Dança, viagens e vida de trabalhador: quem era o brasileiro que morreu em incêndio
Carlos Eduardo era de Recife e tinha vários trabalhos em Portugal.
Texto: Amanda Lima
Fã de dança e Carnaval, imigrante com vários empregos e que gostava de viajar: assim era Carlos Eduardo Neves, o brasileiro de 28 anos vítima de incêndio em Portugal ontem (16). Bastante ativo nas redes sociais, o pernambucano, que usava o apelido de "Chantilly Papai", costumava mostrar suas rotinas para os seguidores.
O imigrante morava em Portugal há cinco anos e conciliava os empregos. No verão, dedicou-se à venda de bolas de Berlim nas praias da região de Aveiro. O último post do feed do Instagram, no dia 28 de agosto, Carlos mostrava o trabalho na praia. "Olha a bolinha olha, olha a bolinha aqui na praia ainda tem com creme e tem sem creme", cantava.
A maior parte das publicações do brasileiro eram repletas de bom humor. Também mostrava sua paixão pela música e dança, participando ativamente das festividades de Carnaval e de verão em Portugal, país que escolheu para viver.
No Brasil, Carlos tinha uma filha de 1 ano. Com frequência também publicava fotos da bebê e demonstrava a saudade da criança. Eduarda Neves, irmã da vítima, manifestou o luto em uma publicação nas redes sociais. "Eu só queria acordar desse pesadelo, eu ainda não acredito", escreveu hoje com uma foto do irmão.
A morte do brasileiro
De acordo com a Guarda Nacional Republicana (GNR), ele teria ido até a área de fogo com outros funcionários para recuperar máquinas de trabalho. "Um trabalhador de uma empresa de gestão florestal foi sitiado pelo fogo quando estava junto às máquinas. Foi nessa situação que foi cercado pela linha de fogo", disse o comandante da Proteção Civil, André Fernandes, em coletiva de imprensa. O DN Brasil confirmou com fonte da Polícia Judiciária (PJ) que o caso está sendo investigado. A família foi avisada da tragédia ainda ontem.