O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil
A previsão de chuva e temperatura baixa para os próximos dias pede uma boa programação de arte, música e teatro. Vem conferir!
Texto: Nuno Tibiriçá
Esfriou de vez em Portugal e nada melhor do que se refugiar em teatros, casas de shows, galerias de arte ou em algum dos nossos restaurantes recomendados para você conferir nos próximos dias. Mais um fim de semana chega em Lisboa e com ele as nossas dicas culturais para a capital e arredores.
A edição semanal da O que há de bom está no ar!
Estreia da peça "O Céu da Língua"
O ator e humorista carioca Gregório Duvivier já disse ao DN Brasil que talvez tenha apresentado a peça de teatro do Porta dos Fundos, "Portátil", mais vezes em Portugal do que no Brasil. Agora, o artista se encontra mais uma vez na terrinha para apresentar um novo espetáculo, o "Céu da Língua", no qual explora as nuances da língua portuguesa com sua característica inteligência e humor.
A primeira exibição será nesta quinta-feira, na Sala Azul do Teatro Aberto, situado na região da Praça de Espanha. A peça também está em cartaz na sexta, sábado e domingo. É só escolher.
Onde? No Teatro Aberto (R. Armando Cortez. Lisboa)
Quando? De quinta a domingo, às 21h.
Preço: €20. Disponíveis neste link.
Exposições de artistas brasileiros
Duas galerias localizadas na região da Estrela terão obras de artistas visuais brasileiros expostas neste final de semana. Nesta quinta-feira (14), a Barros & Bernard recebe a abertura da exposição "Recortes do Tempo", que apresenta o trabalho da carioca Ana Coutinho, artista focada na pintura abstrata. A jornalista brasileira Roberta Ristow faz a abertura da exposição.
Já no sábado (16), ocorre a inauguração da exibição "O Estado das Coisas", de Bruno Veiga, na galeria Ar Lisboa, que tem o também brasileiro Alessandro Radloff como diretor criativo. Em seu trabalho, Bruno, que também é fotógrafo, apresenta obras compostas por imagens registradas na capital portuguesa há mais de cinco anos e que evocam uma reflexão acerca do processo de gentrificação da cidade. A exposição fica em cartaz até o início de janeiro.
Onde? Ana Coutinho - Na galeria Barros & Bernard (Rua Borges Carneiro, 53. Lisboa) e Bruno Veiga - Na galeria Ar Lisboa (Rua da Bela Vista à Lapa, 14)
Quando? Quinta-feira (14), das 18h às 21h (Ana Coutinho); e sábado (16), das 15h às 20h.
Preço: entrada gratuita.
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Dora Morelembaum no MusicBox
A casa de shows MusicBox, situada na badalada região do Cais do Sodré recebe, no domingo, o espetáculo da cantora e compositora carioca Dora Morelembaum. Em turnê pela Europa, Morelembaum faz uma apresentação única na terrinha, na qual apresenta o seu primeiro álbum, "Pique", lançado neste ano. O disco conta com participações de artistas como Tom Veloso, Sophia Chablau, Alberto Continentino, Sérgio Machado, Guilherme Lino, Luiz Otávio, além dos já tradicionais parceiros Zé Ibarra e Ana Frango Elétrico.
Dora Morelembaum é um dos nomes mais promissores do novo cenário da música no Rio de Janeiro. Vale o programa, embora o MusicBox não seja minha casa de shows favorita.
Onde? No MusicBox (R. Nova do Carvalho 24. Lisboa)
Quando? Domingo (17), às 21h
Preço: €16,50. Disponíveis neste link.
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Feira Brasileira na Fábrica Braço de Prata
Terceiro domingo do mês é sinônimo de Feira Brasileira na Fábrica Braço de Prata e, nesta semana, a edição será recheada. Cinema durante todo o dia, apresentações de grupos de capoeira e carimbó, teatro de fantoches, bate-papo sobre carnaval, atividades para crianças, comida, bebida e muito mais. Em Lisboa, não haverá lugar mais brasileiro do que a Fábrica Braço de Prata no domingão. Entrada gratuita, tá fácil!
Onde? Na Fábrica Braço de Prata (Rua Fábrica de Material de Guerra, 1. Lisboa.)
Quando? Domingo (17), das 11h às
Extra: a dica gastronômica da semana
Pho Cô Lan
Não posso negar que fiquei surpreso quando, na semana passada, ao voltar ao Pho Cô Lan após muitos meses, me deparei com uma casa cheia e fila de espera. Vi aquele restaurante crescer há cerca de dois anos, quando ocupou o lugar do Céu do Sabor, estabelecimento tão interessante quanto peculiar, gerido por uma brasileira e um alemão e que misturava a comida dos dois países com a gastronomia portuguesa.
Não sei se o casal se aposentou, faliu, cansou, ganhou na Euromilhões ou saiu de Portugal. Fato é que o Céu do Sabor foi substituído pelos vietnamitas do Pho Cô Lan, restaurante que desde sempre nutri enorme simpatia. Embora a comunicação naquele estabelecimento nunca tenha sido a coisa mais fácil - os trabalhadores mal falavam inglês e português muito menos - a bem da verdade é que num bom bar as pessoas se entendem.
Para mim e a "turminha", boêmios que somos, a grande valentia do Cô Lan era a bem servida imperial de barril espanhol Estrella servida por €1. Às vezes é bom fugir do óbvio de Sagres e Superbock, as duas marcas que dominam os balcões portugueses.
Para não parecer que só sentamos em uma esplanada para beber, reparamos rapidamente que além de um bom bar, o vietnamita era também um bom restaurante. O quitute principal é o Banh Mi, sanduíche de carne de vaca, legumes e muito tempero que, com seu umami, ocupa o lugar de melhor sanduíche do mundo no conceituado guia do TasteAtlas.
As entradinhas no restaurante também não decepcionam, assim como uma massa igualmente umamesca e bem servida que experimentei na semana passada. O Banh Mi segue sendo o meu preferido e, embora pudesse ser mais barato, o preço da cerveja que se mantém o mesmo desde 2022 compensa o buraco no bolso.
Pelos vistos, a fama do Phô Co Lan chegou às diferentes tribos de Lisboa e, na semana passada, quando ali passei para encontrar a turma depois do sábado de plantão, a concorrência estava grande entre nômades digitais e adolescentes francesas provavelmente inseridas no programa de Erasmus e que logo depois da refeição fizeram uma dança para o Tik Tok: sem julgamentos?
Tinha a impressão que o Phô era daqueles patinhos feios que íam cair rapidamente no marasmo, mas essa virada de chave no restaurante que sempre foi vazio no primeiro ano de funcionamento faz sentido: não tem como não gostar do Pho Cô Lan, não só da comida e bebida, mas também do ambiente e especialmente da esplanada da casa. O restaurante fica na rua Passos Manuel, outrora esquina de casa, daí ter visto o espaço crescer de uns anos para cá.
É das ruas mais agradáveis de Arroios, calma e arborizada e preenchida por galerias de arte, tascas tradicionais, cervejarias artesenais e mini-mercados. Ah, e tem também ali o Jardim Constantino, que pessoalmente, sendo mais gentrificado do que os bares de Belém, pouco me agrada. Falam que servem bons hámburgueres, mas aí já não tenho propriedade para falar. Fico com o Banh Mi.
Onde: No Phô Co Lan (R. Passos Manuel 96D. Lisboa)
Quanto? €10 - €15
Até semana que vem!
nuno.tibirica@dn.pt