O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil
As dicas culturais para o seu fim de semana em Lisboa, selecionadas pelo DN Brasil.
Texto: Nuno Tibiriçá
Shows, roda de samba, feira brasileira e a nossa tradicional dica gastronômica para integrar os imigrantes na comunidade portuguesa. Mais um fim de semana chega em Lisboa e com ele as nossas dicas culturais para a capital e arredores. A edição semanal da O que há de bom está no ar!
Jhon Douglas na B.O.T.A
Nesta quinta-feira (12), a Base Organizada da Toca das Artes (BOTA), nos Anjos, abre as portas mais uma vez para a performance de um artista brasileiro. Fazendo sucesso em Portugal, o rondoniense Jhon Douglas, multiartista radicado em Lisboa se apresenta na BOTA, em show marcado para às 21h. As entradas para o show são feitas através do site da associação, neste link.
Vale lembrar que Jhon Douglas já foi entrevistado pela jornalista do DN Brasil, Caroline Ribeiro, em conversa sobre as diferentes origens dos brasileiros em Portugal que saiu na edição impressa do Diário de Notícias. O último álbum do rondoniense, Artista Chinelo, foi lançado em abril.
Onde? Na BOTA Anjos (Largo Santa Bárbara 3 D, 1150-287 Lisboa)
Quando? Quinta (12), às 21h
Preço: €10. Reservas aqui.
Joelma em Lisboa
O Norte brasileiro está bem representado em Lisboa neste fim de semana. Além de Jhon Douglas, outra artista da região que se apresenta na capital portuguesa é a paraense Joelma, ícone do calypso. Joelma faz show no Coliseu dos Recreios na sexta-feira (13), em apresentação que será gravada para o lançamento de um disco.
Antes, ainda nesta quinta (12), os fãs da cantora em Portugal preparam um encontro para celebrar a presença de Joelma na Terrinha. O encontro contará com a participação do balé da Joelma em um concurso de dança apresentado por Cleyton Levina. A festa, realizada no Havana Bar Lisboa (Doca de Alcântara), também terá a presença do dj paraense Sidney Ferreira.
Onde? No Coliseu dos Recreios (R. das Portas de Santo Antão 96. Lisboa)
Quando? Na sexta-feira (13), às 21h30
Preço: os ingressos ainda disponíveis variam entre os €40 e os €50 e podem ser adquiridos neste link.
Coletiva Gira em data especial
A roda de samba do Coletivo Gira nesta semana será especial. Tradicionalmente realizado às sextas-feiras, o show das sambistas desta vez rola no domingo, quando as artistas recebem a cantora Nani Medeiros e o musicista João Pita. A roda especial celebra a arte de Clara Nunes, em apresentação que promete revisitar alguns dos seus maiores clássicos - marcada para o segundo bloco do show (22h).
Entre outras atrações do evento em data especial estão a abertura comandada pelo Dj Nelsim, uma feira de mulheres empreendedoras e uma cantina com doces e salgados para petiscar. E por falar nisso, o show do Coletivo Gira fica pertinho da próxima atração cultural deste fim de semana. Vale lembrar que o DN Brasil fez uma reportagem recente com as meninas do Coletiva Gira, vale ler!
Onde? Na Casa da Gira - Clube Oriental de Lisboa (Praça David Leandro da Silva 22, 1950-064 Lisboa)
Quando? Domingo (15), às 19h
Preço: €5 antecipado, €8 na porta. Mais informações neste link.
Feira Cultural Brasileira na Fábrica Braço de Prata
No domingo (15), a Fábrica Braço de Prata recebe pela segunda vez a Feira Cultural Brasileira. Após sucesso no mês passado, a segunda edição da feira volta com 16 atividades entre cortejo, ateliês, concertos, projeções, sarau de poesia, exposição, debate e aulas para adultos e crianças. São quase 12 horas de evento e o DN Brasil antecipou todas as atrações da feira neste texto.
Onde? Na Fábrica Braço de Prata (Rua Fábrica de Material de Guerra, 1. Lisboa.)
Quando? Domingo (8), das 13h à meia-noite
Quando Entrada gratuita
Extra: a dica gastronômica da semana
Parreirinha do Chile
Já que na semana passada falei aqui sobre um restaurante na emblemática Praça do Chile, hoje volto para contar sobre outro charmoso estabelecimento daquela praça: a Parreirinha do Chile.
Como mencionei, Arroios é um dos bairros mais multiculturais de Lisboa, onde encontramos restaurantes, minimercados, barbearias e cabeleireiros de diversas nacionalidades. Nos quarteirões daquela região, há estabelecimentos geridos por brasileiros, nepaleses, indianos, bengalis, cabo-verdianos, chineses, palestinos... Segundo a Junta de Freguesia de Arroios, são mais de 92 nacionalidades presentes no bairro.
Como não poderia ser diferente, encontramos muitos bons restaurantes com comidas típicas de alguns desses países por ali, como o Grill n Chill, que mencionei semana passada.
"E os portugueses?", você, caro leitor ou cara leitora, pode se perguntar. E eu respondo: continuam muito bem representados na região. São dezenas de tascas tradicionais que podem ser encontradas naqueles quarteirões. Só na António Pereira Carrilho, rua que cruza a praça e depois se transforma na famosa Morais Soares, existem pelo menos três boas opções de comida de qualidade a preço justo – e com esplanada!
Mas voltemos à Parreirinha do Chile, nossa estrela de hoje. Se no Brasil temos o x-churrasco e os sanduíches de pernil para quebrar o galho nos botecos, em Portugal, os equivalentes a essas iguarias são os pregos (sanduíche de carne de vaca) e bifanas (sanduíche de carne de porco marinada). Assim como no Brasil, esses sanduíches, além de serem especialidades nas tascas (botecos), também são servidos em bancas de comida na porta dos estádios de futebol.
Um dos lugares que conheço em Lisboa que serve os melhores pregos e bifanas é justamente a Parreirinha do Chile. Gerido pelo senhor Zé e pela dona Teresa, a Parreirinha abre as portas cedo, e às 5h30 da manhã os operários das proximidades já fazem fila na porta do estabelecimento para devorarem, além do prego ou da bifana (especialidade), sanduíches de bacalhau frito, courato, carne assada ou entremeada. Croquetes, chamuças e bolinhos de bacalhau também são servidos naquela pequena casa sem mesas, mas com um balcão charmoso.
Apesar de a bifana ser a especialidade, o meu favorito é o prego, especialmente se pedido por volta das 14h. Isso porque, ao preparar o sanduíche de carne, o senhor Zé dá uma "molhadinha" no bife na panela onde as bifanas são cozidas desde a madrugada, antes de colocar na chapa quente com muito alho. Malpassado, é de chorar por mais.
Assim como a Lanchonete Estadão em São Paulo, a Parreirinha é um dos balcões mais democráticos da cidade. Se de manhã são os operários que passam por lá, à tarde é a vez de vários outros trabalhadores do bairro, executivos, alunos do Instituto Superior Técnico, artistas, jornalistas, entre outros. Só é uma pena que, diferentemente do Estadão, a Parreirinha fique aberta apenas até às 16h, e não 24 horas por dia.
Visite! Até porque o Zé e a Teresa já comentaram que qualquer dia vão se cansar da rotina e curtir a aposentadoria no Norte de Portugal, e os filhos não querem ficar com o negócio. Então, é melhor aproveitar antes que o lugar se transforme em mais um Airbnb.
Onde: Na Parreirinha do Chile (Praça do Chile 14A. Lisboa)
Preço: €5 - €10
Até semana que vem!
nuno.tibirica@dn.pt