Samba do Chalé agora acontece mais cedo no Titanic.
Samba do Chalé agora acontece mais cedo no Titanic.Rodrigo Silveira.

O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil

Baile de véspera de feriado, fado-jazz, exposição de carro dirigido por Ayrton Senna e Samba do Chalé são destaques na coluna.
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Chegou a quinta-feira, com véspera de feriado e agenda cultural do DN Brasil para Lisboa e arredores. Entre os destaques dos próximos dias destacamos um baile brasileiro para animar o ‘quintou’, show de fado-jazz na Fábrica Braço de Prata, exposição da Lotus de Ayrton Senna no Estoril e o Samba do Chalé, que agora acontece mais cedo no Titanic para não prejudicar a segunda-feira. A dica gastronômica é um balcão de respeito que tem atraído gente de todos os lados da cidade para a região da Amadora. 

A edição semanal da O que há de bom está no ar!

Bailão de véspera de feriado

Para quem é festeiro, o “quintou” será em alto estilo no Village Underground, na região de Alcântara. O espaço abre as portas para uma balada de véspera de feriado do Bailão LX, coletivo formado por músicos e dj's brasileiros. NC do Primeiro, Tropa de MG Bieu, Maribell e XavBeatz são alguns dos nomes que prometem fazer a pista ferver com muita música brasileira. As entradas custam 8 € e a festa vai até o amanhecer. 

Onde? No Village Underground Lisboa (Av. da Índia 52, Lisboa)

Quando? Quinta (17), das 23h às 6h

Preço: €8. Disponíveis neste link. 

Júlio Resende na Fábrica Braço de Prata

Já na sexta-feira o rolê é mais calmo na Fábrica Braço de Prata. O espaço recebe uma apresentação do português Júlio Resende, residente há mais de 17 anos na associação e que promove um show que mescla o jazz e o fado. A performance está marcada para às 21h30. Para quem quer ir à Fábrica para algo mais animado, no sábado será a vez da Cachupa Poética, uma celebração ao prato típico cabo-verdiano e à música e poesia africana com uma festa que rola até às 2h. 

Onde? Na Fábrica Braço de Prata (R. Fábrica de Material de Guerra 1. Lisboa)

Quando? Sexta (18), às 21h30

Preço: €61, disponíveis neste link.

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Exposição do carro de Ayrton Senna no Estoril

O domingo será de nostalgia para os fãs de automobilismo que estiverem na região de Lisboa e arredores, especialmente os brasileiros. O autódromo do Estoril receberá uma exposição do histórico Lotus 97T, carro usado pelo tricampeão Ayrton Senna em sua primeira vitória na Fórmula 1, 40 anos atrás. O modelo original usado por Senna no Grande Prêmio de Portugal de 1985 estará exposto entre às 9h30 e às 12h30 de domingo, assim como entre às 14h e às 18h de segunda. A entrada é gratuita e o DN Brasil vai estar por lá!

Onde? No Autódromo do Estoril (Avenida Alfredo César Torres, 2646-901, em Alcabideche)

Quando? Domingo (20), a partir das 9h30

Preço: entrada gratuita.

Samba do Chalé com novo horário

Para quem não podia dar uma passada no tradicional Samba do Chalé do Titanic aos domingos pelo medo do prejuízo na segunda de manhã, agora não restam desculpas. Uma das principais e mais antigas rodas de samba de Lisboa, o Samba do Chalé desde o começo de abril vem sendo realizado mais cedo, às 18h ao invés das 21h30, horário praticado pelo grupo por anos no mesmo espaço. 

O grupo é comandado por Neném do Chalé, sambista de primeira e autor de um dos principais enredos do Carnaval de Lisboa deste ano, ‘Da Alma do Fado ao Coração do Samba’. O DN Brasil contou a história da música nesta reportagem. A entrada para a roda deste domingo, que terá também a presença do DJ James, custa €5 se garantida com antecedência

Onde? No Titanic Sur Mer (Cais do Gás, R. da Cintura do Porto de Lisboa, 1200-109 Lisboa)

Quando? No domingo (20), às 18h

Preço: €5 - €10. Ingressos disponíveis neste link.

Extra: a dica gastronômica da semana

Cervejaria Bogotá

Tem sido praticamente impossível passar ileso às dezenas de publicações que viralizaram nas redes sociais nos últimos tempos acerca da Cervejaria Bogotá. Tasca histórica da Amadora, onde ocupa uma estreita casa na Avenida Santos Mattos, a poucas quadras da estação de comboios, a Bogotá tem atraído gente de todos as partes de Lisboa para os subúrbios da capital.

Mas afinal o que faz da Bogotá um lugar tão intrigante? Bem, para começo de conversa o lugar é para poucos ou então para quem tem paciência. Não há mesas para sentar no restaurante, ali se come junto ao balcão, restringido a talvez 12 assentos, o que faz com que a fila para entrar no Bogotá seja concorrida em horário de pico - imagine numa sexta-feira à noite, que foi quando me dirigi ao estabelecimento pela primeira vez.

Se conforto for prioridade ao leitor ou leitora, talvez não seja o lugar mais adequado do mundo para ir jantar. No entanto, se prioridade for a comida, haverá poucos tão especiais como a Bogotá na região da Grande Lisboa.

A exemplo do 'Carlitos' que contei aqui na semana passada, a Bogotá é daqueles lugares que (ainda bem!) parou no tempo. Serve comida tradicional barata, tem cerveja gelada e um acolhimento raro de se ver na maioria dos restaurantes do centro da cidade.

Os carros-chefes são parecidos com os do Carlitos e o da maioria das cervejarias ou marisquerias de Lisboa: pratos de gambas, polvo, creme de mariscos e ele, o mais imponente prego.

Antes da chegada do sanduíche, no entanto, o outro quitute de prova obrigatória e que leva os comensais do outro lado da cidade até a Amadora é o croquete. Até quem não gosta do salgado vai gostar do da Bogotá, que por nós foi devorado logo ao cruzar a porta do espaço e ainda antes de sentarmos ao balcão: 10 de 10.

A maior estrela, no entanto, como não poderia ser diferente depois de tanta propaganda instagramística (existe?), é mesmo na hora de martelar o prego, que de enferrujado não tem nada, pelo contrário. A carne servida no prego do Bogotá é tão macia que parece que você só de fato morde o pão, o resto desliza na boca, sem exageros.

O pão diga-se, é excelente, torrado na manteiga e cruzado no alho, um dos melhores que alguma vez comi em sanduíches como esse. E por falar em alho, se o Carlitos era o rei do condimento os chapeiros da Bogotá se destacam por fazer um blend (!), isso mesmo, do melhor amigo do prego.

Numa mordida da sandes (português-PT para sanduíche), parece que nos cruzamos com o alho em diferentes partes da vida: um bem tostado, o outro caramelizado e um mais malpassado, semi cru. Uma loucura que resulta bem demais.

Fiquei menos tempo do que gostaria na Bogotá, e deixei o espaço numericamente após um croquete, um prego, um quarto de gambas e três imperiais depois. Não sei se foi a pressão por ver a fila ficando ainda maior com o passar do tempo ali, mas, sinceramente, voltarei para ficar por horas, se pudesse dias ou quem sabe até para morar naquele balcão.

Afinal, se só dos quatro itens experimentados a experiência já superou as expectativas, imagino que me reservarão pratos como o pica pau, o bitoque, a salada de polvo, o bife à café, entre outros do leque de opções contemplado no cardápio da casa.

Por fim, não posso deixar de exaltar também o horário democrático de encerramento do Bogotá. O restaurante serve comida e bebida até 00h30, numa localização que, como explorada por este que vos escreve após o jantar, oferece pouco ou quase nada para os que vivem nos arredores da estação de comboios de uma das maiores cidades do país - a Amadora é um outro município.

Numa longa volta ainda antes das 22h numa sexta-feira por lá, não encontrei sequer uma esplanada, um espaço cultural, um café, um simples boteco. Deduzo, portanto, que seja preciso vir ao centro para ter acesso à cultura e ao lazer.

Neste sentido, um brinde aos que resistem como a Bogotá, que oferece um espaço de convívio de exímia qualidade e preço justo não só aos que o visitam como eu, mas especialmente aos que são de lá.

Onde? Na Cervejaria Bogotá (Av. Santos Mattos 3, 2700-747 Amadora)

Preço: €10 - €15

Até semana que vem!

nuno.tibirica@dn.pt

O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.
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