Artista brasileiro lança disco em homenagem à Revolução dos Cravos
É nesta sexta-feira (11) que chega à todas plataformas digitais o disco Cantos da Revolução, de autoria do músico e produtor brasileiro Paulo Tó. Com releituras de composições de nomes históricos da música portuguesa, como Zeca Afonso, Fausto Bordalo Dias, Sérgio Godinho e José Mário Branco, o álbum resgata faixas marcantes da resistência contra a ditadura em Portugal, iniciada em 1926 e findada em 1974 com a Revolução dos Cravos.
Produzido em parceria com Maurício Tagliari, o disco propõe um diálogo musical entre Portugal e Brasil, adicionando ritmos brasileiros aos arranjos originais. Com pandeiros, rabecas, frevo e jazz, as faixas ganham novos contornos sem perder a força política das versões originais.
O álbum traz participações de artistas de quatro países lusófonos. Do Brasil, nomes como Siba, Thiago França, Arthur de Faria, Rodrigo Caçapa e Os Bicudos. De Portugal, Afonso Albuquerque e Eugénia Melo e Castro. Também participam a angolana Jéssica Areias e a moçambicana Lenna Bahule, que abre o disco com a faixa A Luta Continua, gravada apenas com percussão corporal e voz.
Outras contribuições de Areias e Bahule, mais especificamente nas músicas Mona Ki Ngi Xica e A Derrota dos Colonialistas, serão lançadas como faixas bônus após o lançamento do álbum.
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Entre os destaques do repertório está Os Vampiros, de Zeca Afonso, que ganha arranjo com o Kamele Ngoni, a "harpa" africana de Burkina Faso tocada por André Piruka. Já Que Força É Essa?, de Sérgio Godinho, é reimaginada com influência da música nordestina brasileira. A faixa Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, baseada em poema de Camões e feita por José Mário Branco, recebe tratamento jazzístico com arranjos de sopros carnavalescos.
Por Este Rio Acima e O Varredor, de Fausto Bordalo Dias e As Horas Extraordinárias, de Sergio Godinho, são algumas das outras faixas presentes em Cantos da Revolução.
Sobre o autor
Paulista de São João da Boa Vista, no interior do estado, Paulo Tó é músico, compositor e produtor musical. Ao longo da carreira, já lançou os discos autorais Temporal (2014), De Cara no Asfalto (2016), Domingo (2020), Galope (2021) - em parceria com Guilherme Kastrup - e Terno Azul (2024), ao lado de Salloma Salomão.
Desde 2011, Tó atua em espaços importantes da cena musical paulista, tendo se apresentado também no Rio de Janeiro, Minas Gerais e, em 2019, em Portugal, com um show de lançamento do álbum De Cara no Asfalto. Como produtor, ele já trabalhou com artistas da nova geração da MPB, como o cantor Fábio Nogara.
Com mestrado em Filosofia pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP, com ênfase em análise da canção, Paulo Tó une pesquisa, militância e música em Cantos da Revolução, já está disponível em todas as plataformas digitais. Vale destacar que os artistas homenageados por Tó já foram mencionados pelo DN Brasil na lista "Os músicos portugueses recomendados por brasileiros", disponível neste link.
nuno.tibirica@dn.pt