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Na busca por emprego, "maior necessidade" de imigrantes é um CV
Margarida Santos ministra workshop sobre empregabilidade para migrantes. Foto: Lisbon Project.

Na busca por emprego, "maior necessidade" de imigrantes é um CV

Feedback de recrutadores nacionais sobre currículos de estrangeiros é de que “não são desejáveis”. Especialista diz que inteligência artificial pode ajudar candidatos a se destacar.

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por DN Brasil

Texto e entrevista: Caroline Ribeiro

Quem procura ingressar no mercado de trabalho em Portugal, após a mudança para o país, pode partir de um ponto ainda mais desvantajoso caso não consiga “se dedicar realmente à busca de emprego”. Quem o afirma ao DN Brasil é a especialista Margarida Santos, coordenadora do programa de empregabilidade do Lisbon Project, uma associação sem fins lucrativos que apoia migrantes em Lisboa. Entre as dificuldades que os estrangeiros apresentam, “a maior necessidade, sem dúvidas, é um CV”, diz Margarida.

Em entrevista, a profissional ajuda a esclarecer mais detalhes sobre o perfil de recrutamento em Portugal e traz dicas que podem orientar imigrantes na busca por um novo emprego.


O que dizem os recrutadores, em geral, quando vocês encaminham pessoas atendidas pelo programa para uma seleção de emprego?

O feedback que eu recebo, muitas vezes, é de que os candidatos se apresentam com um currículo que não é o desejável. Por isso, na estrutura do nosso programa, temos quase como um primeiro passo dedicado aos CV.

E quais são as principais falhas cometidas pelos imigrantes na elaboração dos currículos?

Uma pessoa quando vai pesquisar na Internet vê logo um “CV Europa”, aquele Europass, que, apesar de eu não ter nada contra o modelo, não é o que os recrutadores querem. As pessoas também querem incluir tudo, e eu percebo a ânsia, não querem ser vistas apenas como mais uma, mas é preciso entender que há “o currículo que tu queres” e “o que tu precisas”. É só escreverem ali o que procuram para a vaga. O que queremos é sempre o que destaca algo da nossa especialidade, esse pode ter duas páginas. Mas se é para aquilo que precisas, é uma pagina só com aquilo que é relevante. Se tiveres dez experiencias relevantes, pega nas últimas três e faz delas ainda mais relevantes.

O mesmo currículo serve para mais de uma vaga?

É preciso adaptar o currículo à busca de emprego. Principalmente quem está à procura de qualquer emprego, só quer é trabalhar, fazem um CV e mandam para qualquer sítio. Para alguns que estão a receber é aceitável, para outros não tem nada a ver com a função para o qual estão a se candidatar. Adaptar o CV e explorar, inclusive, a Inteligência Artificial para ajudar, mas não nos basearmos nela, pois, por vezes, soa artificial. É para usar esse apoio, mas não depender desse apoio. Se a pessoa só tem uma experiência em restauração, mas foi médica em outros sítios, essa experiência não vai contribuir para nada, vai fazer a pessoa ser extra qualificada e isso já pode ser um problema.

E como dosar o nível de detalhamento das informações?

Meter bullet points a falar quais eram as responsabilidades naquelas vagas, às vezes metem só o título e data, mas descrever as responsabilidades com alguma atenção, sem dúvida, importa. Uma coisa impressionante, eu não sabia que se fazia, era meter toda a documentação, endereço, número de utente. Não se pode fazer isso, mas aparentemente é comum em alguns países. Investir numa carta de apresentação é importante. A carta conta a sua história, o CV é a vossa apresentação. A pessoa tem que estar interessada no CV para ler a sua carta de apresentação ou visitar seu perfil do Linkedin.

O sucesso da procura não se resume ao CV, correto?

Isso. Antes, é preciso pesquisar a empresa. Depois do envio de um CV, durante a entrevista, também saber que adaptação cultural é importante, mas peguem nas diferenças e destaquem-nas como positivas. Um brasileiro, um indiano, um nepalês, que têm mais cultura de família, de união, em certos empregos ter team work (espírito de equipe) é super importante, estes candidatos podem destacar isso. É reverter a moeda e mostrar que “a minha imigração faz de mim o melhor profissional para isto”.

caroline.ribeiro@dn.pt

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