem por 100 anos da moderna poesia portuguesa, com um recital concebido por João Gesta, reconhecido programador de espetáculos de poesia. A programação completa está disponível aqui.
Onde? No CCB (Praça do Império, 21. Belém, Lisboa)
Quando? Sábado (22), das 11h30 às 20h
Preço: entrada gratuita
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Programação brasileira na Fábrica Braço de Prata
A Fábrica Braço de Prata, como de costume, terá uma programação recheada de eventos que celebram a cultura brasileira. O primeiro será já nesta sexta-feira (21), com a apresentação do EP Eclipse, de autoria da a flautista e compositora brasileira Angela Coltri. Este será um show inédito de pré-lançamento do seu primeiro trabalho autoral, tendo o choro e o samba como ponto de partida, e a incorporação de ritmos como o som cubano, o bolero, o funk, o merengue dominicano e as harmonias do jazz e da bossa nova. A apresentação está marcada para às 22h.
Já na madrugada de sexta para sábado a Típica Roda de Choro apresenta a Roda Gigante, com o propósito de tirar o choro do botequim e levar para um espaço grande sem perder a essência do gênero. A roda terá uma participação especial da própria Angela Coltri, que se apresenta na roda após seu show das 22h.
No sábado, é a vez do Bloco Secretinho e Patúsambá fazerem a festa na Fábrica com a Ressaca de Carnaval. Idealizado por Diogo Presuntinho e Camila Rondon, o bloco e a primeira oficina de roda de samba da Europa prometem muita alegria, energia, ancestralidade e amor na festa que está marcada para às 16h. Vale lembrar que o DN Brasil já contou a história de Presuntinho e do Patú Samba aqui no nosso site.
Onde? Na Fábrica Braço de Prata (R. Fábrica de Material de Guerra 1. Lisboa)
Quando? Sexta (21) e sábado (22)
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Extra: a dica gastronômica da semana
Hakuri
Os dias frios e de chuva neste inverno tardio em Lisboa mexeram comigo. Nos meus sete anos morando na capital portuguesa acho que nunca tinha visto tantas semanas de céu fechado, frio, botas molhadas e roupas sem secar. A chuva dificulta a vida boêmia, de circular pelas vielas da cidade, rodar de bar em bar, ou até mesmo tomar um digestivo ao sol de uma esplanada. Há, todavia, porém, uma vantagem grande do tempo ruim: é a melhor época para comer um bom ramen.
A tradicional sopa com noodle japonês ou chinês - não se sabe ao certo a origem do ramen ou lamen, como é chamado respectivamente em cada um dos países - pode mudar seu dia. Já uma vez falei aqui na coluna sobre o restaurante chinês Dawanmian, um dos mais democráticos da cidade e que serve a sopa com melhor custo benefício de Lisboa, um ramen gigante por €7, mas a descoberta do último final de semana fez a régua subir.
No domingo - chuvoso, para variar - fui visitar o mais recente restaurante de Rajesh Jwarchan, nepalês com formação em Tóquio e que se popularizou em Lisboa como o “Rei do Ramen” no restaurante Honda, na Estefânia. No ano passado, ele recebeu inaugurar, naquela que é conhecida como a região mais multicultural de Lisboa e que abrange mais de 80 nacionalidades, uma nova casa que dialoga bem com essa mistura de culturas: o seu Hachiko Ramen.
A primeira vantagem do Hachiko - que pelo sucesso imediato e popularidade do chef, já abriu outras duas unidades da cidade - está no horário de funcionamento. A casa fica aberta desde às 11h da manhã até às 22h, servindo comida durante todo o dia, uma vantagem para quem ainda não almoçou às 16h30 de um domingo, meu caso.
Esse molde de funcionamento é feito raro em Lisboa, onde a esmagadora maioria das cozinhas de restaurantes funcionam das 12h - 15h e das 18h - 22h. Isso desconsiderando o fato de que, aos domingos, a maioria destes estabelecimentos se encontra fechado.
Horas a parte, o que realmente interessa no Hachiko da Rua de São Lázaro, ali perto das carpintarias, é a comida e porque não, o ambiente. O caldo umamesco da casa, que fica mais de 9 horas apurando num mergulho de ossos de diferentes carnes e muito colágeno, casa de maneira perfeita com os noodles caseiros, o chachu (barriga de porco) que desfia, o ovo com gema mole marinado no shoyu e demais vegetais e especiarias do prato.
As colheradas ou hashizadas daquela comida, já mágica e transformadora por si só, se torna ainda mais especial na pequena e acolhedora unidade do Hachiko do Martim Moniz, que configura um ambiente tradicionalmente oriental, com a música de ambiente calma e a reconhecida hospitalidade: é um rito de paz, um momento terapêutico para terminar ou iniciar a semana.
Nos valores, o restaurante é só um pouco mais caro que outros mais castiços da região. O shoyu ramen que pedi saiu por €8,99, um valor justo, sendo que ainda existem outras 17 variações da sopa, umas mais baratas (vegetarianas), outras mais caras. Nas entradas, o shogayaki (porco com gengibre) segue o nível da sopa e sai por €5,99. Frango frito também por €5,99 e tahoyaki (bolinhas de polvo), por €4,99 são algumas das outras opções.
Ainda não me decidi sobre qual o meu ramen favorito de Lisboa, mas o Hachiko com certeza, por me tirar um sorriso num dia triste, vai lá para cima na disputa. Vale conferir se você, assim como eu, vê esse tempinho português mexer com o astral.
Onde? No Hachiko Ramen (R. de São Lázaro 51. Lisboa)
Preço: €10 - €20
Até semana que vem!
nuno.tibirica@dn.pt