Eça de Queiroz morreu em 1900.
Eça de Queiroz morreu em 1900.DR

Restos mortais de Eça de Queiroz vão para o Panteão Nacional. Relembre clássicos que fizeram sucesso entre brasileiros

Cerimônia solene vai marcar o traslado dos restos mortais do escritor português da cidade de Baião, no Norte do país, para o monumento histórico em Lisboa.
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Os restos mortais do escritor português Eça de Queiroz vão ser transferidos para o Panteão Nacional, em Lisboa, nesta quarta-feira (8), com direito a duas cerimônias solenes e a presença do presidente da República e do primeiro-ministro.

A homenagem ao escritor começa na Assembleia da República, onde a urna com seus restos mortais vai ser recebida. Em seguida, vai seguir com a escolta de honra a cavalo até o Panteão Nacional, para a segunda parte da solenidade, onde vão se reunir as autoridades políticas do país.

Eça de Queiroz morreu em 1900, aos 54 anos de idade, e esteve sepultado, até então, num jazigo da família no cemitério de Santa Cruz do Douro, na cidade de Baião, distrito do Porto. O escritor, considerado um dos grandes nomes da literatura portuguesa, teve sempre forte apelo no Brasil e tornou-se popular logo no final do século XIX, com suas primeiras obras.

Publicado em 1875, o romance de estreia de Eça, O Crime do Padre Amaro, marcou época no país. Três anos depois, O Primo Basílio manteve o sucesso do autor, gerando, inclusive, "ciúmes" em Machado de Assis. Segundo biógrafos de Eça de Queiroz, o brasileiro considerava "excessivo" o estilo realista do português e não aprovava a "imoralidade" das cenas retratadas.

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Com o célebre Os Maias, publicado em 1888, Eça de Queiroz arrebatou de vez o Brasil. O enredo viria a ser adaptado em 2001 para televisão, pela TV Globo, com os atores Ana Paula Arósio e Fábio Assunção nos papéis principais, numa série que foi gravada entre Brasil e Portugal e reconhecida internacionalmente até hoje. O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio também receberam adaptações, marcando época na tv brasileira.

Com os restos mortais sepultados no Panteão Nacional, Eça de Queiroz recebe o reconhecimento máximo de sua relevância para Portugal. No monumento estão outras personalidades que foram ícones do país, como a poeta Sophia de Mello Breyner Andresen, a fadista Amália Rodrigues, o jogador de futebol Eusébio.

caroline.ribeiro@dn.pt

Eça de Queiroz morreu em 1900.
"Momento simbólico e solene." Restos mortais de Eça de Queiroz este domingo em câmara-ardente na Casa de Tormes

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