25 de Abril é celebrado nesta sexta-feira.
25 de Abril é celebrado nesta sexta-feira.Manuel Almeida / Lusa

O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil

Atrações culturais no âmbito das celebrações do 25 de Abril são destaques na coluna.
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Mais uma quinta-feira com véspera de feriado em Lisboa, desta vez com as celebrações do 25 de Abril já tomando conta da cidade. Nesse sentido, a programação do DN Brasil para os próximos dias não poderia ser outra que não destacar as principais atrações culturais no âmbito da comemoração dos 51 anos da Revolução dos Cravos. Entre teatro, cinema, desfile e arraial na rua para celebrar Abril - e o bom tempo - os próximos dias serão preenchidos pelo espírito da liberdade na capital e em todo país.

A dica gastronômica é um restaurante que fica bem no centro destas comemorações, tem tudo a ver com a data e quem esteve ligado no jornal nesta semana já deve imaginar qual é.

A edição semanal da O que há de bom - Especial Abril está no ar!

Arraial no Largo do Carmo e na Paiva Couceiro

O arraial no Largo do Carmo já é uma tradição em toda véspera de 25 de abril. A festa se inicia às 18h, com apresentação de bandas, bancas de comida e bebida e intervenções que se esticam até a meia-noite, quando é cantada a tradicional "Grândola, Vila Morena” Coletivos brasileiros, como o Coletivo Gira, a Casa do Brasil de Lisboa e a Colombina Clandestina são algumas das atrações culturais do arraial. A Paiva Couceiro, na Penha de França, é outro lugar onde é possível cantar o primeiro “Grândola” do 25 de abril, com programação musical, barraquinhas de comida e associações culturais marcando presença.

Onde? No Largo do Carmo, na Baixa de Lisboa e na Praça Paiva Couceiro, na Penha de França

Quando? Quinta (24), das 18h - 2h

Preço: entrada gratuita.

Estreia do filme de Álvaro Cunhal

É também nesta quinta-feira que as salas de cinema ganham um filme sobre o período da Revolução dos Cravos. “O Camarada Cunhal”, apresenta a vida e a morte de Álvaro Cunhal, uma das figuras mais marcantes da história contemporânea do país e líder histórico do Partido Comunista Português (PCP) que se tornou um dos principais nomes de resistência à Ditadura Militar em Portugal.

Dirigido por Sérgio Graciano, o filme é lançado no ano em que se assinalam duas décadas de sua morte e apresenta a fuga de Álvaro Cunhal e de outros nove presos políticos da prisão de alta segurança de Peniche, um dos estabelecimentos mais temidos do regime salazarista. 

Onde? No cinema mais perto de você

Quando? A partir desta quinta-feira (24).

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Desfile na Avenida da Liberdade

Na quinta-feira (25), o programa não pode ser outro que não descer a Avenida da Liberdade com um cravo na mão. A concentração está marcada para às 15h - o clássico, “as três no marquês” - e no pós, a recomendação é uma passadinha no Arraial da Voz do Operário, na Graça, ou na festa Raízes, da Associação Diáspora Lx.

Onde? Na Avenida da Liberdade.

Espetáculo no Teatro São Luiz

O 25 de Abril também estará representado nos palcos portugueses. O Teatro São Luiz apresenta, a partir do dia 2, o espetáculo A Tragédia de Aristides Inhassoro, da companhia Assédio Teatro. Com texto de Pedro Galiza e encenação de João Cardoso, a peça traz à tona a memória da guerra colonial a partir da perspectiva de um capitão negro das forças armadas portuguesas em Moçambique. 

A peça reflete sobre os resquícios do colonialismo e o lugar dos ex-combatentes nesse novo país que surgiu com a Revolução dos Cravos. Entre o mato africano e a Lisboa dos tanques e dos cravos, o espetáculo resgata vozes apagadas e levanta a pergunta: quem venceu, afinal? Uma tragédia portuguesa, moçambicana, europeia e africana, que continua urgente de ser contada.

Onde? No Teatro São Luiz (R. António Maria Cardoso 38. Lisboa)

Quando? De quinta (24) a domingo (27)

Preço: €12 a €15

Música na Fábrica Braço de Prata

Na sexta-feira (25), a Fábrica Braço de Prata propõe uma celebração expandida da Revolução dos Cravos, dando palco às independências das ex-colônias portuguesas que se seguiram ao 25 de Abril. A programação começa às 18h e destaca a produção artística contemporânea de países como Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde, hoje representados em Lisboa por uma geração de migrantes criadores.

Com shows, spoken word e performances, o evento reúne nomes como Luís Caracol, André Louro, Dj Huba e Marinho Pina. A noite inclui ainda uma instalação com 70 poemas moçambicanos pós-independência. Os bilhetes custam 10€ e garantem acesso a todas as atividades - uma espécie de festival das vozes que continuam a ecoar os ideais de liberdade e descolonização.

Onde? Na Fábrica Braço de Prata (R. Fábrica de Material de Guerra 1. Lisboa)

Quando? Na sexta-feira (25)

Preço: €10

Extra: a dica gastronômica da semana

Brasuca

Quem esteve de olho no DN Brasil e no Diário de Notícias nesta semana não deixou passar batida a reportagem publicada na segunda-feira (21) assinada por este que vos fala. Intitulada "Memórias de Abril: os brasileiros na Lisboa da Revolução dos Cravos", a matéria do jornal conta a história de Enoir Oliveira da Luz, o seu Juca, um ex-sindicalista que foi exilado em Lisboa na década de 70 e por cá abriu o primeiro restaurante brasileiro da cidade, o Brasuca.

Esta semana, portanto, a dica gastronômica vai em homenagem ao Juca e o seu Brasuca, um restaurante que permite duas viagens em uma só visita: a primeira é uma volta no tempo, afinal, o ambiente do restaurante que em 2028 completa 50 anos de existência - e o Juca 90 - é daqueles clássicos, já raros de se ver. Ficar no Brasuca é ser levado diretamente para os anos 70, quando intelectuais, artistas e políticos de Brasil e de Portugal se encontravam no estabelecimento de Juca.

Juca Oliveira é uma grande figura.
Juca Oliveira é uma grande figura.LEONARDO NEGRÃO

A outra viagem proporcionada no restaurante não poderia ser outra que não a de transportar o comensal para um clássico botequim da nossa terra: caipirinha (dá boa, não batidinha!), torresmo, linguiça frita - "a melhor que já comi", ouvi de uma amiga portuguesa - virado à paulista, tutu de feijão, picanha são algumas das opções da casa.

E por falar em feijão, veja só o a categoria: o restaurante serve feijoada brasileira todos os dias, feito raro não só em Portugal, mas até no Brasil! Em São Paulo, por exemplo, a maioria dos estabelecimentos servem o prato às quartas e sábados e só! Não é o caso do Brasuca, que ainda por cima serve comida boa com preço justo: com exceção da chuleta gaúcha (€16), os pratos da casa não passam dos €12.

A quem interessar possa, o restaurante ficará aberto tanto no almoço, quanto no jantar no dia 25: "É preciso preparar a festa para os camaradas", nos conta Juca.

Onde? No Brasuca (R. António Maria Cardoso 38. Lisboa)

Preço: €15 - €20

Até semana que vem!

nuno.tibirica@dn.pt

O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.
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