Brasileiro se torna referência na vida noturna em Valença

A história do brasileiro João Paulo Gomes Alcântara, mais conhecido como JP Alcântara, difere um pouco da de outros empresários brasileiros que decidiram investir em Portugal. Sendo atualmente uma referência na noite de Valença, com a discoteca Estação Valença, o imigrante foi criado no Brasil por pais adotivos. Aos 14 anos, através da antiga rede social Orkut, ficou sabendo quem era a mãe biológica, que morava em Portugal. Pouco tempo depois, decidiu encontrá-la em Valença, na região Norte do país.

Quando mudou de país, começou a trabalhar inicialmente como barman, preparando e vendendo caipirinhas. “Muitas vezes dormia em colchões improvisados e enfrentava jornadas de trabalho extenuantes. Esses períodos foram difíceis, mas me ensinaram a valorizar cada conquista,” destaca o imigrante.

Além de barman e fazendo uma rede de contatos, JP passou a atuar também como DJ e representante de eventos, conciliando com o trabalho em uma fábrica. A paixão pela área do entretenimento veio na bagagem. Aos 12 anos, ainda no Brasil, organizava pequenos eventos para amigos e tocava como DJ amador.

Com 21 anos, surgiu a oportunidade de empreender. Com o sócio Diogo Rosa, assumiu a Estação Valença, um bar, restaurante e discoteca. “Eu sempre quis ter algo meu, ser alguém de sucesso. Trabalhei em dobro, fazendo hora extra na fábrica e ajudando na discoteca para provar que era possível,” conta JP. 

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O local hoje é referência na noite na região e também da Espanha, por ser perto da fronteira e ter como destaque a culinária brasileira no restaurante. O brasileiro avalia que, ao assumir o estabelecimento, uma das mudanças foi apostar na diversidade cultural. 

Além de promover festas temáticas como o Brazilian Fest, que mistura sertanejo, pagode e funk, o local se tornou ponto de encontro de diferentes comunidades, como brasileiros, espanhóis, colombianos e venezuelanos. “Queremos ser um lugar para todos. Abrimos o leque e conseguimos atrair um público variado”, explica.

Ele diz que a jornada empreendedora não é fácil. Em 2024, apesar da consolidação regional, enfrentou a alta nos custos, um problema geral do país. Por isso, está sempre pensando em novas ideias. Para este ano, tem como plano expandir o público da casa e continuar animando a noite de Valença.

amanda.lima@dn.pt