Web Summit: brasileira fez a curadoria de startups lideradas por pessoas negras
A carioca Elisângela Souza, fundadora da IDE Social Hub, foi escolhida pelo Web Summit para fazer a curadoria.
Texto: Amanda Lima
O trabalho de escolha de startups fundadas por pessoas negras para o Web Summit Lisboa foi liderado por uma brasileira. Elisângela Souza, fundadora da IDE Social Hub, fez a curadoria para o evento, em um trabalho de campo que envolveu a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A imigrante conta ao DN Brasil que o convite surgiu após a participação no evento de 2022. "Eu fui parte desse grupo minorizado representando essa delegação em 2022. E a partir disso nós construímos uma relação de parceria e aí veio o convite", destaca. Elisângela acionou seus contatos para encontrar os melhores cases para o evento. "Eu ouço muitas desculpas quando as organizações portuguesas falam que não encontram as pessoas, mas é só saber procurar", explica.
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Nesta edição, a imigrante escolheu cinco empresas, de Portugal, Brasil e Cabo Verde. Mas a brasileira considera o número muito baixo. "Precisamos melhorar esses números nas próximas edições. Por isso que é tão importante fazer esse trabalho e construir essa relação de parceria", ressalta.
Segundo a brasileira, outro desafio é fazer com que estas empresárias e empresários sintam-se pertencentes a este meio. "As pessoas também não se mostram, não mostram o seu trabalho, porque não se sentem pertencentes a esses locais. O trabalho é também de desconstruir o mindset, para que se sintam pertencentes", analisa.
Ao passo que se sente privilegiada por estar nesta posição, a brasileira também destaca que é uma "baita responsabilidade" fazer esse trabalho, que considera "urgente" em todo o mundo. "Eu sinto que estou cumprindo minha missão em relação à possibilidade de aumentar realmente esse número e essa agenda", pontua.
Afromeet
Além da curadoria das empresas black founders, Elisângela realiza hoje (14) o Afromeet, um evento dedicado à comunidade afro no Web Summit Lisboa. Será na Casa do Comum, às 17h, com palestrantes do Brasil, Portugal e Cabo Verde. "Estou muito feliz porque eu consegui trazer um time incrível de Brasil, Portugal e África, sendo representado por Cabo Verde", ressalta ao DN Brasil.
De acordo com a empresária, o objetivo é "criar um espaço de diálogo e colaboração para ampliar a representatividade e fortalecer a participação de afrodescendentes no setor digital". Mais de 100 pessoas já estão confirmadas.
As palestras vão ser realizadas por Lisiane Lemos, secretária de Inclusão Digital e Políticas de Equidade do estado do Rio Grande do Sul, Milton Cabral, coordenador do Cabo Verde Digital e Marlysson Silva, CEO do Transfero Group, além de Elisângela. O evento é gratuito, mas as vagas são limitadas. A inscrição pode ser realizada neste link.
amanda.lima@dn.pt