Luís Gama, chefe de marketing da UNICRE.
Luís Gama, chefe de marketing da UNICRE.DR

Portugal vive a “democratização” do PIX para pagamentos

Uma das principais redes de lojas do país, o El Corte Inglés marca um mês desde que começou a aceitar o “MBWay brasileiro”, ajudando na expansão das operações no país.
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O aviso sonoro nos autofalantes do El Corte Inglés informa quem por ventura ainda não saiba que é possível fazer compras e pagar com PIX. O método de pagamento mais popular do Brasil está disponível tanto na unidade de Lisboa da cadeia de lojas espanhola quanto na de Vila Nova de Gaia, no Porto, há exatamente um mês. Sem confirmar o volume financeiro movimentado nesta fase “de implementação”, a rede confirma ao DN Brasil que o balanço “é muito positivo” e que “foi uma boa aposta, que vai ganhar relevância nos meios de pagamento que temos à disposição dos nossos clientes”.

Para pagar com PIX nas lojas do El Corte Inglés, os clientes devem se dirigir aos balcões do International Desk, do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) ou efetuar as compras diretamente nos caixas do espaço Club del Gourmet.“Estamos numa fase inicial de divulgação junto dos parceiros com quem trabalhamos e a utilização do PIX nas nossas lojas está numa fase crescente”, diz a rede espanhola.

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A adesão ao PIX tem uma forte justificativa: a aposta no mercado do turismo em Portugal. “O Brasil surge como uma das principais nacionalidades de turistas que visitam os Grandes Armazéns El Corte Inglés”, explica a rede, que tem investido em ações em solo brasileiro para fortalecer a marca entre os futuros viajantes. “Foi durante uma das ações no Brasil que tivemos conhecimento dos milhões de brasileiros que no seu dia a dia pagam com PIX. O PIX é o ‘nosso’ MBWay, sendo que no Brasil falamos de muitos milhões de utilizadores”, completa.

Operação crescente

Para poder aceitar o PIX, o El Corte Inglés aderiu à oferta da UNICRE, primeira instituição financeira de crédito de Portugal a disponibilizar o serviço brasileiro, em dezembro passado, e que opera a maior rede de aceitação de pagamentos do país. Sem confirmar números, o chefe de marketing da empresa, Luís Gama, diz ao DN Brasil que há “bastante interesse dos nossos clientes e de outros comerciantes em juntar o PIX à sua oferta de pagamentos, uma procura que tem gerado um crescimento sustentado da nossa operação neste momento”.

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Além do El Corte Inglés, as sapatarias Aldo, com 24 lojas em Portugal, também aceitam PIX pela rede da UNICRE. Para a operação, as empresas não precisam de nenhum esforço. “Todo o processamento de pagamentos em terminal foi desenvolvido para garantir uma utilização simples e intuitiva por parte do comerciante, garantindo assim uma experiência semelhante à já aplicada em outros métodos de pagamentos”, explica Luís Gama. Para os clientes brasileiros, também não há nenhuma mudança. O pagamento é feito da mesma forma que seria feito no Brasil, pelo aplicativo do banco. A diferença é que o comerciante introduz o valor em euros e a conversão é automática. O cliente já vê, no ato do pagamento, o valor total que está desembolsando em reais, sem taxas futuras cobradas, como acontece com os cartões de crédito.

Antes da UNICRE, a fintech brasileira Primefy já tinha avançado, também no final de 2024, com uma parceria com a Worten, um dos maiores comerciantes de produtos e serviços de tecnologia em Portugal, fazendo com que o PIX já esteja em 13 lojas da rede pelo país. Com mais de 600 mil brasileiros residentes e mais de um milhão de turistas do Brasil todos os anos, a febre do PIX em Portugal tende a aumentar. “A nossa ambição passa por democratizar a aceitação do PIX, transformando-o numa opção de pagamento de referência para o turista ou residente brasileiro em Portugal. É por isso que queremos, nos próximos meses, alargar a sua disponibilização na grande maioria dos nossos clientes”, afirma Luís Gama.

caroline.ribeiro@dn.pt

O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.

Este texto está na edição impressa do Diário de Notícias de segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025.
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