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"Verificar custos": economista dá recomendações sobre envio de dinheiro ao Brasil
Foto: Divulgação / Banco Central do Brasil

"Verificar custos": economista dá recomendações sobre envio de dinheiro ao Brasil

O Real, moeda que estabilizou a economia brasileira e facilitou a vida de quem mora no exterior, completa 30 anos hoje. Portugal aparece no topo dos países de onde e para onde os brasileiros mais enviam dinheiro.

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por DN Brasil

Texto: Caroline Ribeiro

No dia 1 de julho de 1994 as primeiras cédulas do Real começaram a circular no Brasil. A nova moeda entrou em vigor como uma medida para travar a inflação descontrolada da época, que afetava o "cruzeiro real" e a vida dos brasileiros.

A equipe econômica do então presidente Itamar Franco conseguiu reconhecimento internacional ao estabilizar a economia brasileira criando a Unidade Real de Valor (URV). “Um elemento importante desse processo foi o povo, que apoiou o Plano [Real]. Eu lembro que, quando André [Lara Resende] e eu conversamos, em 1984, sobre quanto tempo ia durar para ter uma moeda indexada, e as pessoas começarem a usá-la, achamos que seria um ano e meio ou dois. Nada! Em três ou quatro meses, já estava tudo denominado em URV", disse o economista Persio Arida, considerado um dos "pais" do Plano Real, durante uma conferência promovida pelo Banco Central em comemoração aos 30 anos da moeda.

Ao longo de três décadas, os governos mudaram, a economia brasileira oscilou para cima, para baixo, a realidade do país é outra, mas a estabilidade do Real continua. "Essa credibilidade do novo regime fiscal foi fundamental, possibilitou essa conquista da estabilidade", diz ao DN Brasil o economista Eduardo Velho, sócio da JF Trust.

Para quem vive no exterior, as transações financeiras que usam a conversão do Real são tema constante. Nesse quesito, a credibilidade das moedas influencia no valor de câmbio. "O valor de uma moeda é dado pelos seus fundamentos, seu histórico de credibilidade. Uma moeda pra ter capacidade de troca, reserva de valor e fixar preços tem que ter credibilidade. Se você quer trocar pesos bolivianos por dólar, por exemplo, não vai ser aceito, é sinal de que não tem credibilidade, ou valor", explica.

Economista Eduardo Velho. Foto: Arquivo pessoal

De acordo com o Relatório de Economia Bancária (REB) do Banco Central, divulgado no mês de junho, as transferências pessoais de dinheiro de brasileiros para o exterior alcançaram US$2.140 milhões em 2023. Já os envios de outros países para o Brasil chegaram a US$3.997 milhões.

As transferências pessoais no Brasil têm como principais origens e destinos os Estados Unidos, Portugal e Reino Unido. No ano passado, 51,2% das remessas recebidas pelo Brasil foram feitas dos Estados Unidos. Além disso, o país também foi o principal destino das remessas enviadas do Brasil para fora, com 22,7%. Portugal ocupou a segunda posição, recebendo 17,2% do dinheiro dos brasileiros enviado para o exterior e originando 7,33% das remessas recebidas no Brasil. O Reino Unido ficou em terceiro lugar, com 6,4% das transferências recebidas e 6,9% das enviadas.

Segundo o Banco de Portugal, os brasileiros que residem no país são os imigrantes que mais enviam dinheiro para o seu lugar de origem. Em 2023, as transferências feitas para o Brasil alcançaram a marca de 281,34 milhões de euros. Envios dos brasileiros, chineses e romenos corresponderam a cerca de 60% do total das remessas de imigrantes.

"O Real hoje é uma das moedas mais líquidas entre os países emergentes. Significa que vários fundos de capitais, de investimento, tem interesse em aplicar na moeda brasileira, porque o risco é muito pequeno", pontua Eduardo Velho.

Para quem faz transferências internacionais, o economista deixa algumas dicas, como verificar os valores de spread de câmbio, que é a diferença entre o valor que a instituição financeira paga pela compra de moeda estrangeira e a quantia recebida pela venda dessa mesma moeda.

"Primeira coisa, verificar custos. No Banco Central do Brasil, você pode pesquisar o spread de casas de câmbio e verificar como pagar o menor custo de transferência. A tendência é que essas casas de câmbio e corretores joguem o spread pra cima. O segundo ponto é perguntar, ter alguém da família que tenha mais proximidade com o assunto, ou uma assessoria, para dar mais uma visão sobre essas fatores de valorização e desvalorização da moeda".

O principal, na análise do economista, é ver as perspectivas. "Se você tem um compromisso, tem que comprar moeda, ou transferir dinheiro pra ajudar a família, não tente acertar as perspectivas do cenário, faça. Analisar o cenário é sempre para a frente, se chegou nesse ponto você já perdeu o timing. Faça a pesquisa e se planeje melhor para a frente", indica.

caroline.ribeiro@dn.pt

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