Manifestação de interesse: após reunião com o presidente, associações reivindicam encontro com o Governo
De acordo com Cynthia, o presidente afirmou que aprovou a medida para ser “temporária e não permanente”, mas não disse o período.
Texto: Amanda Lima
Representantes de associações de imigrantes ouviram hoje “solidariedade” do presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre as preocupações relacionadas com o fim da manifestação de interesse. Uma comitiva de sete pessoas foi recebida pelo próprio chefe de Estado português no final da tarde deste domingo (14). Agora, o grupo quer um encontro com Luís Montenegro, primeiro-ministro do país.
“O presidente se demonstrou muito solidário com as nossas preocupações e em nenhum momento se demonstrou contra”, conta Cynthia de Paula, presidente da Casa do Brasil. Os representantes das associações destacaram o medo de um possível aumento da precariedade e exploração trabalhista com o fim da regularização sem visto prévio através da manifestação de interesse, em vigor desde 4 de junho.
De acordo com Cynthia, o presidente afirmou que aprovou a medida para ser “temporária e não permanente”, mas não disse o período. Pelas leis portuguesas, quem possui o poder de determinar esse tipo de ação é o Governo ou o Parlamento. Ainda segundo a dirigente da Casa do Brasil, o presidente reforçou a “importância da imigração para Portugal”.
Este foi o segundo encontro em Belém. Na sexta-feira (12), os mesmos representantes participaram de audiência com duas assessoras do presidente. Horas depois, foram contactados para saber da disponibilidade em estarem presentes em novo encontro neste domingo.
Além de Casa do Brasil, os participantes foram Flora Silva - Olho Vivo, Timóteo Macedo - Solidariedade Imigrante, Raj Kumar Thapa - Associação Nepalesa, Felismina Mendes - Federação das Associações Cabo-verdianas, Rajib - Associação Bangladesh e Eduardo Jalo - Associação dos filhos e amigos de Farim - Guiné Bissau.
No dia 27, as associações vão se reunir para avaliar a audiência e definir os próximos passos. Manifestações de rua não estão descartadas pelo grupo. Conforme Cynthia, os representantes vão seguir reivindicando uma reunião com o primeiro-ministro Luís Montenegro. Convites já foram realizados, mas, segundo o grupo, ficaram sem resposta.
amanda.lima@dn.pt