O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil

Já ouviu falar que quinta é a nova sexta? Pois é, quinta é aquele dia que já vale dar uma escapadinha com responsabilidade e sentir um cheiro do final de semana, especialmente nesta, na qual o pré-Carnaval se avizinha. É também, claro, o dia do nosso quadro que é figurinha carimbada no jornal, a coluna “O que há de bom”, que traz os destaques do fim de semana - inclui muito pré-Carnaval em Lisboa - para você.

E se não gosta de folia, sem problema: os próximos dias trazem também conversa com músico brasileiro, atrações nos cinemas e, claro, aquela dica gastronômica tradicional do DN Brasil para você experimentar nos próximos dias. 

Está no ar a edição semanal da O que há de bom!

Conversa com Zé Renato

Vivendo entre Brasil e Portugal, o músico brasileiro Zé Renato, prestes a completar 50 anos de carreira, participa nesta quinta-feira (20) de uma conversa com Ivan Lima na FNAC do Chiado. Fundador do Grupo Boca Livre, ao lado de Cláudio Nucci, David Tygel e Maurício Maestro em 1978, Zé Renato iniciou sua carreira a solo em 1982. Desde então, o artista já lançou mais de 20 álbuns solo, dentre os quais conta com as participações de intérpretes como Zizi Possi, Leila Pinheiro, Lulu Santos, Jon Anderson (da banda Yes), Joyce Moreno, Milton Nascimento, Nana Caymmi, entre outros. A conversa na FNAC está marcada para às 18h30.

Onde? Na FNAC Chiado (Armazéns do Chiado)

Quando? Quinta-feira (20), às 18h30

Quanto? Entrada livre

Estreia de Auto da Compadecida 2

Mais de duas décadas após o lançamento de "O Auto da Compadecida", a história de João Grilo e Chicó retorna às telonas com "Auto da Compadecida 2", que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas de Portugal. A continuação do clássico, baseado na obra de Ariano Suassuna, traz novamente Matheus Nachtergaele e Selton Mello nos papéis principais, além de um elenco reforçado com nomes como Taís Araújo, Luis Miranda e Eduardo Sterblitch.

Nesta quinta-feira, a Big Picture Films confirmou ao DN Brasil que o filme estreia em mais de 20 cidades, com exibições de norte a sul de Portugal. Dirigido por Guel Arraes e Flávia Lacerda, a película retoma o humor e a crítica social característicos do original e tem sido um sucesso de público no Brasil. 

Onde? No cinema mais próximo

Quando? A partir desta quinta-feira (20)

Ainda nas telonas, outra dica para o final de semana é o Festival Play, dedicado à programação infantil e que decorre na Cinemateca Portuguesa e no Cinema São Jorge. 

Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!

Primeiros blocos de Carnaval

O pré-Carnaval mostra sua cara em Lisboa a partir deste sábado (22), quando os primeiros blocos começam a sair à rua. O Sardinha Imperial, em Cascais, e o Pandeiro Lx, em Alfama, são dois dos grupos que embalam o sábado - o segundo com direito a baile na Sociedade Boa União após o cortejo. Já no domingo (23), a programação é ainda mais recheada, com o Qui Nem Jiló promovendo grande festa entre às 11h e às 20h na Penha de França, além do festejo “Queimando a largada”, da Colombina Clandestina, em Alfama (15h) e o Bloco do Zecka (17h), em Santos. Opções para os foliões não faltam.

Onde? No bloquinho mais perto de você

Quando? Sábado (22) e domingo (23)

E na Fábrica Braço de Prata? Também tem Carnaval

Como não poderia ser diferente naquela que é uma das casas que mais promove os artistas brasileiros em Portugal, a Fábrica Braço de Prata também será palco de festejos de pré-Carnaval neste final de semana. O Baque do Tejo, outro importante grupo de músicos brasileiros em Lisboa, promove sua festa de pré-Carnaval no sábado (22), a partir das 14h. Além de muito batuque e dança, o evento também contará com uma programação voltada ao público infantil, com oficinas de maquiagem e fantasia dedicada aos pequenos. A entrada é gratuita.

Onde? Na Fábrica Braço de Prata (R. Fábrica de Material de Guerra 1,  Lisboa)

Quando? Sábado (22)  às 14h.

Preço: entrada gratuita

Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!

Extra: a dica gastronômica da semana

Sabor do Nepal

Andava “paquerando” um restaurante perto de casa há alguns bons meses, pura e simplesmente por seu cheiro. Cada vez que caminhava perto do Sabor do Nepal, casa de decoração simples, pouca pompa e que não salta os olhos pela beleza, o perfume rústico de especiarias como cominho, coentro, cúrcuma, gengibre quase que sugava minha alma para dentro do lugar - especialmente em horários comerciais. 

Não estaria descobrindo a pólvora ao recomendar o lugar: sempre concorrido, seja no almoço ou jantar, segunda-feira ou sábado, o espaço é frequentado por todos aqueles nichos que já comentei aqui na coluna e que transitam entre a região dos Anjos e Arroios - apesar de ficar na Penha de França, bairro vizinho. Nômades digitais com respectivos pets, pessoal alternativo, imigrantes nepaleses com saudade da comida de casa, e claro, foodies que buscam por um “aquele” negócio (bom, bonito e barato) na hora do apetite são algumas das tribos que circulam por ali. 

Depois de muito tempo de paquera, fui de vez seduzido pelos sabores do Nepal na última semana. O frio e chuva clamavam por uma comida de conforto e, juntando as informações de ser um lugar sempre frequentado aliado ao cheiro que encanta qualquer comensal, já sabia que seria difícil me decepcionar com uma refeição por ali. Bingo. 

A casa entrega até mais do que promete. O ambiente é muito simples, como digo, mas a experiência já começa na simpatia do pessoal que ali trabalha, que faz questão de explicar cada prato do menu, o que vale mais, o que vale menos, qual é mais apimentado, qual é mais adocicado e por aí vai. 

Ouvindo a recomendação de uma das trabalhadoras do Sabor do Nepal, escolhi para entrada uma das minhas comidas favoritas da Ásia Meridional, o Garlic Cheese Naan, preparado nele mesmo, o tandoor. Para quem não conhece, o tandoor é um forno de barro tradicionalíssimo em países como Índia e Nepal e até mesmo no Oriente Médio, por exemplo no Irã. 

Além de cozinhar carne de porco e galinha nesse tipo de forno, os indianos e nepaleses ainda preparam os naans, grande quitute da entrada nesses países, que nada mais é que um pão achatado preparado grudado na parede dos tandoors. Ora, reação de Maillard neles, e o pãozinho fica com uma crosta com bolhas que parecem queimadas, mas que só conferem ainda mais sabor ao prato. Se for então com alho e queijo, é gabarito na certa, embora ali no Sabor do Nepal, como em outros da cidade, dê para brincar e rechear com cebola, batata entre outros. 

No prato principal, fui orientado a pedir o Butter Chicken, que nunca foi dos meus favoritos nos restaurantes desses países, mas quem tem juízo ouve a recomendação de quem sabe. Pedi para tudo chegar ao mesmo tempo, tanto o frango, quanto o arroz a parte e o naan também, claro, afinal apesar de ser uma boa entrada é ainda melhor enquanto acompanhamento para “chuchar” no molho. 

Conjunto da obra? Não digo que é o melhor restaurante nepalês da cidade, mas posso garantir que é difícil sair de lá infeliz. Especialmente se, por €12, ainda sobre metade da comida  que foi pedida para a marmita do dia seguinte, como foi o meu caso. Vale espreitar. 

Onde? No Sabor do Nepal (Rua da Penha de França 116E. Lisboa)

Preço: €10 - €15

nuno.tibirica@dn.pt