O mercado imobiliário de alto padrão em Portugal continua contando com os brasileiros como principais compradores. Na Dils, empresa europeia que tem sede em Lisboa, um em cada cinco clientes é do Brasil. Para a sócia Patrícia Barão, muito do interesse vem, inicialmente, de "uma ligação muito forte" entre os dois países."Falamos a mesma língua, conhecemos muito bem aquilo que são as dinâmicas uns dos outros e Portugal é um país que oferece a segurança e oferece, no fundo, a qualidade de vida que, para um brasileiro é muitíssimo importante", afirma a gestora.Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsAppOs aspectos econômicos também pesam na hora de escolher um investimento. "Nós vivemos sempre um pouco em contraciclo, falando de nível de macroeconomia. Quando nós estamos claramente ali em alguns picos, às vezes o Brasil está no pico oposto, e isto também tem ajudado de alguma forma aquilo que é, no fundo, a dinâmica dos brasileiros a comprar a casa", avalia Patrícia Barão..A executiva destaca que "o brasileiro é o nosso principal cliente, quando nós olhamos para aquilo que são os clientes estrangeiros, e tem muito a ver também com o portfólio que a Dils comercializa", referindo-se à oferta de imóveis de alto padrão da empresa. Entre as preferências dos brasileiros, que "continuam apaixonados por Portugal", afirma Patrícia, estão "localizações como Cascais, como Estoril, como Lisboa, como a Comporta, o Algarve, e de facto há uma oferta de imóveis que é muito atrativa para nós continuarmos a ter essa nacionalidade conosco".Em média, brasileiros e demais clientes estrangeiros da Dils têm o perfil de investimento em imóveis na faixa dos 750 mil euros (mais de 4,7 milhões de reais na cotação atual). Para continuar atraindo este mercado, a empresa aposta em ações de marketing direcionadas ao Brasil. "Se nós vamos ao Brasil, nós apresentamos as características que consideramos importantes para o brasileiro para comprar casa em Portugal. Nós aconselhamos, obviamente, aquilo que são as melhores oportunidades. E, no fundo, criamos as condições para que um brasileiro que queira investir em Portugal possa fazê-lo com a maior segurança e, pelo menos, consiga realizar aquilo que é o seu sonho"..Recentemente, o Governo português apresentou o seu plano com novas medidas paras as políticas de Habitação, que inclui a proposta de aumento do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) para os estrangeiros. Na análise de Patrícia, pode se “passar para o mercado” a imagem de que “Portugal já não precisa de estrangeiros”, quando o cenário, aponta, é precisamente o contrário. "Olhando para todo o panorama, percebemos que, cada vez mais, Portugal precisa de investimento estrangeiro e tem que olhar para os estrangeiros de uma forma mais cuidada, não lançar estas medidas sem medir o impacto que isso pode ter depois naquilo que é a dinâmica do setor", afirma.Já sobre o endurecimento da Lei de Estrangeiros, e as dificuldades acrescidas para que imigrantes possam residir em Portugal, a executiva explica que a empresa presta esclarecimentos aos clientes, já que tem "consultores e consultoras de várias nacionalidades, isso faz com que haja uma certa proximidade quando nós olhamos para pessoas que vêm de outros países viver para Portugal".Patrícia Barão é enfática. "Nós precisamos muito destes 1,5 milhões de imigrantes que temos e cada vez mais o aumento destes imigrantes é maior. Temos que olhar para este tema com muita frontalidade, porque isso faz com que nós cheguemos mesmo à conclusão de que temos que criar condições e temos que ter uma oferta de habitação que vá ao encontro desta nova população que chega ao nosso país. Essa é uma obrigação dos portugueses, é uma obrigação nossa. Nós olharmos e prepararmos o país para receber estes imigrantes que são quem nos vai ajudar depois a fazer crescer a nossa economia."caroline.ribeiro@dn.pt.O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil..Aeroportos. Novo reforço no controlo das fronteiras começa domingo.Representantes da comunidade brasileira levam preocupações à embaixada em Lisboa