Texto: Otacilio Soares da Silva Filho*O acordo entre a União Europeia e o Mercosul tem sido objeto de debates, representa uma oportunidade ímpar para impulsionar o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e a inclusão social em ambos os blocos, especialmente para os países do Mercosul. Um dos pilares mais promissores desse acordo é o seu impacto direto na geração de renda e na criação de empregos. A redução de tarifas e a eliminação de barreiras comerciais abrirão as portas para um aumento das exportações do Mercosul para a União Europeia. Setores-chave, como o agronegócio e a produção de matérias-primas, verão suas vendas impulsionadas, resultando em maior receita para produtores e trabalhadores. Além disso, a facilitação da importação de produtos europeus de alto valor agregado pode estimular a modernização e a competitividade da indústria local, desde que haja investimentos estratégicos em tecnologia e infraestrutura. Este intercâmbio comercial é uma via de mão dupla que promete dinamizar nossas economias.Embora existam preocupações legítimas sobre a possível reprimarização da economia, os defensores do acordo veem nele um catalisador para a diversificação produtiva a longo prazo. A necessidade de atender aos rigorosos padrões de qualidade e às exigências do mercado europeu incentivará as empresas do Mercosul a inovar e aprimorar seus processos. A maior concorrência com produtos europeus, longe de ser uma ameaça, pode forçar nossas indústrias a se tornarem mais eficientes e inovadoras. Com políticas governamentais de apoio e incentivo, essa pressão competitiva se traduzirá em maior produtividade e, consequentemente, em uma posição mais forte no cenário global.Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!O acordo tem o potencial de transformar os países do Mercosul em destinos ainda mais atraentes para o investimento estrangeiro direto (IED). Empresas europeias, buscando aproveitar as novas condições de mercado e a segurança jurídica proporcionada pelo tratado, estarão mais propensas a estabelecer ou expandir suas operações na região. Esses investimentos trarão consigo não apenas capital, mas também tecnologia de ponta e know-how, elementos cruciais para o desenvolvimento de infraestruturas, a modernização de parques industriais e a criação de empregos qualificados, essenciais para o avanço de nossas sociedades.Para além dos benefícios econômicos, a ratificação deste acordo reforçará os laços diplomáticos e a cooperação entre a União Europeia e o Mercosul. Essa parceria estratégica transcende o comércio, promovendo a estabilidade e o diálogo em diversas outras áreas. Economicamente, o aumento da atividade e da arrecadação de impostos proporcionará aos governos mais recursos para investir em políticas sociais de inclusão, programas de capacitação profissional e melhorias em educação, saúde e infraestrutura. Tais investimentos são fundamentais para beneficiar as populações menos favorecidas e construir sociedades mais equitativas.É fundamental ressaltar que a concretização desses benefícios depende de uma série de fatores complementares, incluindo a implementação de políticas governamentais eficazes, investimentos contínuos em infraestrutura e educação, e a capacidade de adaptação das economias do Mercosul aos novos cenários. O acordo UE-Mercosul representa um passo significativo em direção a um futuro de maior prosperidade e integração para todos.*Otacilio Soares da Silva Filho é presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira.O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil..Opinião. Portugal: um refúgio estratégico na nova ordem mundial .Opinião. Quem deve custear o Estado?