Portugal terá um programa de empreendedorismo voltado para mulheres imigrantes vítimas de violência de gênero. Chamado "SheLead", o projeto foi idealizado pelo Instituto Brasil, com apoio do Consulado-Geral do Brasil em Lisboa. O objetivo é promover a independência financeira dessas mulheres, uma etapa essencial para romper o ciclo da violência.O lançamento foi realizado por Nilzete Pacheco, presidente do Instituto Brasil, durante o 1º Fórum de Empreendedorismo para Mulheres Brasileiras em Portugal. O evento, promovido pelo Consulado-Geral, ocorreu nesta quarta-feira, 12 de novembro, no auditório da ApexBrasil, na capital portuguesa."A primeira coisa que vamos trabalhar é o apoio psicológico. Vamos oferecer formação, informação e mentoria, com um diagnóstico inicial para identificar quem são, o que querem e onde querem chegar", explicou Nilzete durante o evento. Imigrante e empreendedora, Nilzete vive em Portugal há mais de 20 anos e conhece de perto a realidade das mulheres brasileiras no país."Queremos empoderar sob os pontos de vista pessoal e econômico, promovendo a autonomia e a independência financeira dessas mulheres, por meio de mentoria empreendedora", complementou. O programa prevê várias etapas e, segundo a apresentação do projeto, "enfrenta de frente o problema, oferecendo não apenas um refúgio seguro, mas também um caminho para a autonomia e para um futuro digno."Ana Paula Costa, presidente da Casa do Brasil, ressaltou na abertura do evento que muitas vezes o empreendedorismo surge por necessidade, diante das dificuldades para conseguir emprego no país. "É como se a mulher perdesse suas competências profissionais quando chega a Portugal, e entrar no mercado de trabalho não é fácil", afirmou. A pesquisadora também ressaltou as dificuldades na conciliação da vida profissional e familiar das mulheres imigrantes.Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!Combate à violência contra a mulher, etapa por etapaDesde que chegou ao posto, no último trimestre do ano passado, o embaixador Alessandro Candeas, cônsul-geral do Brasil em Lisboa, colocou entre as prioridades o combate à violência contra a mulher. Neste ano, foi criado o Espaço da Mulher Brasileira (EmuB) no consulado, com diversas atividades voltadas à prevenção e ao enfrentamento desses crimes contra brasileiras.Ciente de que o enfrentamento também passa pela independência financeira, o cônsul-geral vinha planejando há mais de um ano a realização do fórum que ocorreu hoje. "Nossa primeira agenda foi o combate à violência. Agora queremos promover a independência financeira, para que elas tenham seu próprio emprego e renda", afirmou Candeas na abertura.E parceiros para essas iniciativas não faltarão. O embaixador conversou com Décio Lima, presidente do Sebrae, que está em Lisboa cumprindo agenda, sobre uma parceria com o projeto "Sebrae Delas". Décio participou da sessão de abertura e colocou a entidade à disposição da comunidade brasileira em Portugal.O mesmo ocorreu com a ApexBrasil — os dois órgãos estatais funcionam no mesmo prédio em Lisboa. Jorge Viana, presidente da agência, também esteve na abertura do fórum e se mostrou disposto a apoiar a promoção do empreendedorismo entre as brasileiras em Portugal. Segundo Candeas, a cedência do auditório do escritório da Apex foi autorizada imediatamente após o pedido para a realização do evento.O fórum teve lotação máxima durante todos os painéis, que se estenderam ao longo de todo o dia. Os temas foram programas de fomento ao empreendedorismo feminino, trajetórias pessoais e boas práticas e empreendedorismo social: mídias, novas tecnologias e diversidade. Todas as convidadas dos painéis são mulheres.Confira imagens do fórum, pelas lentes do fotojornalista do DN Leonardo Negrão.. amanda.lima@dn.pt.O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil..Procura por atendimento psicológico e jurídico no consulado do Brasil em Lisboa aumenta 87% em um mês.Consulado lança Espaço da Mulher Brasileira em Lisboa. "Momento histórico", diz cônsul