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Portugal tem "mais fortes", mas Brasil tem sismos "toda semana", dizem especialistas: veja explicação

Portugal está mais perto da borda das placas tectônicas. O Brasil também registra sismos, de magnitude pequena. Dependendo do que acontece em países vizinhos, como o Chile, também pode haver repercussão em solo brasileiro.

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por DN Brasil
Portugal tem "mais fortes", mas Brasil tem sismos "toda semana", dizem especialistas: veja explicação
Imagem do exercício de simulação A Terra Treme, realizado pela Proteção Civil em escolas de Portugal.

Texto: Caroline Ribeiro

Foram só alguns segundos de tremor, mas que abalaram todo o país. Na manhã desta segunda-feira (26), Portugal registrou um terremoto de 5,3 na escala de Richter, um abalo de nível "moderado", segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Todo o país ficou em alerta. Os relatos dos brasileiros residentes se multiplicam nas notícias, redes sociais, contando sobre um misto de medo e susto.

"Ser acordada tentando processar o que está acontecendo, me questionar se é um pesadelo ou se está acontecendo de verdade, não entender, quando penso me dá muito pânico", conta ao DN Brasil a gaúcha Ananda Garcia, que vive em Lisboa e estava dormindo quando o tremor aconteceu.

O geógrafo Guilherme Borges integra o setor de Geodésia da unidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Ceará, que tem o objetivo de criar sistemas de referência para aperfeiçoar a localização de cada ponto do país. O profissional nota que, diferente do Brasil, a posição de Portugal favorece a ocorrência de abalos de maior magnitude.

"O Brasil fica no meio de uma placa tectônica, a placa Sul-Americana. Por estar no meio, os sismos costumam ter menor grau de intensidade. Portugal está mais perto da borda das placas Africana e Euroasiatica, só por esse fato ja têm uma maior vulnerabilidade", explica ao DN Brasil.

Embora não sejam sentidos pela população em geral, o Brasil também registra sismos, de magnitude pequena, frequentemente. E dependendo do que acontece em países vizinhos, como o Chile, também pode haver repercussão em solo brasileiro.

"As placas tectônicas fazem três movimentos: quando uma vai em direção a outra, quando fazem movimentos paralelos e quando estão se distanciando. O tremor mais forte costuma ocorrer quando elas estão se encontrando, como acontece na placa Sul-Americana, mas na costa do oceano Pacífico, na região do Chile, por exemplo. É por isso que a Cordilheira dos Andes existe. Quando vão se encontrando, uma placa vai por baixo da outra e a altitude vai aumentando", diz Guilherme Borges.

Embora menores, os sismos no Brasil "acontecem toda semana, mas as pessoas não sentem", afirma ao DN Brasil o sismólogo Bruno Collaço, da Universidade de São Paulo, que integra a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR).

O sismólogo ressalta que, em Portugal, o principal ponto de contato está em uma falha na placa tectônica próxima das ilhas do arquipélago dos Açores, que costuma ter sismos mais intensos. "Esse tremor de hoje está um pouco mais acima do ponto de contato, mas Portugal vai sendo apertado pela placa da África. Não há uma prova científica do que causou o terremoto do século XVIII, mas suspeita-se que tenha sido inclusive causado por esse falha dos Açores", explica Bruno Collaço.

O terremoto de 1755 destruiu Lisboa e virou um marco na história nacional. É um dos eventos mais falados em passeios turísticos e vira parte do repertório de quem decide viver na capital portuguesa. De acordo com o cientista brasileiro, o incidente teria sido, inclusive, o responsável pelo nascimento da sismologia.

"Foi o início de tudo. Até então, as causas eram 'divinas'. Uma curiosidade que está em alguns livros é que, como houve muitas igrejas destruídas, houve incêndios, tsunamis, e em alguns prostíbulos não aconteceu nada, as pessoas passaram a questionar se era algo divino mesmo. Aí veio o Iluminismo, na França, e aí sim começaram a pensar mais cientificamente nos sismos", conta Bruno Collaço.

Para além do fato histórico, muitos brasileiros passam a ter o primeiro contato com a possibilidade de sentirem tremores de terra quando matriculam os filhos nas escolas. Diferente do Brasil, que não tem um cenário que exija precauções de maneira formal, os estudantes em Portugal têm exercícios sobre como agir durante um abalo sísmico.

As autoridades de Portugal tranquilizam a população, já que não há registro de danos ou vítimas do tremor de hoje, mas, agora, reforçam as medidas de proteção que cada pessoa pode adotar diante de um tremor de terra e prometem análise dos sistemas de prevenção e alerta do país.

caroline.ribeiro@dn.pt

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