Guia do imigrante: taxa esforço para alugar casa aumenta em Portugal
Em Lisboa, famílias gastam 91% do orçamento do mês apenas com o valor do aluguel.
Texto: Caroline Ribeiro
Brasileiros em Portugal enfrentam dificuldades para alugar um imóvel no país. Além das burocracias, altos preços e até mesmo xenofobia, outro aspecto vai pesar na hora desta busca: o aumento da taxa de esforço das famílias. A taxa de esforço é a relação entre o rendimento mensal líquido e as despesas a serem pagas.
O esforço exigido das famílias em Portugal aumentou três pontos percentuais, passando de 81% no terceiro trimestre de 2023 para 84% no terceiro trimestre de 2024. Os números são da análise mais recente feita pelo portal Idealista, divulgada esta quarta-feira (30).
Das 20 cidades analisadas, Lisboa é a que requer o maior esforço por parte das famílias para alugar uma casa, sendo necessário gastar 91% do orçamento mensal para arcar com essa despesa. Na sequência, estão: Funchal (89%), Faro (75%), Porto (74%), Ponta Delgada (70%), Setúbal (61%), Viana do Castelo (55%), Braga (55%), Évora (54%), Santarém (52%), Aveiro (51%), Leiria (50%), Coimbra (44%), Bragança (43%), Viseu (42%) e Beja (37%).
Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!
A pesquisa mostra que é difícil seguir a recomendação das autoridades portuguesas, que orientam as famílias a não gastarem mais do que 33% do orçamento total do mês com a despesa do aluguel. Segundo a análise, as cidades onde o arrendamento pesa menos nos rendimentos familiares são Portalegre (28%), Castelo Branco (31%), Guarda (34%) e Vila Real (36%).
Foi Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, nos Açores, onde a taxa de esforço para arrendar uma casa mais aumentou no último ano, passando de 52% no terceiro trimestre de 2023 para 70% no mesmo período de 2024. Também ficou mais pesado alugar uma casa em Bragança, Faro, Lisboa, Santarém e Coimbra.
Por outro lado, as famílias em Évora e no Porto, não devem ter sentido variação, já que a taxa de esforço permaneceu igual. Quem pode ter motivos para comemorar são os moradores de Aveiro, Funchal, Beja, Viseu, Castelo Branco e Braga, onde os custos com aluguel apresentaram queda.
caroline.ribeiro@dn.pt