“Não foi Cabral”: Escola das Artes organiza semana que debate o colonialismo
Com presença de nomes como Lilia Schwarcz e a rapper MC Carol, “Não foi Cabral”, tem programação até sexta-feira (21)
Texto: Nuno Tibiriçá
A Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, organiza uma semana acadêmica aberta ao público que debate o colonialismo através das artes. Com o tema desta edição intitulado “Não foi Cabral” - título de música da rapper MC Carol, que marcará presença no evento - a iniciativa realiza exposições, shows e debates e conta com programação até a próxima sexta (21).
A semana “Não foi Cabral” pretende estimular o debate sobre as consequências da colonização por parte de Portugal, trazendo ao evento nomes de diferentes áreas de atuação oriundos de países de língua portuguesa. Na noite deste quarta-feira (19), haverá uma sessão do filme “Sankofa e seus espelhos”, com a presença de Keila Sankofa, artista visual amazonense.
“Esta semana internacional é o culminar de um ciclo que permitiu trazer ao Porto artistas contemporâneos para falar sobre ‘decolonialismo’ e mudança de paradigmas. É para nós importante, como universidade, expor os nossos estudantes, mas também a restante comunidade, a estes temas e ajudá-los a conhecer o passado para refletir no futuro”, conta Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, em nota divulgada pela organização do evento.
No dia 20 de junho, será inaugurada a exposição “Enciclopédia Negra” na Sala de exposições da Escola das Artes. Organizada por Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz, a exposição revisita a história do Brasil desde a colonização até os dias atuais e será exibida pela primeira vez fora do país. Em seguida, haverá uma conversa com a rapper MC Carol e os DJs Farofa e Dorly, no Pátio das Artes da Universidade Católica no Porto. A inauguração está marcada para às 19h.
A semana se encerra no dia 21, quando, também a partir das 19h, Lilia Schwarcz e Jaime Lauriano darão uma conferência no Auditório Ilídio Pinho sobre “Escravidão e reparação: nosso passado do presente”. A iniciativa da Escola das Artes é organizada em colaboração com a Universidade de São Paulo e a Universidade de Princeton, em Nova Jersey.
nuno.tibirica@dn.pt
