O que há de bom: Roda de Santo, forró, Ano Novo Chinês e mais no fim de semana
O fim de janeiro e o início do mês de fevereiro começam com uma agenda multicultural, a cara da Lisboa atual. O colega Nuno Tibiriçá, que escreve a coluna todas as semanas, está de férias no Brasil. Por isso, por uns dias fico com essa “responsa”. Vamos lá, O que há de bom está no ar!
Forró Factory na Fábrica Braço de Prata
A sexta-feira (31) começa em ritmo de forró na Fábrica de Braço, com o Forró Factory, a partir das 22h. A festa, comandada pelo Espaço Baião, tem o objetivo de celebrar a cultura nordestina de forma acolhedora, tanto para “pés de forró” quanto para quem quer aprender o contagiante ritmo. O evento é apenas o início da ampla agenda de eventos da Fábrica, com mais de 10 atividades das mais variadas até domingo. Vale conferir a programação completa aqui.
Onde? Fábrica Braço de Prata
Quando? Sexta (31), às 22h
Quanto? 10 euros
Festa do Ano Novo Chinês na Alameda D. Afonso Henriques
Neste sábado (1º) e domingo (02) a Alameda D. Afonso Henriques recebe o desfile cultural que marca as celebrações da chegada do ano novo na cultura chinesa. Aliás, este ano, promete ser auspicioso, por ser o da serpente. Em entrevista ao DN, a professora Wang, de língua e culturas chinesas, disse que o “Ano da Serpente traz sabedoria e agilidade, e também renovações, oportunidades e desafios”. Para comemorar com toda a sorte, vale participar da festa em Lisboa, das 10h até às 17h, com artesanato e muitas comidas típicas.
Onde? Alameda D. Afonso Henriques
Quando? Sábado (1º) e domingo (02)
Quanto? Entrada gratuita
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Dança, música e improviso na Casa do Comum
A talentosa dançarina brasileira Mariana Lemos recebe a pianista Luísa Gonçalves para o espetáculo “Ao mesmo tempo”, uma improvisação de dança e música das artistas. A apresentação tem duração de uma hora, “com atmosfera aberta e energética, carregada de trocas e partilhas plurais”. Esta já é a 16º edição do evento, sendo esta especial, porque terá uma roda de conversa mediada pela crítica e divulgadora de música Sofia Rajado.
Onde? Casa do Comum
Quando? Sábado (1º), a partir das 18h30
Quanto? 6 euros.
Samba do contrapeso na Gulden Draak
Na cervejaria Gulden Draak, do casal de brasileiros Verônica Fernandes e Neko Pedrosa, o sábado será de samba, feijoada e mais de 50 cervejas do mundo. A animação será do grupo Contrapeso, composto por amigos apaixonados pelo ritmo: Ju Magrani (voz), Zé Guedes (violão), Bebel (tantan), Tito (banjo), Ré (pandeiro), Alessandro (surdo) e Bruno Lopes (baixo). A roda de samba começa às 15h, mas já a partir das 13h a feijoada estará servida.
É um bom timing para “baixar” a comida e começar o samba. A feijoada, é claro, é acompanhada arroz branco, couve na manteiga, laranja, vinagrete e, na minha opinião, a melhor parte: a farofa.
Onde? Cervejaria Gulden Draak
Quando? Sábado (1º), a partir das 13h
Quanto? A entrada é livre, com pagamento das comidas e bebidas.
Roda de Santo - edição especial Iemanjá no BOTA
No domingo, 02 de fevereiro, é celebrado o Dia de Iemanjá, a Rainha do Mar. O grupo Roda de Santo vai comemorar a data com uma edição especial da roda, que ocorre pelo terceiro ano consecutivo. O time é de peso, com grandes nomes da cena do samba em Lisboa: Álvaro Lancellotti, Karla da Silva, Juninho Ibituruna, Bartolo e Sara Cabral. A festa começa às 20h30, no BOTA.
Onde? BOTA Anjos, no Largo Santa Bárbara 3 D.
Quando? Domingo, Dia de Iemanjá, a partir das 20h30
Quanto? 12 euros. Ingressos antecipados à venda aqui.
A dica gastronômica da semana
Quem mora em capitais ou cidades muito turísticas sabe que muitos restaurantes do Centro são para evitar: comida cara e ruim, feita para turistas. Mas há exceções. Em Lisboa, uma das gratas exceções é o snack bar O Trevo, localizado na esquina do Largo de Camões.
Apesar de muitos turistas frequentarem o local, dá pra dizer que o espaço ainda é ponto de encontro de moradores da cidade. Além da localização privilegiada, O Trevo ficou ainda mais famoso depois que o meu ídolo Anthony Bourdain visitou o bar em 2012, no programa No Reservations. Eu sou uma fã assumida de Bourdain e não viajo para uma cidade sem conferir se ele andou por lá e quais as indicações - e nunca tive uma má experiência.
Mas, voltando, seja entre locais ou visitantes, as bifanas do O Trevo são as mais pedidas. O molho é suave, mas bem temperado e a carne é macia, servida em um pão tirado daqueles sacos gigantes de papel.
Do balcão dá para ver a enorme panela de molho em que as carnes ficam marinando e cozinhando o dia todo e que saem suculentas direto para o pão. Certamente, vendem centenas ou até milhares de bifanas por dia. A mostarda (que eu dispenso, Nuno, não me cancele) e a pimenta (essa sim) ficam a gosto do freguês, que podem pegar à vontade de cima do balcão.
Apesar de gostar das bifanas de lá, outra recomendação são as coxinhas. Coxinha é verdadeiramente uma das minhas comidas preferidas e posso dizer que tenho algum conhecimento desta iguaria, que como desde que me conheço por gente.
As do Trevo são diferentes: não exatamente iguais às do Brasil, mas muito longe das imitações que alguns portugueses tentam fazer. A massa é espessa e nunca são fritas de maneira crocante, algo que aprecio. O recheio é com um frango bem temperado com um leve molho de tomate - felizmente - porque nem o pior inimigo merece frango branco na coxinha. Os dois pratos vão combinam com uma imperial bem tirada, uma habilidade dos lá trabalham.
Seja rapidamente no balcão, nas mesas lá dentro ou lá fora olhando a rua do Alecrim até o rio, O Trevo é uma boa pedida para um lanche bom e barato. OBS: não aceitam cartão nem MB way, ou seja, leve dinheiro vivo, bem old school.
Onde? O Trevo (Largo de Camões, na Baixa-Chiado)
Preço: depende de quantas coxinhas ou bifanas comer!
amanda.lima@dn.pt