O mundo inteiro em Lisboa: confira dicas culturais e gastronômicas do DN Brasil
Lisboa se tornou uma esquina do mundo - e o DN Brasil selecionou lugares onde é possível encontrar, ou saborear, o melhor desse caldeirão cultural.
Texto: Nuno Tibiriçá
Minimercados chineses, indianos e nepaleses, espaços culturais africanos, restaurantes italianos e ucranianos e muita comida, bebida e música brasileira. Lisboa se tornou uma esquina do mundo - e o DN Brasil selecionou lugares onde é possível encontrar, ou saborear, o melhor desse caldeirão cultural.
BRASIL
Uma tarde de sábado no Sol Brasil, em Santa Apolônia, faz o cliente lembrar do botequim favorito que frequentava no Brasil. Com esplanada que lembra os estabelecimentos carinhosamente apelidados de pé-sujo, tem caipirinha, cerveja gelada e muita carne - a costela bovina é o carro-chefe.
Endereço: Rua Caminhos de Ferro, 112 - Santa Apolônia
@restaurante_sol_brasil
A zona da Madragoa acolhe desde 2022 o Uaipi, restaurante especializado num produto que é a cara do Brasil: a mandioca. Foi inspirado nesse símbolo nacional que a mineira Laila Soares e o francês Gregory Bossow apostaram no menu, com pratos como tapiocas, salada de mandioca, sobremesas e os pratos do dia, como estrogonofe de frango com palha de mandioca. Também tem pão de queijo com polvilho do Brasil - e com um dos queijos mais emblemáticos de Portugal: o DOP São Jorge.
Endereço: Travessa Isabéis, 18 - Madragoa
@uaipi.mandioca
Como não só de comida vive a cultura brasileira em Lisboa, música e dança não podem faltar. O Forró da Avenida é gratuito e realizado na Avenida da Liberdade aos domingos. Já no ritmo do samba, um dos grandes símbolos da música brasileira, o Coletivo Gira, formado apenas por mulheres sambistas, toma conta do Clube Oriental de Lisboa. As rodas são todas as sextas-feiras.
Endereços: Praça David Leandro da Silva, 22 - Marvila (Samba) e Avenida da Liberdade, Quiosque 4 (Forró da Avenida)
@forrolisboa e @gira.coletivo
CABO VERDE
Outros imigrantes que cá chegam, especialmente de países africanos, também encontram em Lisboa muito da cultura dos países de origem. No Cais de Sodré, o Clube B.leza, que em 2025 completa 30 anos de existência, é um dos espaços mais icônicos da zona mais badalada da cidade. Fundado por cabo-verdianos, o B.leza tornou-se um reduto de música e dança africana, mas está aberto a artistas de outras partes do mundo.
Endereço: Cais da Ribeira Nova, Armazém B - Cais do Sodré
@clube_b.leza
ANGOLA
Uma das especialidades da Casa Mocambo é um prato de influência angolana: carne de porco com camarões e batata doce assada. Espaço cultural destinado à música e à gastronomia africana, a casa organiza também eventos como sessões de filmes seguidas de debates, brechós e feira de artesanato. Os eventos com música ao vivo normalmente são organizados com jantares e o interessado paga um preço único para as duas atrações.
Endereço: Rua do Vale de Santo António, 122A - Santa Engrácia
@mocambocasa
NEPAL
A nova vaga de imigração em Portugal trouxe a Lisboa imigrantes de países da Ásia Meridional, como Índia, Nepal, Bangladesh e Paquistão. Consequentemente, surgem ao redor da cidade diversos estabelecimentos de imigrantes dessas regiões, dentre os quais, é claro, encontram-se fartas opções de restaurantes, como o nepalês Rose Stupa, com chamuças fritas na hora - das melhores da cidade - e pratos como o Lamb Vindaloo (borrego com batatas e piri-piri).
Endereço: Rua de Ponta Delgada, 80B - Arroios
CHINA
Escondido na cave de um centro comercial no Campo Pequeno está uma das pérolas de Lisboa. Restaurante com comida da região de Sichuan, no sudoeste da China, o Ku Wa Zi proporciona uma experiência completamente diferente do chinês “tradicional”. Espetinhos de coração de galinha na entrada e massa picante com coentros e pepinos de prato principal são algumas das recomendações.
Endereço: Avenida Júlio Dinis, 14, Loja 11 - Campo Pequeno
@ku.wa.zi
ITÁLIA
Um dos países que mais tem imigrantes em Portugal, a Itália não poderia deixar de marcar presença por aqui.
A pizzaria Santa Chiara é o segundo restaurante do chef napolitano Alfonso Cantarelli em Lisboa. Casado com a palestina Serene Issa, o chef oferece pratos com influência do Oriente Médio. A pizza Palestinese (za’atar, queijo fresco e tomates cherry) é um dos destaques do menu, mas as mais tradicionais, como a Margherita (mozzarella, tomate e manjericão) ou Crudo e Scaglia (presunto e rúcula), não ficam para trás.
Endereço: Avenida 5 de outubro, 265 - Entrecampos
@santachiarapizza
PALESTINA
Por falar em Palestina, o Mercado de Arroios acolhe o Zaytouna, mercearia palestiniana que traz a Lisboa o melhor do Médio Oriente: temperos dos mais variados, tahine (pasta de sésamo) para um semestre de hummus caseiro, pão libanês, café árabe e salsicha picante são alguns dos itens vendidos no local.
Endereço: Rua Ângela Pinto, 19 - Arroios
@zaytouna.lx
UCRÂNIA
Na Penha de França, o Akcentt reúne ucranianos com saudades de casa e generosidade para partilhar a comida do leste europeu. A dica é provar de tudo: salada de arenque e tábua de salsichas e legumes, sopa de beterraba e pierogi (massa com recheio a escolha do freguês), são algumas das recomendações.
Endereço: Rua Barão de Sabrosa, 16A -
Penha de França
@akcentt_ukrainian_cuisine
Este texto está na edição impressa do DN Brasil de segunda-feira (4), junto com o Diário de Notícias.