Regionalismos, resistência e diversidade marcaram feiras brasileiras em prol do Carnaval
Blocos vão continuar realizando eventos para conseguir realizar a festa na rua em 2025.
Texto: Amanda Lima
Cinco domingos, muita música, quitutes brasileiros e resistência: assim foram as cinco edições da Feira Cultural Brasileira na Fábrica Braço de Prata, com objetivo de arrecadar recursos para o Carnaval 2025 em Lisboa. A última edição ocorreu neste domingo, com os ritmo do carimbó, samba e forró aquecendo o dia frio na cidade.
A festa teve a presença de quatro blocos que realizam seus ensaios na fábrica: Cuiqueiros de Lisboa, Lisbloco, Oxalá e Qui nem Jiló. Representantes de cada bloco, além de Monalinda, presente da União dos Blocos de Carnaval de Lisboa participaram da roda de conversa sobre Carnaval e Resistência, mediada pelo DN Brasil.
Os líderes avaliam como positiva a realização das cinco feiras na Fábrica Braço de Prata. Eles também garantem que não vão desistir do Carnaval, mesmo que enfrentem burocracia e a falta de apoio do poder público. "O Carnaval em Lisboa ainda não existe de verdade. Só vai existir quando formos reconhecidos, especialmente pelo poder público", destaca Júlio Brechó, do Lisbloco. Nenê do Chalé, fundador do bloco Cuiqueiros de Lisboa, concorda, e acrescenta que "nada vai impedir a realização do Carnaval".
André Piteiras, português fundador do bloco Oxalá, salienta que é preciso ver o potencial econômico da festa na cidade. "Há brasileiros em muitos países da Europa que passam o Carnaval aqui, mais perto do que ir para o Brasil", explica. Monalinda complementa que esse movimento já existe e tem chances de ser ampliado.
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Na Fábrica Braço de Prata esta foi a última edição da feira. No entanto, outros eventos pela cidade também estão programados para as próximas semanas, com o mesmo objetivo de arrecadar recursos.
Luha vieira, coordenadora de eventos do local, também avalia positivamente a realização das feiras. "Conseguimos mostrar tanta diversidade, temos tanto a mostrar do Brasil, especialmente as culturas regionais", explica.
Luha salienta que cada edição teve cerca de 20 atividades diferentes, inclusive para as crianças, como oficinas de percussão, aulas de forró, contação de histórias e banho de mangueira no verão. "Consideramos que foi muito inclusivo, para todas as idades", complementa. Outro ponto que a coordenadora ressalta é a participação de pequenos empresários. "É uma forma de ter um dia garantido de vendas, mas também de divulgar e até de entender o próprio negócio", explica.
A Fábrica Braço de Prata vai analisar no primeiro trimestre de 2025 a retomada dos eventos dedicados exclusivamente para a cultura brasileira. Até lá, com frequência artistas brasileiros são presença constante nos eventos do local.
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amanda.lima@dn.pt