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Saúde privada: conheça diferenças de valores e funcionamento entre Brasil e Portugal
CUF, rede de saúde privada, com clínicas e hospitais, em Portugal. Foto: Artur Machado / Global Imagens.

Saúde privada: conheça diferenças de valores e funcionamento entre Brasil e Portugal

Chegou a Portugal e não sabe se vale a pena fazer um plano de saúde? Qual a diferença para os do Brasil? Quanto pode custar? Conversamos com uma especialista para explicar algumas diferenças entre os dois países que podem gerar dúvidas.

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por DN Brasil

Texto: Caroline Ribeiro

A experiência profissional em seguradoras no Brasil fez Fabiane Salomão continuar na área depois da mudança para Portugal. Hoje, trabalha como mediadora de seguros e atende brasileiros que, a todo momento, mostram surpresa com as diferenças entre o funcionamento e valores dos sistemas de saúde privada dos dois países.

Em Portugal, é comum encontrar opções de planos de saúde onde menos se espera: redes de supermercado oferecem, lojas de eletrônicos, empresas de energia e gás, só para dar alguns exemplos. Diferente do Brasil, os valores são atraentes, há opções individuais por 10 euros por mês (pouco mais de 60 reais na cotação atual) e de menos de 30 euros (180 reais) para uma família de quatro pessoas.

Confiando no mesmo nome da opção mais popular no Brasil, quem contrata um plano de saúde em Portugal pode não encontrar a prestação de serviços com a qual está acostumado. Enquanto no Brasil seguros e planos de saúde têm basicamente as mesmas características e são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em Portugal "a diferença é muito grande entre os dois", diz Fabiane Salomão.

"O plano não te dá a cobertura total, então as pessoas fazem um e pagam 29 euros (174 reais) por mês para uma família, quando um bom seguro ficaria em torno de 150 euros (900 reais) para um casal e dois filhos", explica a profissional.

Em geral, planos de saúde portugueses não contemplam serviços hospitalares, como internamentos e cirurgias. Além dos que são oferecidos por empresas, algumas redes de hospitais particulares têm os próprios planos, que funcionam como um cartão de descontos para consultas, exames e alguns tratamentos. O Plano +CUF, por exemplo, de uma das redes particulares mais conhecidas do país, tem opção a partir de 11 euros (66 reais) por mês para uma pessoa.

Em Portugal, são os seguros de saúde que garantem uma cobertura mais parecida com o habitual no Brasil. "A principal diferença é que aqui é tudo comparticipado, então sempre que utilizar eu vou ter que pagar uma parte das consultas, exames, um franquia de cirurgia", diz Fabiane. Uma consulta de urgência na rede do Hospital da Luz, outra particular de referência, varia de 90 a 120 euros (540 a 720 reais). Com um seguro de saúde, o valor que o paciente paga na hora ronda os 40 euros (240 reais).

"Outra diferença é que no Brasil não tem limite, tudo o que está no rol da ANS o plano paga, independente do valor. Aqui não. Aqui, contrata-se um valor para usar por ano com hospitalização", acrescenta a mediadora.

Mais uma diferença, que pode gerar surpresas caso a pessoa não esteja atenta, é que, em Portugal, seguros de saúde não cobrem problemas pré-existentes. No Brasil, é possível contratar um plano e aguardar dois anos para consultas para aquela doença. Em território luso, apenas uma seguradora, francesa, cobre patologias pré-existentes.

Outro ponto que gera confusão são os valores a pagar. Fabiane Salomão explica que os valores dependem de diversos acordos. "A pessoa aqui tem muita dificuldade de saber quanto vai pagar nas coisas. Ninguém sabe quanto vai custar um exame, uma cirurgia, se vai ter cobertura, se não vai. Não é igual ao Brasil, que passo o cartão do plano e faço tudo o que quiser.

Óticas e dentistas

Uma das máximas dos brasileiros que vivem em Portugal é: "vou ao Brasil de férias, vou aproveitar para ir ao dentista e fazer meus óculos novos". E atire a primeira pedra quem nunca disse ou ouviu a frase.

Fazer óculos de grau em Portugal com lentes multifocais com antireflexo pode rondar os 500 euros (3.000 reais) dependendo da marca da armação. As óticas costumam dar descontos para quem tem algum seguro de saúde, além disso é possível adicionar ao seguro um valor extra mensal para usar com esses artigos.

Já para os dentistas, as empresas dos seguros contemplam consultas nas clínicas da própria rede. Assim como as óticas, é possível incluir um valor extra mensal para utilização fora da rede da seguradora e ter reembolso de uma porcentagem do valor pago por uma consulta particular.

Em qualquer caso, a dica de Fabiane é "pesquisar" o que melhor se encaixa no perfil das famílias e procurar ajuda profissional para tirar dúvidas.

caroline.ribeiro@dn.pt

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