O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil
As dicas culturais para o seu fim de semana em Lisboa - com extra da dica gastronômica - selecionadas pelo DN Brasil.
Texto: Nuno Tibiriçá
Estreia de filme brasileiro, feiras, prova de bicicleta, shows, e a nossa tradicional dica gastronômica para você conferir nos próximos dias. Mais um fim de semana chega em Lisboa e com ele as nossas dicas culturais para a capital e arredores. A edição semanal da O que há de bom está no ar!
Estreia do filme Sem Coração
Nesta quinta-feira (17), o Cinema City de Alvalade, em Lisboa, recebe a estreia do filme brasileiro Sem Coração. Dirigido por Nara Normande e Tião, a longa rodada no litoral do estado dos seus criadores, Alagoas, acompanha Tamara, uma jovem que se prepara para deixar sua vila rumo à Brasília quando se interessa por uma adolescente da região. O filme teve boa recepção da crítica e foi exibido em importantes festivais de cinema como os de Veneza, São Francisco, Gotemburgo e a mostra de São Paulo.
Onde? No Cinema City Alvalade (Av. de Roma, 100, Lisboa)
Quando? De quinta a domingo, às 19h40
Festa do Livro Independente da Freguesia de Arroios (FLIFA)
A partir de sexta-feira (19), o Mercado de Arroios recebe a 3ª edição da Festa do Livro Independente da Freguesia de Arroios (FLIFA). De 18 a 20 de outubro, a FLIFA traz às bancas do mercado os livros de mais de uma centena de editoras e livrarias independentes, tendo na programação - que pode ser conferida neste link - oficinas, leitura de poemas, laboratório de escritas e debates. O evento é uma iniciativa da Junta de Freguesia de Arroios.
Onde? No Mercado de Arroios (R. Ângela Pinto 40D, Lisboa)
Quando? Sexta-feira (19), das 17h às 21h; sábado (20) e domingo (21), das 11h às 19h
Preço: entrada gratuita
World Music Week no BOTA Anjos
Até o próximo domingo (20), a Base Organizada da Toca das Artes (BOTA), nos Anjos, promove a World Music Week, que, como o próprio nome indica, recebe artistas de diferentes partes do mundo. Na sexta (18), a programação conta com a participação do artista brasileiro Ian Ramil, que se apresenta com a cantora colombiana Montañera em show marcado para às 20h30.
Onde? No BOTA Anjos (Largo Santa Bárbara 3 D, Lisboa)
Quando? Sexta (18), às 20h30
Preço: €15
Subida da Rampa do Vale de Santo António
No domingo (20), ocorre a histórica Subida da Rampa do Vale de Santo António, naquela que é a 4ª reedição da prova de bicicletas que era popular em Lisboa nos anos 30. Nos últimos três anos, duas coletividades lisboetas, o Mirantense Futebol Clube (de 1935) e a Associação Desportiva e Recreativa "O Relâmpago" (de 2021), recuperaram a tradição de quase um século atrás e passaram a promover em conjunto a competição de ciclismo.
Situada na zona de São Vicente, a rua do Vale de Santo António é uma das mais íngremes de Lisboa e voltará a ter ciclistas que desbravam sua inclinação neste domingo. Após a prova, que se inicia às 10h e cerimônia de prêmios, o dia nas imediações do Mirantense será animado por música, apresentação de dj's, bancas de comida e muita festa do "desporto popular". Sou suspeitíssimo para falar, mas já falando: vale a visita.
Onde? Na Rua do Vale de Santo António
Quando? Domingo (20), às 10h
Preço: entrada livre
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Feira Brasileira na Fábrica Braço de Prata
Também no domingo, a Fábrica Braço de Prata recebe a 3ª edição da Feira Cultural Brasileira, que desta vez, terá uma edição especial de homenagem ao nordeste brasileiro. Com muito forró e gastronomia típica da região no decorrer do dia, a programação completa da feira já foi antecipada pelo DN Brasil e pode ser conferida neste link.
Onde? Na Fábrica Braço de Prata (Rua Fábrica de Material de Guerra, 1. Lisboa.)
Quando? Domingo (20), das 13h à meia-noite
Entrada: livre, com pedido de doações espontâneas para apoiar do Carnaval de rua 2025
Extra: a dica gastronômica da semana
Maçã Verde
O Maçã Verde, clássico tasco da zona oriental de Lisboa, pertinho da Estação de Santa Apolônia, é um daqueles restaurantes que desperta minha teimosia. Isso porquê, todas as vezes que vou lá, peço o mesmo prato, embora sejam muitas as boas opções para experimentar por ali, tanto de peixe quanto de carne. Mas a lagarada de bacalhau do Maçã Verde conquistou meu coração de tal maneira que, é aquilo e mais nada.
Tem motivo: existem muitas - e quando digo muitas são mesmo, leia As Minhas 500 receitas de bacalhau, do chef luso Vítor Sobral - formas de fazer e servir o mais famoso prato português. Para mim, no entanto, quando mais simples melhor, e se bem feito, basta um bacalhau regado a azeite e alho, embora também seja fã da maioria das versões, seja com broa e espinafres, a brás, com natas, entre outras.
No Maçã Verde, é servida a tal lagarada de bacalhau, prato que nunca vi ou ouvi em nenhum outro restaurante de Lisboa e Portugal. A lagarada nada mais é do que o bacalhau em pedaços, com batatas cozida e muito azeite quente, alho cozido naquele ponto pré-caramelo e coentro, como manda o manual.
O nome é lindo, e o prato como um todo mais ainda, com uma simplicidade na receita que é acompanhada pela maneira como é servido, em uma travessa de metal. Harmoniza bem com cerveja, vinho branco, verde, tinto, o que quiser. E o Maça Verde também serve a lagarada de choco - espécie de lulas - se você não é muito do pescado norueguês.
Se, no entanto, você, caro leitor ou leitora, não for de nada do mar, sem problemas: dizem que os secretos de porco preto, lagartos, grelhada mista, entre outros, são daqueles fazem jus aquela tradição de tasca, ou seja, bom, bem feitos e baratos. Acho que os pratos de carne são bons sim, mas confesso que não me ficam na memória como as garfadas na lagarada.
O Maçã Verde não está entre os meus restaurantes favoritos de Lisboa. Mas a lagarada de bacalhau de lá com certeza está entre os pratos que mais gosto de comer nesta cidade.
Onde: No Maçã Verde (R. Caminhos de Ferro. Lisboa)
Quanto? €12 - €20
Até semana que vem!
nuno.tibirica@dn.pt