Empresárias brasileiras em Portugal dão dicas para quem quer abrir um negócio no país
A tarde desta quarta-feira, 18 de junho, foi de discussão sobre mulheres no mundo dos negócios em Portugal e no Brasil. O evento "Conecte-se Negócios", realizado na Embaixada do Brasil em Lisboa, foi promovido pelo Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa.
As palestras foram assistidas por empresárias portuguesas e brasileiras, entre elas, algumas que já moram no país, bem como uma comitiva de empreendedoras cearenses que vieram para participar do "Conecte-se Negócios". A missão veio apoiada pelo Sebrae do Ceará.
O DN Brasil esteve no evento e conversou com algumas das empresárias que deram dicas para quem pensa em abrir o próprio negócio em Portugal.
Adriana Matsuoka, da Vitaforma Portugal
"Primeiro, a empresária tem que saber bem o que ela sabe fazer, tem que ter alguma habilidade. Se ela vier do Brasil já com uma expertise ajuda muito. Outra questão importante é ter o mínimo também para poder investir e se manter aqui por pelo menos um ano. Eu já vi mulheres que desistiram do sonho porque não se planejaram, não tinha dinheiro para o custo de vida alto aqui. Porque é preciso pagar as contas, e, algumas vezes, o sonho não paga a conta.
Reforço também a parte emocional. No primeiro ano, todo imigrante passa por um processo todo, pode ser rico ou pobre, todos passam por em ano de adaptação. Persiste um pouco mais além do ano. As coisas começam a melhorar quando você começa a ter uma vivência imigrante, tem que persistir e ter muita fé"
Ediane Pereira Pinto, fundadora da NOS Digital Solutions
"Temos que pensar no nosso propósito. O que a gente faz bem? O que a gente gosta de fazer bem? Depois, pensa se alguém no mercado alguém que precisa disso. O que as pessoas comprariam dentro do que eu gosto de fazer? Isso eu estou falando para quem ainda não tem um negócio, quem está pensando em empreender. Aí você pensa, as pessoas pagariam por isso? Se as pessoas pagariam por essa demanda, por esse mercado, pronto, você tem um produto. Agora é estruturar esse produto, ter um plano de negócios é essencial. Porque tem muita gente que é empreendedora e nem sabe o que é plano de negócio.
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Depois, começa a se conectar com as pessoas. Você tem que ir para os clubes de negócios, clubes de empreendedorismo, networking, fazer marketing. É importante se conectar com mulheres para fazer o negócio ir para a frente, entendendo a cultura de Portugal. As pessoas aqui têm dificuldade de acertar, às vezes, o nosso jeito de fazer negócio, que é diferente, tem que se adaptar.
No meu percurso, eu fui para grupos brasileiros, mas também para grupos portugueses. Porque aí eu comecei a entender como é que eles trabalhavam, como é que eles pensavam, como é que eles faziam as coisas, como é que eles vendiam.
No caso das mulheres que são mães, quando a gente sai do país perdemos um pouco a nossa rede de apoio. O primeiro lugar que a gente tem que ir é realmente para um lugar que é uma rede de apoio. Por exemplo, eu fui para a igreja. Então, na igreja eu encontrei uma comunidade, encontrei pessoas que me ajudam.
Nem todo mundo, por exemplo, quer ir para uma igreja. Vai para um grupo de alguma coisa para você começar a conectar com pessoas que têm mais ou menos a mesma realidade como você. E que, às vezes, na hora que você vai ajudar ela, ela vai te ajudar também e as duas vão se ajudando, porque sozinhas não conseguimos".
Kristhel Byancco, fundadora das jóias La Byancco
"Primeira coisa, você tem que descobrir dentro de você o que você ama. Porque para empreender você tem que amar não só querer resultados financeiros, mas querer modificar algo dentro de você. Porque a vida é o seguinte, hoje você pode vender muito, amanhã não. Se você ama, você persevera, você continua.
A outra é pesquisar muito sobre o produto, sobre o ambiente, para quem você quer vender aquele produto, identificar o seu cliente certo. Ter um discurso assertivo, não descarregar a tua ansiedade nos seus clientes. Você precisa deixar os seus clientes livres para que eles possam apreciar, gostar, identificar e se sentir com aquele produto. Você precisa identificar o seu cliente certo, as emoções, como abordar, como colocar, envelopar esse produto. E o mais importante, perseverar, perseverar, perseverar".
amanda.lima@dn.pt