Risco de tsunami? Novos tremores? Saiba como se proteger de um terremoto

Texto: Caroline Ribeiro

O terremoto desta segunda-feira (26) que atingiu Portugal foi considerado de nível moderado pelas autoridades, com 5,3 na escala de Richter, e gerou apreensão na população. As autoridades têm tentado tranquilizar as pessoas. Para muitos brasileiros, a situação é inédita, já que, embora aconteçam com frequência, sismos não são tão sentidos no Brasil, como explica ao DN Brasil o sismólogo Bruno Collaço, da Universidade de São Paulo.

As casas estão preparadas para novos tremores? Existe risco de um tsunami? Vai haver mais sismos? Perguntas que se multiplicam nos relatos de quem vive em solo lusitano hoje. Um dos questionamentos feitos às autoridades portuguesas foi por qual motivo a população não recebeu um alerta de tsunami. De acordo com a Proteção Civil, os alertas nacionais são emitidos apenas em casos de tremores que atinjam 6 pontos de magnitude.

De acordo com o Instituto Dom Luiz, unidade de pesquisa científica na Universidade de Lisboa que estuda eventos naturais no planeta, o risco existe.

"Havendo um grande sismo sob o oceano na vizinhança da costa há uma muito forte probabilidade que se gere um tsunami, tal como ocorreu a 1 de novembro de 1755, ou com menor amplitude, em 28 de fevereiro de 1969", diz a instituição na área reservada à dúvidas sobre terremotos em seu site.

Ainda segundo o Instituto, estudos dos dois episódios citados mostram que "um tsunami gerado a Sul ou Sudoeste do Algarve alcança a costa mais próxima do Barlavento Algarvio em pouco mais de 10 minutos e atinge Cascais em cerca de 30 minutos. O tsunami propaga-se em seguida de forma mais lenta pelo interior do estuário do Tejo demorando 90 minutos a atingir o Poço do Bispo".

Como se proteger?

A Proteção Civil realiza nas escolas de Portugal ações de simulação para que os alunos aprendam como agir em caso de terremotos. A medida é válida para que as crianças e adolescentes repliquem o conhecimento nas suas comunidades. A entidade também disponibiliza um guia com as principais formas de minimizar os danos. São elas:

Antes:

• Informe-se sobre as causas e efeitos possíveis de um sismo na área de residência.
• Crie um plano de emergência para toda a família e certifique-se que todos sabem como agir.
• Combine previamente um ponto de encontro para o caso dos membros da família se separarem durante o incidente.
• Em casa, liberte os corredores e passagens, arrumando móveis e brinquedos.
• Organize um kit de emergência com ítens como uma lanterna, um rádio portátil (sem pilhas), estojo de primeiros socorros, água em recipientes de plástico e alimentos secos para dois ou três dias, dinheiro, um apito, uma máscara anti-pó, e o carregador do celular com uma bateria extra (vulgo power-bank), além de comida e água extra para animais de estimação.

Durante:

• Se está dentro de casa ou de um edifício, não vá para as escadas.
• Nunca utilize elevadores.
• Abrigue-se no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama e mantenha-se afastado de janelas e espelhos.
• Se está num local com grande concentração de pessoas fique dentro do edifício até o tremor parar, não procure as saídas. As escadas e portas são pontos que facilmente se enchem de escombros e podem ficar obstruídas por pessoas que tentam deixar o prédio.
• Se estiver na rua, dirija-se para um local aberto, longe do mar ou cursos de água.
• Mantenha-se afastado dos edifícios, dos postes de eletricidade e outros objetos que possam desabar, como muros, chaminés e varandas.

Se estiver dirigindo:

• Pare o veículo longe de edifícios, muros, postes e cabos de alta tensão e permaneça dentro dele.

Para quem vive próximo do litoral, as ondas de um maremoto são antecedidas pelos tremores, que "servem de aviso", reforça o Instituto Dom Luiz. Neste caso, a orientação é procurar imediatamente um local mais elevado, sem esperar os alertas oficiais, que poderão ainda demorar alguns minutos.

caroline.ribeiro@dn.pt

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