Em Portugal, é o cliente quem abastece o próprio carro.
Em Portugal, é o cliente quem abastece o próprio carro.Engin Akyurt/Unsplash

Abastecimento self-service? Confira profissões comuns no Brasil que não existem em Portugal

Frentista, cobrador de ônibus e empacotador de supermercado são alguns dos trabalhos que não são vistos por aqui e podem surpreender os recém-chegados.
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Que atire a primeira pedra o imigrante brasileiro que não ficou “bugado” ao chegar em Portugal e perceber que, no posto de combustível, ninguém aparece para abastecer o carro. Ou que, ao entrar no ônibus, não encontrou o tradicional cobrador.

A verdade é que algumas profissões que fazem parte do dia a dia no Brasil simplesmente não existem ou são muito raras por aqui, algo que, no começo, pode gerar aquele estranhamento básico de quem está se adaptando a uma nova rotina - ou que não uma oportunidade de trabalho. Em mais um Guia do Imigrante, o DN Brasil traz para você uma lista de trabalhos comuns no Brasil, mas ausentes ou pouco frequentes em Portugal.

Frentista

No Brasil, parar no posto e ser atendido por um frentista é regra. Em Portugal, o sistema mais comum é o self-service: o próprio motorista coloca o combustível e paga na máquina ou no caixa. Em alguns postos, principalmente em áreas de maior movimento, até pode haver um funcionário para ajudar, mas isso é exceção. Para quem nunca abasteceu sozinho, vale perguntar ao atendente da loja de conveniência como funciona o sistema, especialmente no primeiro dia.

Ascensorista de elevador

Se no Brasil ainda é possível encontrar prédios — especialmente os mais comerciais — com profissionais responsáveis por operar o elevador, em Portugal isso não existe. A função de ascensorista por aqui, ficou no passado há muitas décadas.

Empacotador de supermercado

Em território português, não espere encontrar alguém no caixa pronto para embalar suas compras. Essa é uma tarefa do próprio cliente. Em alguns supermercados, o funcionário do caixa pode até ajudar -principalmente quando percebe que a pessoa tem mais idade ou alguma limitação física - , mas, no dia a dia, cada um embala o que comprou.

Aproveitando o tema, a dica é já ter algumas sacolas reutilizáveis à mão (praticamente todos supermercados vendem), pois, além de serem maiores e mais práticas, evita comprar novas a cada ida ao mercado.

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Cobrador de ônibus

No Brasil, sobretudo nas grandes cidades, é comum entrar no ônibus e encontrar o cobrador responsável por receber a tarifa. Em Portugal, isso não existe: o motorista é quem vende os bilhetes a bordo, algo que também pode ser feito através das caixas ou mesmo pelo celular. Ou seja, sem catraca dentro dos transportes por aqui, a não ser nas estações de barco ou trem, mas às vezes nem isso.

Ônibus - ou autocarro - português não tem cobrador. Mas cuidado com os "picas"...
Ônibus - ou autocarro - português não tem cobrador. Mas cuidado com os "picas"...Reinaldo Rodrigues

Manobrista

No Brasil, não é raro encontrar manobristas em restaurantes, pizzarias e até em bares de bairro, especialmente nas grandes cidades como São Paulo ou Rio de Janeior. Em Portugal, essa função é raríssima fora de hotéis de luxo ou alguns restaurantes de alto padrão.

Na prática, o motorista precisa procurar vaga por conta própria - e, em centros históricos ou áreas turísticas, isso pode significar rodar por alguns bons minutos até encontrar um espaço livre - haja paciência na Baixa de Lisboa!

Manobrista por aqui só em hotéis extremamente chiques.
Manobrista por aqui só em hotéis extremamente chiques.DR

Recomendação: sempre sair de casa com tempinho extra se for jantar em lugares mais chatos para parar e considerar que vai ter que desbancar de uns eurinhos pois estacionamentos por aqui também estão longe de serem baratos.

E tem o inverso também…

Se, por um lado, algumas profissões brasileiras não existem aqui, por outro, há trabalhos típicos de Portugal que não são comuns no Brasil. Um exemplo é o fiscal de bilhetes - popularmente chamado de “pica”. Sim, ele pica-bilhete, nada mais.

Os "picas" atuam em todo tipo de transporte publico: no comboio (trem), metrô, ônibus, barco, elétrico (bondinho). Ele circula pelos veículos e plataformas verificando se os passageiros validaram o título de transporte. Quem não tiver bilhete válido pode receber na hora uma multa de cerca de 60 euros - muitas vezes não adianta argumentar, a cobrança é imediata, mas se o cobrador for bonzinho pode ser que deixe a pessoa que "não sabia" ir lá validar e pagar o bilhete na hora.

E você, leitor e leitora do DN Brasil? Qual profissão que não existe ou é menos comum em Portugal te "fez confusão" ao (não) ver por aqui?

nuno.tibirica@dn.pt

O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.
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