Mensalidades do curso de Direito na Universidade de Lisboa já estão atualizadas com desconto para brasileiros
É oficial: quem entrar no site da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa vai ver que o valor das mensalidades (propinas) está 50% mais barata para brasileiros e demais estudantes internacionais. Com esta redução, o valor passa de 3.000 euros para 1.500 euros por ano.
A estimativa é que cerca de 34% dos estudantes do curso, cerca de 1.400 brasileiros e africanos que todos os anos escolhem esta faculdade, serão beneficiados diretamente desta medida. Para Joice Bernardo, "este desconto de 50% reforça a equidade entre estudantes nacionais e internacionais, garantindo oportunidades idênticas de formação jurídica", destaca a presidente da direção do Núcleo de Estudo Luso-brasileiro (NELB).
A reivindicação já era antiga e foi conquistada este ano, após mobilização do NELB e outras entidades. A mudança foi aprovada oficialmente no dia 8 de maio de 2024 pelo Conselho Acadêmico da faculdade. No entanto, já havia sido acordado que entraria em vigor apenas neste ano letivo, por questões regulamentares.
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Estudantes do Brasil já comemoram a medida. "A diminuição do valor da propina vai me ajudar bastante na continuação dos meus estudos e com mais qualidade. Anteriormente, eu precisava trabalhar e estudar ao mesmo tempo para conseguir ajudar a minha família a manter meus estudos, o que tornava a qualidade dos meus estudos mais baixa em comparação aos meus outros colegas", explica a brasileira Reneé Madeiro, que frequenta o curso desde 2023.
"Agora com o valor menor, minha família ficará mais tranquila em poder me ajudar a continuar os estudos e não precisarei mais trabalhar tanto, e apesar de não ser o valor igual aos estudantes nacionais já é uma grande ajuda para nós alunos brasileiros", complementa a estudante.
Joice Bernardo destaca o apoio e voto positivo do conselheiro acadêmico, Cláudio Cardona, que esteve diretamente envolvido na reivindicação desde 2018. "Mais do que uma simples medida de responsabilidade social, é o papel estratégico destes estudantes como verdadeiro elemento de soft power acadêmico da faculdade", pontua.
Na avaliação do núcleo, "a presença de estudantes internacionais tem representado uma valência científica e cultural significativa para Portugal, quer pelas contribuições intelectuais e sociais que aqui deixam, quer pelos saberes e experiências que trazem consigo".
Joice ainda ressalta que a mudança tem ainda mais significado pelo momento que Portugal na área de imigração. "Em tempos em que se observa resistência à imigração, acreditamos que esta medida poderá estimular outras faculdades da ULisboa — e mesmo outras universidades portuguesas — a adotarem políticas semelhantes de inclusão e solidariedade acadêmica". O núcleo reconhece que a FDUL é uma instituição "de vanguarda".
amanda.lima@dn.pt
