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O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil
O quarto ao lado, de Pedro Almodóvar, é o filme de estreia do Leffest 2024. Foto: Divulgação

O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil

O DN Brasil indica os melhores rolês do fim de semana e uma dica gastronômica oriental que combina com o friozinho do outono.

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por DN Brasil

Texto: Nuno Tibiriçá

Festivais de cinema, inauguração de exposição, e a nossa tradicional dica gastronômica para você conferir nos próximos dias. Mais um fim de semana chega em Lisboa e com ele as nossas dicas culturais para a capital e arredores. A edição semanal da O que há de bom está no ar! 

Lisboa Film Festival

Um dos mais prestigiados festivais de cinema de Lisboa se inicia nesta sexta-feira (8). O Leffest - Lisboa Film Festival, criado em 2007 pelo produtor português Paulo Branco, chega à sua 18ª edição com o conceito que consagrou o evento para o público europeu: um diálogo entre o cinema e as demais artes.

No Leffest, há espaço para não só filmes consagrados nos últimos meses e em outras épocas do cinema, mas também para música, dança e exposições. Antes dividido entre Lisboa e Estoril - e depois Sintra - o festival deste ano será realizado inteiramente na capital portuguesa, em sete espaços diferentes, incluindo os habituais Cinema Nimas e Teatro Tivoli.

Na edição deste ano, a programação do Leffest, que vai até o dia 17 de novembro, conta com algumas das mais repercutidas películas dos festivais de Cannes e Veneza deste ano - como revela o crítico de cinema do Diário de Notícias, Rui Tendinha neste texto - além de um ciclo dedicado à Palestina e outro ao Líbano. Entre outras tantas, há também homenagens à Kafka e Camões - veja todas aqui. Na estreia desta 18ª edição, o mais novo filme de Pedro Almodóvar, O Quarto ao Lado, será projetado no Tivoli.

Onde? No Cinema Nimas, no Teatro Tivoli e mais seis localidades; confira neste link.

Quando? De 8 a 17 de novembro

Ciclo de cinema brasileiro na Cinemateca

Se no Cinema Nimas e no Tivoli filmes dos mais diferentes países serão exibidos nos próximos dias, na Cinemateca Portuguesa quem estará em destaque é o Brasil. Como o DN Brasil já contou para você, a Cinemateca organiza o ciclo de cinema Isso é Brasil: 60 anos da L.C. Barreto Produções, no qual exibe clássicos de diretores como Gláuber Rocha, Carlos Diegues e Joaquim Pedro de Andrade.

Entre quinta e sábado desta semana, serão projetados Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, Bye Bye Brasil (1980), de Carlos Diegues, Garrincha, a Alegria do Povo (1962), de Joaquim Pedro de Andrade e Terra em Transe (1967), de Gláuber Rocha. A programação completa do ciclo está disponível aqui.

Onde? Na Cinemateca Portuguesa (R. Barata Salgueiro 39. Lisboa)

Quando? Quinta, sexta e sábado

Preço: Entre €1,35 e €3,20. Ingressos disponíveis neste link.

Hungria no Coliseu dos Recreios

No sábado (9), os fãs de rap que estiverem em Lisboa terão a oportunidade de presenciar um show especial do cantor brasileiro Hungria Hip Hop. O artista sobe ao palco do Coliseu dos Recreios com uma orquestra formada por 26 músicos portugueses no show Atmosfera, no qual traz algumas de suas principais composições em harmonia com a música clássica.

Em entrevista ao DN Brasil, Hungria comentou sobre a sua trajetória e a expectativa para o espetáculo. Vale lembrar que os ingressos para Atmosfera ainda estão disponíveis para venda.

Onde? No Coliseu dos Recreios (R. das Portas de Santo Antão 96, 1150-269 Lisboa)

Quando? Sábado (9), às 20h30

Preço: Entre €40 e €80; disponíveis neste link

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Exposição Atlântico Entre Nós na Brisa Galeria

A Brisa Galeria, criada pelo casal de cariocas Bebel Moraes e Daniel Mattar, volta a receber uma inauguração nesta quinta-feira (7). Na exposição Atlântico Entre Nós, a galeria convida as irmãs Gelli - as também artistas cariocas Alice e Gabi - a exporem suas obras no espaço.

A exposição proporciona um diálogo entre as obras das irmãs Gelli e o trabalho de Daniel Mattar, com texto curatorial de Cristiana Tejo, montagem de Pedro Canoilas e direção de Bebel Moraes. A inauguração está prevista para às 19h e, nos outros dias (terça a sábado), a Brisa fica aberta das 11h às 19h.

Onde? Na Brisa Galeria (Rua Vitor Cordon, 44. Lisboa)

Quando? Quinta (7), das 18h às 21h

Baile de celebração da Independência de Angola na Fábrica Braço de Prata

No domingo (10), após a tradicional Lisbon Vegan Market, a Fábrica Braço de Prata receberá uma festa em homenagem à Independência de Angola. Celebrada na próxima segunda-feira (11), a Independência de Angola foi conquistada em 1975 e o primeiro país a reconhecer o acontecimento foi justamente o... Brasil.

Mantendo o compromisso que tem com as mais diversas manifestações culturais da comunidade imigrante em Portugal, a Fábrica proporciona, portanto, no dia anterior ao aniversário da Independência, um baile comandado por Jorge Rosa e Kambanda. O evento está marcado para às 19h e contará também com um jantar com comida típica angolana.

Onde? Na Fábrica Braço de Prata (Rua Fábrica de Material de Guerra, 1. Lisboa.)

Quando? Domingo (20), às 19h

Preço: Entrada livre

Extra: a dica gastronômica da semana

Da Wanmian

Tony Bourdain dizia que para curar uma ressaca, basta, entre otras cositas más, uma boa comida picante de Sichuan. O Da Wanmian, um dos estabelecimentos mais emblemáticos da multicultural zona do Martim Moniz, não serve comida dessa região da China - a família do restaurante é de Zhejiang, no leste do país - mas é ótima pedida, seja para os dias frios que já batem à porta em Lisboa, seja para curar o prejuízo do dia anterior.

Vamos lá. A especialidade do Da Wanmian, situado entre a praça do Martim Moniz já em direção à Mouraria, é o ramen. Acredito que não conheça nenhuma alma viva que recuse a famosa sopa de noodles dos chineses, especialmente o do Da Wanmian, afinal, o carro-chefe de lá é um ramen com costela (entrecosto em Portugal) que chega a desmanchar com poucos golpes de hashi (pauzinhos por aqui).

O ambiente da casa é simplérrimo e pode até causar estranheza ao cliente mais exigente. Funciona meio que no serviço self-service, pelo menos a parte dos toppings. O esquema é chegar no restaurante, escolher seu prato e bebida junto ao balcão e depois sentar à mesa e ficar super atento às chamadas de um dos membros da simpática família de imigrantes que gere o restaurante.

Isso porquê os ramens no Da Wanmian vendem que nem água e o espaço é concorrido. De uns tempos para cá, a clientela fiel, majoritariamente formada por imigrantes asiáticos, passou a dividir as mesas com os portugueses e demais nômades digitais/turistas que começaram a frequentar o local que vem ganhando renome nas revistas especializadas de Lisboa. Já era hora de ter espaço também nesta ilustre coluna, mas estava esperando justamente o friozinho espreitar.

Voltando ao modus operandi do restaurante: depois da chamada, é se dirigir ao balcão onde fez o pedido e buscar o prato, ou melhor dizendo, balde, de ramen. E é realmente um balde, aquilo a certo ponto se torna até desafiador, provavelmente configurando o prato "estrangeiro" com melhor custo benefício na cidade, afinal, sai por €7.

Balde na mão, hora de colorir a sopa: feita em um caldo guloso que ficou pensando na vida por horas e horas imergindo ossos das mais diversas partes de porco e vaca, a especialidade do Da Wanmian recebe, das mãos dos clientes, a companhia de preferência. Picles, algas, broto de feijão, gengibre, coentros, salsa e diferentes molhos - incluindo o super-extra picante, viva Bourdain! - são algumas das opções.

Vá.

Onde: Da Wanmian (Calçada da Mouraria, 14)

Quanto? €6 - €10

Até semana que vem!

nuno.tibirica@dn.pt

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