O Serpro, agora chamado Empresa Nacional de Inteligência em Governo Digital e Tecnologia da Informação do Brasil, trabalha com 44 países no desenvolvimento de tecnologias e quer que o 45º seja Portugal.“Queremos contribuir, e os governos já têm conversado muito”, diz ao DN Brasil Felipe Lopes da Silva, superintendente de Inteligência de Negócio do Serpro.“Enquanto empresa pública, o Serpro gostaria, sim, de contribuir, de poder trazer a nossa expertise nas soluções que já desenvolvemos, como o Gov.br e a Carteira Digital de Trânsito. São sistemas que integraram diversas bases de dados no Brasil, reunindo informações e proporcionando mais agilidade e eficiência para o cidadão na ponta”, destaca ao jornal. O executivo participou da programação do Brazil Tech Days, em Aveiro.Nesta semana, à margem do seminário “Diálogo sobre uma Agenda Luso-Brasileira em IA”, representantes dos governos do Brasil e de Portugal realizaram uma reunião para acertar o avanço de ações práticas do memorando de entendimento sobre o tema. O documento foi assinado durante a cimeira Brasil–Portugal, realizada em fevereiro, em Brasília.O secretário de Estado para a Digitalização de Portugal, Bernardo Correia, foi convidado pelo secretário de Ciência e Tecnologia para a Transformação Digital do Brasil, Henrique de Oliveira Miguel, a visitar o Brasil e conhecer de perto as tecnologias desenvolvidas. Também durante o Brazil Tech Days, Henrique afirmou que as conversas continuam avançando, sendo o encontro do dia anterior decisivo para o progresso das iniciativas.Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!Brasil à frenteO superintendente do Serpro participou de uma mesa no evento em Aveiro sobre a digitalização dos serviços públicos, na qual foi reconhecido que o Brasil está à frente nessa área. A empresa pública é responsável por praticamente todos os serviços digitais do governo federal, tendo o Gov.br como “a menina dos olhos”, acessível a qualquer cidadão em qualquer parte do mundo. Outra tecnologia de destaque é a biometria à distância, que, em Portugal, ainda precisa ser feita presencialmente.Felipe afirma que é “perfeitamente possível” integrar diferentes sistemas de órgãos públicos, como as Finanças e a Segurança Social, entidades com as quais os brasileiros precisam lidar em Portugal. Um dos principais choques culturais dos imigrantes, segundo ele, é a falta de interoperabilidade entre os sistemas, o que dificulta a vida dos cidadãos. O Serpro, inclusive, é responsável pelos sistemas que tratam da documentação dos imigrantes que vivem no Brasil.Durante o Brazil Tech Days, foi assinado um acordo de cooperação com o Cais do Porto, fortalecendo a aproximação entre os dois países.“O nosso intuito é aproximar mais o Governo do Brasil de Portugal, por meio do Cais do Porto, que é um hub de inovação”, pontua Felipe ao DN Brasil.Segundo o executivo, a experiência de cooperação com outros países tem sido bastante positiva. O Governo brasileiro oferece consultorias e sistemas tecnológicos, especialmente na área de serviços públicos. “Em Angola, por exemplo, estamos reformulando tudo”, cita. “Todos nos pedem para ‘mudar tudo’, porque confiam na nossa tecnologia”, complementa.A empresa é uma das mais premiadas nesta área. Em 2024, o Serpro recebeu 13 premiações de destaque, sendo dez brasileiras e três internacionais. Os prêmios internacionais reconheceram "a maturidade da estratégia de dados da empresa, além de sua expertise em desenvolver sistemas voltados para a experiência do cliente". Uma equipe da secretaria do Governo Digital também ganhou um prêmio da ONU pelo trabalho do governo realizado com a plataforma Gov.br. Por fim, a CIN foi considerada o melhor cartão de identificação nacional da América Latina.amanda.lima@dn.pt.O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil..Brasil põe à disposição de Portugal tecnologia de serviços digitais e IA.AIMA: dois anos à procura de um rumo e de como comunicar com os imigrantes