Maior premiação para romances inéditos em Portugal, Prêmio Leya torna-se vitrine para brasileiros
Torto Arado, romance aclamado do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior, era uma obra inédita quando, em 2018, venceu o Prêmio Leya, a maior premiação literária para romances não-publicados em língua portuguesa. Com a vitória, o livro saiu, primeiro, em Portugal e só depois ganhou versão no Brasil. Este é só um dos exemplos de autores brasileiros que obtiveram, com a premiação, um impulso importante para sua publicações.
Criado em 2008, o Prêmio Leya tem como objetivo incentivar a produção literária em língua portuguesa. A estreia, naquele ano, foi com a premiação do brasileiro Murilo de Carvalho, com o romance O Rastro do Jaguar. Depois vieram Itamar Vieira Junior; Celso Costa, em 2022, com A Arte de Driblar Destinos; e o mais recente representante do lado de lá do Atlântico a levar o prêmio, o carioca Victor Vidal, em 2023, com Não Há Pássaros Aqui.
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Pra Victor, a participação no Prêmio foi fundamental. O autor já escrevia, mas o romance premiado foi seu primeiro livro publicado. "Foi mais do que um pontapé inicial, porque se uma editora tivesse publicado o meu livro de uma maneira tradicional, talvez já seria um pontapé inicial. Mas esses prêmios acabam dando uma atenção muito grande para quem ganha e gera um olhar muito carinhoso também das pessoas para mim, pelo meu livro", conta ao DN Brasil.
Publicada em Portugal em 2024, logo em seguida ao anúncio do prêmio, a obra ganha a versão brasileira este ano.
"Foi fundamental para esse meu começo e foi também muito importante porque pude conhecer muitas pessoas interessantes, que talvez, se eu tivesse publicado de uma maneira mais tradicional, enviando para uma editora, esse contato teria sido menor ou mais lento. Como a vitória do prêmio chama muita atenção, muita gente me abordou, eu conheci pessoas que me mandaram mensagens, escritores que eu já lia também me mandaram mensagem, passaram a me seguir nas redes sociais, foi muito legal ter essa troca", diz Victor.
A cada ano, o número de inscritos brasileiros no prêmio aumenta. Em 2023, foram 591. Já em 2024, edição que teve 1.123 submissões de autores de 15 países, um recorde, 708 foram de brasileiros. Em seguida vieram as inscrições de Portugal (350) e de Moçambique (19).
A edição de 2025 está com inscrições abertas até o final do mês de abril. O regulamento está disponível no site da premiação.
caroline.ribeiro@dn.pt