Otacílio Soares reeleito presidente da câmara da indústria e comércio luso-brasileira. "Foco na atração de investimento"

Mineiro foi recentemente reconduzido no cargo de presidente da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Brasileira. Ao DN Brasil, destaca os planos para este novo mandato.
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O empresário Otacílio Soares Filho foi reeleito para o cargo de presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB), com a proposta de fortalecer três eixos estratégicos neste mandato.

O primeiro é criar oportunidades contínuas de aprendizado, networking e interação de alto nível com a realização de eventos regulares. Depois, fornecer dados e insights relevantes sobre os mercados luso e brasileiro com a prestação de informações. Por fim, focar na geração de novos negócios e no networking qualificado com a criação de oportunidades. Para tal, foram criados cinco comitês que vão orientar estas atividades.

O DN Brasil conversou com Otacílio, natural de Minas Gerais, sobre este novo mandato e uma avaliação das relações entre Brasil e Portugal. A imigração foi outro tema da conversa - assunto que também marcou o último encontro de networking da câmara, realizado na semana passada em Lisboa, com preocupação de uma possível falta de mão de obra em Portugal por causa das mudanças na política migratória.

O que representa a recondução à presidência da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira?

A recondução representa um voto de confiança no trabalho desenvolvido pela equipe da direção e na visão estratégica que temos vindo a implementar. É também um compromisso renovado com o fortalecimento das relações económicas entre Portugal e o Brasil, num momento particularmente relevante para ambos os países.

Quais considera terem sido os principais resultados alcançados no mandato anterior?

Destaco a revitalização da Câmara, o aumento do número e da diversidade dos associados, a criação de comités temáticos ativos e a realização de eventos com impacto económico e institucional. Conseguimos aproximar empresas, decisores públicos e investidores, gerando oportunidades concretas de negócios e parcerias.

Quais serão os eixos estratégicos que irão orientar este novo mandato?

O foco está na atração de investimento, no apoio à internacionalização das empresas, na agenda ESG, na inovação e tecnologia, e no aprofundamento do diálogo institucional . Queremos uma câmara ainda mais relevante, prática e orientada para resultados.

Como avalia o atual momento das relações comerciais entre Portugal e Brasil?

Vivemos um momento muito positivo. O Brasil voltou a olhar para Portugal como porta de entrada para a Europa, e Portugal reconhece no Brasil um parceiro estratégico, não apenas pelo laço histórico, mas pela complementaridade económica e pelo potencial de crescimento.

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Existem barreiras específicas que ainda dificultam o investimento entre os dois países?

Existem desafios burocráticos, fiscais e regulatórios, sobretudo na fase inicial do investimento. No entanto, são barreiras superáveis com informação adequada, planeamento e apoio institucional exatamente onde a câmara, com seus associados, pode e deve atuar.

Que papel a Câmara pode desempenhar na atração de investimentos brasileiros para Portugal e vice-versa?

A Câmara atua como ponte qualificada. Oferecemos, através dos associados , conhecimento local, acesso a redes institucionais, empresariais e financeiras, e ajudamos a reduzir riscos. O nosso papel é facilitar decisões de investimento informadas e sustentáveis.

Como vê o atual momento da imigração em Portugal?

A imigração é hoje uma realidade estrutural da economia portuguesa. Portugal precisa de imigrantes para sustentar o crescimento económico, responder ao envelhecimento da população e preencher lacunas no mercado de trabalho.

A restrição recente da lei para a CPLP pode trazer um problema de mão de obra para Portugal?

Pode, sim. É fundamental que haja equilíbrio entre controle, integração e necessidade económica. Uma restrição excessiva pode agravar a escassez de mão de obra em setores-chave. O desafio é criar políticas migratórias responsáveis, mas alinhadas com as necessidades reais do país.

amanda.lima@dn.pt

Este texto está publicado na edição impressa do Diário de Notícias desta segunda-feira, 22 de dezembro de 2025.
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