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Pensa em mudar pra Portugal? especialista diz o que não fazer
Portugal é o segundo país do mundo com mais brasileiros. Foto: Rita Chantre / Global Imagens

Pensa em mudar pra Portugal? especialista diz o que não fazer

"O brasileiro não pode achar que vai conseguir replicar totalmente aqui a vida que tinha no Brasil, porque não vai conseguir”, explica Patrícia Lemos.

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por DN Brasil

Texto: Amanda Lima

Muito se fala sobre o que fazer para um bom planejamento de mudança para outro país. Mas e o que não fazer? A empresária carioca Pati Lemos tem as respostas. A cada três dias, chega a Portugal uma família guiada pela consultoria da brasileira, que vive no país desde 2018 com o marido e os filhos gêmeos. Assim como muitos conterrâneos, decidiu largar a carreira no Brasil por causa da insegurança no Rio de Janeiro e recomeçar a vida na Europa. Confira as recomendações da especialista. 

1 - "Achar Portugal é o 27º estado brasileiro"

Segundo a especialista, a “primeira coisa” que as pessoas precisam entender é que  “Portugal não é o 27º estado brasileiro”. Na prática, significa que não será possível trazer toda a cultura e hábitos brasileiros para Portugal, por mais que alguns já estejam bastante enraizados, como a culinária. “O brasileiro não pode achar que vai conseguir replicar totalmente aqui a vida que tinha no Brasil, porque não vai conseguir”. 

Pati sublinha que isso vale para todas as classes sociais e da cidade que a pessoa escolheu para morar em Portugal.  A adaptação, conforme Lemos, precisa começar ainda na etapa de planejamento. “É preciso um preparo psicológico muito forte para o desapego. A pessoa pensa que é desapegada e minimalista, daí começa a mudança, saindo a cortina, saindo o sofá de casa, começa a dor”, conta. 

“É preciso se preparar, muitos menosprezam isso. Porque é chegar em Portugal e ver tudo com um estilo diferente, não tem tanque em casa, não tem ralo no banheiro, não encontra os mesmos produtos no supermercado”, complementa. “É preciso estar aberto a uma nova cultura, porque, sem dúvida nenhuma, adaptabilidade é a palavra-chave quando se fala em mudar de país”, pontua.

Patrícia é empresária e consultora. Foto: Brasil Origem Week.

2 - "Pensar que Portugal é o país do se vira"

Conforme a empresária, muitos brasileiros em Portugal acabam tendo que voltar ao Brasil por achar que aqui “é o país do se vira”, que dá pra dar o “jeitinho” brasileiro. “É por isso que tem tanta gente vindo e depois voltando, é a ideia de achar que em Portugal vai fazer qualquer coisa”, destaca. De acordo com Pati, sequer existe no país a chance de “fazer qualquer coisa” para viver.

“Portugal não é um país em que você vai ser um ambulante, que vai pegar uma cerveja para vender na praia. Isso não vai acontecer, simplesmente não vai acontecer”, cita.  “Portugal, definitivamente, não é o país do se vira”. A recomendação está relacionada com a adaptabilidade, já citada pela especialista. 

“Você precisa de um planejamento estruturado para você mudar e ficar. Porque o maior desafio não é entrar num avião e chegar em Portugal. O maior desafio é ficar em Portugal”, explica. Para isso, o planejamento, além de psicológico, precisa ser também financeiro. “Não dá pra chegar aqui com 300 euros no bolso e achar que vai se virar, é preciso vir preparado, com uma reserva para os primeiros meses”, recomenda.

3 - Não vir preparado para trabalhar em outra área

Estar preparado para uma reformulação profissional é “fundamental”, de acordo com a empresária. “Se não estiver preparado para chegar aqui e trabalhar em outra coisa, nem vem. A pessoa não pode achar que vai chegar aqui e conseguir imediatamente trabalho na área, mesmo que tenha um super currículo no Brasil”, explica.

Com mais de 6,8 mil alunos no curso “Jornada Portugal” que ministra, Patrícia diz que não conhece ninguém que chegou ao país já com emprego no mesmo patamar que tinha no Brasil. “A gente chega aqui e não é ninguém na fila do pão”, brinca. Segundo a empresária, não é impossível ter o mesmo cargo, mas que não será imediato. “É preciso dar dois passos pra trás pra depois dar três passos pra frente”, resume. 

Conforme a consultora, muitos dizem que “topam outro trabalho”, mas sem estarem preparados para isso. “Eu vou topar ser faxineira, por exemplo. Na segunda faxina, vai ficar super mal, vai achar que Portugal é ruim. Mas não é. Você é que não se preparou para esse país, porque essa é a realidade”, destaca. 

Bônus:

A dica bônus do que não fazer é: não acreditar em tudo que se vê na internet. “Buscar fontes credíveis e informações confiáveis é muito importante para uma mudança de sucesso. Não dá pra acreditar que vai chegar aqui, ter no dia seguinte um emprego e uma casa, porque não é a realidade”, resume Patrícia. 

amanda.lima@globalmediagroup.pt

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