Noite Branca em Portugal teve palco e sons brasileiros
Foram três noites em que as músicas brasileiras dos mais variados estilos embalaram os participantes, portugueses e brasileiros madrugada a dentro.
Texto: Amanda Lima
Braga nas últimas três noites lembra o Reveillon no Brasil: muitas pessoas na rua usando roupas brancas. Foi a Noite Branca - ou as noites - um evento cultural que ocorre todos os anos na cidade na mesma época do ano. São momentos de festa, lazer e cultura gratuitos para todas as idades e gostos. A comunidade brasileira que mora em Braga aderiu à tradição e participou ativamente da festa.
Um dos vários palcos nas ruas foi da tradicional festa DisqueMagal, promovida pelo DJ brasileiro Lucas de Freitas. Foram três noites em que as músicas brasileiras dos mais variados estilos embalaram os participantes, portugueses e brasileiros madrugada a dentro. O hit do momento "Só Fé", do artista Grelo, foi uma das mais tocadas, até na versão pagode com o grupo Pagonejo Europa.
Beatriz Rabelo, que mora em Braga há um ano e meio, esteve pela segunda vez na Noite Branca e aprovou o palco brasileiro. "É um diferencial ter as nossas músicas e matar a saudade do Brasil", conta ao DN Brasil a jovem, que trabalha em uma fábrica na região. A saudade dos ritmos de casa também foi o que levou a jovem Clara Zackelli ao evento, acompanhada de um grupo de amigos.
Além de sentir mais perto do Brasil, outro motivo citado ao DN Brasil para gostar dos eventos para brasileiros em Braga é a descontração. "As festas são muito importante para nós, que trabalhamos tanto aqui", comenta a baiana Wellen Falcão, acompanha de duas amigas imigrantes.
Apesar do clima de festa geral na cidade, com milhares de pessoas nas ruas e diversão, os organizadores novamente foram criticados por promover uma festa brasileira e por chamar Braga de "Bragasil". Lucas de Freitas rebate as críticas. "Chamar de Bragasil é apenas brincadeira", resume. De acordo com o profissional, o "mais importante" é a contribuição dos imigrantes na cidade e a movimentação na economia. "A gente está aqui pra fazer a nossa vidinha, respeitar a todos, fazer a economia girar e compartilhar coisas boas", disse. A festa realizada no fim de semana, por exemplo, gerou 25 empregos diretos e indiretos para brasileiros e portugueses, além de vender milhares de euros em bebidas.
Apesar das críticas, há quem apoie. É o caso do DJ português Gonçalo Ferreira. "Não existe problema nenhum em acolher a comunidade brasileira! Comunidade super animada, bastante acolhedora, traz outro brilho a Braga e faz os seus eventos como a Disque tornar a cidade mais diversificada", afirmou nas redes sociais.
Não é a primeira vez que as festas brasileiras de Braga são criticadas. Em junho, depois das festas de São João, o próprio líder municipal de Braga, Ricardo Rio, saiu publicamente em defesa dos brasileiros que moram na cidade, com mais de 192 mil habitantes. Destes, estima-se que cerca de 15 mil cidadãos do Brasil.
amanda.lima@dn.pt
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