Portugueses "têm sorte" de ter o Brasil falando a mesma língua, diz Carlos Moedas em evento com prefeitos
Representantes de sete cidades brasileiras estão em Portugal para uma agenda de cinco dias de visitas e trocas de experiências nos setores de inovação, startups, mobilidade urbana, governança metropolitana e reordenamento urbano. A comitiva iniciou as atividades em Lisboa, nesta segunda-feira, 23 de junho, com uma recepção pelo presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas.
Durante o encontro, o prefeito lisboeta foi presenteado com uma cachaça e destacou a importância das relações entre os dois países. "É muito importante para mim esta relação por duas razões. A primeira, que é aquilo que eu posso contribuir para o Brasil, mas também aquilo que o Brasil pode contribuir para Lisboa. Estamos a falar de um país que é um potentado mundial pela sua dimensão. Um país que nós temos a sorte, portugueses, de falar a nossa língua e isso tem um impacto mundial", disse Carlos Moedas aos jornalistas durante o evento.
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"Se hoje o português mundialmente é o que é, é graças ao Brasil, porque o Brasil tem essa capacidade e essa dimensão que é única no mundo. Para nós o mercado brasileiro é muito importante, o mercado econômico, mas também o mercado emocional que é tão importante e esta relação que temos entre as várias cidades", completou o autarca português.
Questionado sobre mudanças do Governo nas políticas migratórias, com medidas mais duras para regularização de residência e concessão da nacionalidade, Moedas apenas disse que são "termos do Governo", mas assumiu que manifestou a sua posição por mais "regras".
"Aquilo que pedi ao Governo foi que tivéssemos aqui regras, que são importantes para receber as pessoas, para estar cá, para as receber em Lisboa", respondeu.
"Eu sempre defendi a imigração como um benefício. A imigração é importante em muitos aspectos, mas defendo sempre que essa imigração deve ter regras", destacou Carlos Moedas, que enalteceu a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento de Lisboa.
"Vamos só ver os números. 30% da população de Lisboa não é portuguesa, nem nasceu em Portugal, portanto nós somos uma cidade, e sempre fomos, cosmopolita. No caso da imigração brasileira, ela tem uma proximidade muito grande, essa proximidade, eu diria que não é tanto a língua, a língua obviamente é a ligação principal, mas é uma comunidade que tem trazido empreendedorismo para a cidade, que tem criado empresas, tem criado valor", completou o presidente da câmara.
Este é o quarto ano que a missão Smart Cities, realizada pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) do Brasil vem a Portugal, com o apoio do Fórum de Integração Brasil Europa (FIBE). Depois da recepção na Câmara Municipal de Lisboa, os prefeitos brasileiros seguiram para o Hub Criativo do Beato. A agenda prossegue até o dia 27 com passagens por Oeiras, Coimbra e Porto, onde o grupo vai ser recebido pelos autarcas e fazer visitas técnicas.
caroline.ribeiro@dn.pt