Pernambucanas transformam banca de jornal desativada em loja de design em Lisboa
Amigas desde a faculdade, em Recife, Marina e Amanda reabilitaram uma banca na avenida da Igreja, no coração de Alvalade, e dizem ter sido "abraçadas" pelo bairro.
Texto: Caroline Ribeiro
"Amiga, veja se tá do seu gosto". "Pega aquele mais colorido". "Esse tá um charme". Frases de um diálogo que flui com toda a facilidade entre Marina Borba e Amanda Braga, mesmo sendo uma conversa intermediada pela internet: Amanda está em Madri e Marina em Lisboa. A ausência física de uma das integrantes da dupla não foi empecilho para que a nossa reportagem testemunhasse a sintonia desta amizade, agora, sociedade oficial. Marina e Amanda acabam de inaugurar a Uma Volta, loja de produtos de design autoral que funciona em uma antiga banca de jornais e revistas em Alvalade.
As duas são amigas desde 2004, época da faculdade, quando cursaram design em Recife, Pernambuco. Marina, que mora em Lisboa há oito anos, já tem uma experiência prévia semelhante com o marido. Os dois reabilitaram uma banca na Avenida de Roma, no Areeiro, como uma galeria de arte. A iniciativa estimulou Marina a pensar em algo mais próximo de sua formação original. Para a empreitada, a pernambucana buscou a parceria da amiga de longa data. "A Amanda já tinha um negócio antes, então ela tem uma visão tão melhorada das coisas, facilitando muito a minha vida", conta Marina ao DN Brasil.
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A banca Uma Volta fica localizada na Avenida da Igreja, pertinho da rotunda, no coração de Alvalade, um dos bairros residenciais mais tradicionais de Lisboa. A receptividade foi imediata, contam as amigas. "O bairro realmente nos acolheu", diz Amanda ao DN Brasil.
Pode-se dizer que as duas também acolheram o bairro. Cada pessoas que passa e para, contemplando a colorida vitrine da banca, recebe a atenção e gentileza de Marina. Com o mesmo carinho que a brasileira tira dúvidas sobre o material do qual é feito um brinco, também manda beijinhos para a esposa de um cliente que acaba de comprar um lenço.
"Eu não estou atrás do balcão esperando que a venda seja feita. Eu estou atrás do balcão com história para contar, tanto das pessoas que fizeram as peças, quanto do balcão. Tudo aqui para a gente tem um sentido e significado. Não é a venda pela venda. A venda é mais a consequência do que a causa", diz Marina.
A loja oferece acessórios, como brincos e colares, criados por Amanda, além de lenços, faixas, borados, ilustrações, quadros e pequenas esculturas, tudo feito por artistas independentes, brasileiros e portugueses. A proposta é reunir peças diferenciadas, seguindo o conceito do design circular. "O produto, o processo de criação, é pensado do início ao fim para evitar o máximo de desperdício. Por isso que é pequena escala. E às vezes é a escala única", explica Marina.
Por enquanto, a banca está em modo "soft opening", com um horário reduzido. Funciona de quarta a sábado, das 11h às 14h.
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caroline.ribeiro@dn.pt