O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil
As dicas culturais para o seu fim de semana em Lisboa - com extra da dica gastronômica - selecionadas pelo DN Brasil.
Texto: Nuno Tibiriçá
Inauguração de exposição, shows e a tradicional dica gastronômica para você conferir nos próximos dias. Mais um fim de semana chega em Lisboa e com ele as nossas dicas culturais para a capital e arredores. Não se esqueçam que, neste, chega a hora de inverno, ou seja: uma hora a mais de sono para quem é da cama, uma hora a mais de festa para quem é da noite. Ah, e uma hora a menos de distância para o Brasil!
Confira a edição semanal da coluna O que há de bom!
Inauguração de exposição de Van Gogh
Os brasileiros que vivem em Lisboa terão a oportunidade de adentrar o universo de um dos maiores artistas de todos os tempos. O Reservatório da Mãe d'água, nas Amoreiras, recebe a exposição Living Van Gogh, que, através de 24 projetores, propõe uma experiência imersiva na obra do artista neerlandês. A exposição é inaugurada nesta quinta-feira (24) e a visita dura, em média, uma hora e quinze minutos. A jornalista Mariana Melo, do Diário de Notícias, já visitou a exposição de antemão e contou tudo em texto que pode ser lido neste link.
Onde? No Reservatório da Mãe D’Água das Amoreiras (Praça das Amoreiras 10, 1250-020 Lisboa)
Quando? De terça a domingo, entre as 15h30 e as 19h.
Preço: Neste fim de semana, a exposição conta com um preço único especial de €10. No restante do mês, os bilhetes custarão entre os €8,50 e os €15.
Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!
Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual na Cinemateca
Apesar de não ter a pompa de outrora em Lisboa, onde noutros tempos existiam dezenas de cinemas independentes (King´s, Royal Cine, Monumental etcs), a capital portuguesa ainda guarda joias focadas na indústria cinematográfica. A maior delas é, sem dúvida, a Cinemateca Portuguesa.
Neste sábado (26), na véspera do Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, a Cinemateca - localizada a poucos metros da Avenida da Liberdade - tem na programação um filme para homenagear a data. Trata-se de A Tortura do Medo, de Michael Powell, um clássico de terror/drama cult dos anos 60 que retrata um lado sinistro da vida de um operador de câmara.
Não gosta de filme de terror, ou de dramas ou de filmes cults? Vale na mesma uma passada pelo histórico edifício da cinemateca para conhecer o espaço, tomar um café, ou até mesmo almoçar no agradável restaurante da casa - bom bacalhau à brás. Ou então dá um passeio por ali e depois confere se a dica gastronômica de hoje - leia abaixo - é válida mesmo.
Onde? Na Cinemateca Portuguesa (R. Barata Salgueiro. Lisboa)
Quando? Todos os dias, com exceção de domingo. A Tortura do Medo passa no sábado (26), às 17h.
Feijoada da Bossa Music
Poucas coisas na vida combinam mais do que fim de semana e feijoada. Ainda mais com o friozinho que se aproxima nestes primeiros ventos às vésperas da mudança para a hora do inverno. Em uma edição especial do Bossa Music, que ocorre semanalmente em Lisboa, a organização do evento preparou para domingo (27), uma tarde de muita feijoada e Bossa Nova em Cascais. Entrada por €60, que garante feijoada e bebidas à vontade.
Onde? No Lake House Cascais (Rua das Palmeiras, 2750-005 Cascais)
Quando? Domingo (27), às 13h
Preço: Adultos - €60; mais detalhes neste link.
Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!
Rod Krieger na Fábrica Braço de Prata
Em turnê por Portugal, país onde consolidou sua carreira na música, o gaúcho Rod Krieger se apresenta na Fábrica Braço de Prata nesta sexta-feira. Após shows nas Caldas da Rainha, Leiria e Porto, o artista chega à capital portuguesa para finalizar a digressão, realizada no âmbito da divulgação do lançamento de seu último álbum, A Assembleia Extraordinária. O show está marcado para às 22h.
Onde? Na Fábrica Braço de Prata (Rua Fábrica de Material de Guerra, 1. Lisboa.)
Quando? Sexta (25), às 22h
Entrada: €10. Ingressos disponíveis neste link.
Extra: a dica gastronômica da semana
O Cacho Dourado
Uns tempos atrás me deparei com uma frase no quase finado Facebook que me chamou a atenção:
Viernes: Odio trabajar, pero la cerveza después del trabajo me sabe mucho mejor que en un día ocioso. Esto era lo único bueno del trabajo.
Na tradução livre - Sexta-feira: odeio trabalhar, mas a cerveja depois do trabalho é muito melhor do que em um dia ocioso. Essa era a única parte boa do trabalho.
Não encontrei a autoria do hermano que originalmente escreveu a frase e não posso dizer que concordo plenamente: gosto de trabalhar, especialmente de escrever e ainda mais sobre cultura e gastronomia, como é o caso desta coluna. Mas não nego que, de fato, a cerveja após um dia de trabalho é muito mais prazerosa do que em um dia de folga, especialmente às sextas-feiras, provavelmente a melhor cerveja da semana, pelo menos quando o plantão assim permite.
Isso tudo para dizer que, há cerca de um mês, adicionei um hábito às minhas sextas que tem sido terapêutico e potencializa a cervejinha da véspera de fim de semana. Em outras oportunidades, já falei aqui na coluna sobre as marisqueiras e a tradição de comer um prego, um sanduíche de carne, para finalizar a refeição.
Ora, não tenho bala na agulha para comer com frequência em marisqueiras - pelo menos a parte dos frutos do mar - mas sentar ao balcão de um destes estabelecimentos para comer um prego acompanhado de uma imperial (chopp), é algo acessível e um momento mais do que merecido após a labuta. Nas últimas sextas, a elaboração de reportagens e escrita de textos tem sido recompensada ao fim do dia por essa brecha em diferentes marisqueiras de Lisboa.
São muitas as possibilidades de escolha: a Sete Mares, pelos lados das Laranjeiras, o Penalva e o Carlitos, na Graça, o Palácio - que já comentei aqui - em Alcântara, ou o primo pobre do Ramiro, a Marisqueira do Lis, nos Anjos. Mas a que recomendo hoje é o Cacho Dourado.
Além desse nome que já me cativou pelo charme desde a primeira vez que ali entrei, o Cacho Dourado é espaço raro da região do Marquês de Pombal, no centro de Lisboa, hoje tomada por bares chiques ou redes de fast food. Antigo reduto de jornalistas do Diário de Notícias, que por anos teve a sua sede naquela que é das zonas mais nobres da cidade - o prédio, aliás, hoje Airbnb, ainda mantém a logo do DN - o Cacho Dourado é daqueles lugares raros de encontrar, difíceis de decepcionar.
Primeiro porquê tem opções para todos os gostos desde a hora de escolher onde quer sentar: esplanada com bom tamanho, dois salões grandes e um balcão de metal com vizinhança mais que agradável - barril de cerveja e trabalhadores que carregam histórias de décadas daquele mesmo lugar. Depois, porquê, mesmo sendo uma marisqueira, tem preços democráticos.
Dá para sentar ali e pedir umas gambas à guilho por €12, um bitoque por €9 ou o tradicional prego, por €4. Prego e a imperial, como faço no meu ritual, €5,20: é justo e excelente, afinal, como já disse, é difícil as marisqueiras errarem no prego, elaborado com pão torrado com manteiga, carne mal passada e muito alho. Mostarda e piri piri obrigatórios para ornarem com o sanduba.
Esperemos que o restaurante ainda dure muito tempo. A Confeitaria Valbom, que mencionei aqui outro dia, fechou as portas poucos dias depois que escrevi sobre ela na coluna - que isso não seja um prenúncio de uma possível fama de pé frio. Que o dia no qual aquela simpática casa nas imediações do Marquês se torne um prédio de Airbnb com logo do Cacho Dourado ainda esteja longe de chegar.
Onde: No Cacho Dourado (Rua Eça de Queiroz 5. Lisboa)
Quanto? €5 - €€€, depende das sapateiras, lagostas ou arroz de marisco que queira pedir antes do prego de sobremesa.
Até semana que vem!
nuno.tibirica@dn.pt