Portugal vai cooperar para proteção da mata atlântica no Brasil
Um dos biomas mais ricos do mundo, a Mata Atlântica brasileira tem, hoje, menos de 12,5% da extensão original remanescente. Foi a primeira área de vegetação a sofrer com a exploração durante a colonização do Brasil.
Texto: DN Brasil
Os institutos Supereco e Pró-Muriqui, de São Paulo, e o Laboratório da Paisagem de Guimarães, cidade do norte de Portugal, assinaram um acordo que forma a “Aliança de Cooperação Técnica Internacional e Apoio Interinstitucional para a Mata Atlântica”.
As três entidades, que atuam na área de conservação socioambiental, pretendem desenvolver trabalho colaborativo, intercâmbio de pesquisadores, estudantes e técnicos de educação ambiental. A parceria também prevê a realização de eventos que contribuam com capacitação, divulgação de desafios e de boas-práticas, candidatura conjunta a fontes de financiamento e trabalhos em rede com outras instituições que atuam na Mata Atlântica.
Um dos biomas mais ricos do mundo, a Mata Atlântica brasileira tem, hoje, menos de 12,5% da extensão original remanescente. Foi a primeira área de vegetação a sofrer com a exploração durante a colonização do Brasil. Com o passar dos séculos, desmatamento ilegal, tráfico de plantas e de animais, caça e pesca predatórias e turismo desordenado agravaram ainda mais a situação do bioma, que concentra, sozinho, mais de 35% de todas as espécies de plantas do país.
Para a presidente do Instituto Supereco, Andrée Vieira, a Aliança “traz uma escala global para a importância do intercâmbio de pesquisa, metodologias e boas práticas para a recuperação e conservação de um dos biomas mais ricos em biodiversidade, serviços ambientais e prosperidade para todas as comunidades de vida do planeta”.
Adelina Pinto, presidente do Laboratório da Paisagem, realça que a parceria “é muito benéfica para as entidades envolvidas, pela partilha que proporcionará, quer ao nível da educação ambiental, mas também da investigação, sobretudo na área da biodiversidade".
O Laboratório da Paisagem, fundado em 2014, assenta o seu trabalho em pesquisa e desenvolvimento e na educação ambiental. O Instituto Supereco, com sede no litoral paulista, existe desde 1994 e é uma referência no desenvolvimento de programas educativos, sociais, ambientais e culturais, especialmente na Mata Atlântica. Já o Instituto Pró-Muriqui, fundado em 2000, com sede em São Miguel Arcanjo, conta com investigação científica aplicada à conservação biológica do Muriqui-do-sul, um primata em perigo crítico de extinção.
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