O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil

O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil

Última Feira Cultural Brasileira do ano, peça de teatro e show especial para quem quer conhecer mais da música portuguesa estão entre os destaques da coluna.
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Texto: Nuno Tibiriçá

A quinta-feira em Lisboa traz (muito!) frio e a nossa já tradicional coluna com as dicas culturais do seu fim de semana na capital e arredores. Entre as principais atrações para os próximos dias, destaque para a última Feira Cultural Brasileira na Fábrica Braço de Prata, a volta do espetáculo Portátil, do Porta dos Fundos e atenção para um show especial para você que quer conhecer mais de música portuguesa. A dica gastronômica é para quem procura uma boa pizzaria na cidade.

A edição semanal da O que há de bom está no ar!

Apresentação da peça Portátil

Após ficar em cartaz em diversas cidades de Portugal durante o mês de julho, a peça Portátil, do Porta dos Fundos volta a ser apresentada na terrinha neste domingo (15). Espetáculo de improvisação teatral, Portátil teve sua estreia em 2015 e consiste em uma atuação por parte dos artistas a partir da história de vida de um convidado da plateia que sobe ao palco.

A peça é protagonizada por Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Andrés Giraldo, Luciana Paes e Gustavo Miranda e também estará em cartaz no domingo da semana que vem (22). No último mês de julho, Gregório Duvivier e João Vicente de Castro concederam entrevista ao DN Brasil e falaram sobre o espetáculo.

Onde? Na Aula Magna de Lisboa (Edifício da Reitoria, Alameda da Universidade, Lisboa)

Quando? Domingo, às 21h30

Quanto? De €22 a €28. Disponíveis neste link.

Expresso Transatlântico no MusicBox

Se quer conhecer mais sobre a nova música portuguesa, algo que julgo ser fundamental para quem quer se integrar na cultura de um novo país, tem uma boa oportunidade nesta semana. O Expresso Transatlântico, banda que mistura gêneros tradicionais da música portuguesa, como o fado, com ritmos globais contemporâneos, toca no MusicBox na sexta-feira (13). Já vi a banda tocar ao vivo duas vezes no Festival Músicas do Mundo (FMM), em Porto Covo, e garanto: é uma bela e surpreendente viagem.

Onde? No MusicBox (R. Nova do Carvalho 24. Lisboa)

Quando? Sexta-feira (13), às 21h

Quanto? €17

Cumbia no BUS Paragem Cultural

Todo fim de semana é uma boa oportunidade para conhecer uma nova associação cultural de Lisboa. Entre a região de Anjos e Arroios que tanto falo por aqui, esses espaços dominam o pedaço e o Bus Paragem Cultural é um deles. Coletividade que abre as portas para manifestações culturais dos mais diferentes países, o Bus recebe nesta sexta-feira um show de cumbia, performado pela banda La Combo-io.

O grupo toca grandes clássicos da Cumbia, o som nascido na Colômbia que se espalhou e evoluiu por toda a América Latina. A banda promete trazer algumas das joias musicais de países como Chile, Argentina, Peru, México e Colômbia com acordeão, clarinete, baixo e voz para agitar a pista de dança. Vale a passada.

Onde? No Bus Paragem Cultural (Rua Maria - à Forno do Tijolo - 43. Lisboa)

Quando? Sexta (13), às 21h30

Preço: €3

Coco Voador e Feira Cultural Brasileira na Fábrica Braço de Prata

O fim de semana na Fábrica Braço de Prata será de muita brasilidade. Na sexta-feira, da meia-noite às 2h, rola o Coco Voador, projeto musical liderado por mulheres brasileiras residentes em Lisboa e que contará com a participação especial de Tida Pinheiro, integrante do Coletivo Gira e da cantora pernambucana Morena Rosa. O lucro do evento vai para um fundo que ajuda a gerir uma aposentadoria aos artistas que criaram o repertório musical durante a vida e atualmente passam por dificuldades financeiras. A entrada custa €5.

Já no domingo, o destaque fica por conta da última edição do ano da Feira Cultural Brasileira. Em meio ao frio de Lisboa, nada mal dar uma passada na Fábrica para aquecer para mexer o pé para aquecer o corpo ao som dos nossos ritmos e degustar da culinária brasileira para aquecer a alma.

Onde? Fábrica Braço de Prata (Rua Fábrica de Material de Guerra, 1)

Quando? Coco Voador, sexta, da meia-noite às 2h; Feira Cultura, domingo, das 13h às 23h

Extra: a dica gastronômica da semana

Retrogusto

Acho que tenho estado em modo nostálgico na coluna. Depois de falar sobre as saudades de bons hambúrgueres e de comida árabe nas últimas semanas, hoje falo sobre outra especialidade da minha São Paulo - ainda bem que estou indo para lá em janeiro! - por aqui: a pizza.

Assim como no caso das hamburguerias, demorei para encontrar a pizza para chamar de minha em Lisboa. Lembro que quando cheguei em Portugal, falavam que o restaurante do Cinema São Jorge era dos que servia as melhores de Lisboa. Não para o meu gosto. Apesar de recordar o bom recheio, a massa era muito fina, quase uma bolacha, e pouco ou nada lembrava as de estabelecimentos como a Camelo ou Brás, ícones de SP.

No topo das listas, estava também sempre a Zero Zero. No entanto, como diria Júlio Bernardo, o JB, conceituado cronista gastronômico brasileiro, o restaurante era a definição do que ele chama de "bonitinho, mas ordinário". É exatamente isso. Em plena nobre região do Príncipe Real, com decoração bonita e um jardim extenso e agradável, a Zero Zero fica devendo no que realmente interessa, que é a comida.

Assim como na outra do São Jorge, massa com muito creck e pouco uau que gruda no céu da boca. Recheio importado da Itália, naturalmente bom, mas que não faz orna com a massa. A boa notícia é que de uns anos para cá surgiram pizzarias de primeira em Lisboa e, coincidentemente ou não, entre as minha quatro favoritas, duas são de brasileiros - a Lupita e a SOFI, ambas com reportagens no DN Brasil - e outras duas de italianos, a Santa Chiara e a Retrogusto.

Já que falei do Bus hoje, vou dar a dica de uma que fica ali próxima e é garantia de felicidade para quem gosta de uma pizza: a Retrogusto. Gerida pelo siciliano Bruno Cardinale, a Retrogusto foi das primeiras casas a trazer o conceito de fermentação natural para Lisboa. De massa fina e borda grossa e um recheio especial trazido das mais diversas regiões da Itália, a casa serve pizzas das mais simples até as mais rebuscadas com a mesma regularidade.

A pizza da Retrogusto é uma das minhas favoritas na cidade. Negroni acompanha. Foto: Nuno Tibiriçá

Entre as clássicas e mais baratas, tem a opção da Marinara, por €8 ou da Margheritta por €8,50. Se pedir uma entrada, dá para compartilhar. A casa também da opções de pizzas com diferentes bases, ou seja, pode ser com molho de tomate ou sem, ou até mesmo com uma base de pistache: essa última também já experimentei, aliás, já fui à Retrogusto inúmeras vezes, mas acho o pistache, apesar de um ótimo ingrediente, um pouco enjoativo quando tem tanto protagonismo.

Se puder escolher apenas uma para recomendar, diria que é a Bufalina. É mais cara, sai por €15,50, mas o recheio (molho de tomate, mozzarella de búfala, presunto, tomate cherry, manjericão e parmesão ralado) faz dela uma das melhores pizzas da cidade. Recomendo, seja no local seja por take-away - sem esquecer que assim como os hamburgueres é sempre bom dar uma ressuscitada na pizza no forno se escolher comer em casa.

Onde: Na Retrogusto (R. Maria 54, Lisboa)

Quanto? €8 - €15

nuno.tibirica@dn.pt

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