Joelma grava DVD em Lisboa com fãs de todo o mundo
As cortinas foram abertas com Joelma no alto de um carro alegórico em formato de arara, uma das aves que mais representa a natureza brasileira.
Texto: Amanda Lima e Caroline Ribeiro
Fotos: Gerardo Santos
Brasil, França, Espanha, Itália, Londres. A lista de países onde moram os fãs da Joelma que estiveram em Lisboa esta noite é grande. O Coliseu dos Recreios esteve lotado para o show e gravação do DVD da cantora paraense Joelma. Foi a primeira gravação fora do Brasil e marca uma nova ascensão internacional da artista.
Joelma já esteve em Lisboa no mês de março, onde novamente lotou o Coliseu dos Recreios. Naquela noite, anunciou que, em setembro, o mesmo local seria palco da gravação. Não tardou para que os fãs começassem a se organizar para estar em Lisboa neste noite, intitulada Noite Amazônica.
Grupos vieram de várias cidades do Brasil, como Mariana Rezende, 29 anos e Brunielli Rodrigues, 30 anos. Foram as primeiras de uma das duas filas organizadas na entrada. Chegaram cedo: 4 da madrugada, tudo para garantir o lugar mais perto possível da artista. "Estamos muito emocionadas e animadas", disseram ao DN Brasil. Ela são realmente fãs. Estiveram na turnê da artista em março, participando do show em Lisboa e também em Bruxelas, na Bélgica.
Brasileiros que moram em países próximos de Portugal também aproveitaram para ver a cantora. Rangel Castro, 35 anos, mora na Espanha e veio a Lisboa exclusivamente para ver Joelma. Também foi um dos primeiros da fila. De França, a fã Elisa das Chagas, nascida em Macapá, capital do Amapá, marcou presença. "Estou tremendo", disse a imigrante que mora em Bordeaux há 25 anos.
Naturalmente, a maior parte dos fãs moram em Portugal, uma das razões para escolha do país para gravar o DVD. Brasileiros de diversas regiões vieram prestigiar Joelma. É o caso de Aline Leão, que mora no Algarve. "Fiz 200km pra ver a Joelam", contou. Mas a música contagiante do ritmo paraense vai muito além de nacionalidades.
A portuguesa Marta Silva viu o show pela primeira vez, ao lado da namorada brasileira Carla Sousa. Apesar de conviver com a cultura brasileira por causa da companheira, garante que conhece Joelma muito antes. "Eu escuto as músicas há muito tempo e gosto", destaca.
Se o idioma comum parece óbvio para conhecer as músicas, o trabalho da artista vai também além da língua. Os primeiros fãs da segunda fila formada na porta do Coliseu, estava uma dupla latino-americana. O paraguaio Cristian Silva, morador de Madri, realizou o sonho de ver Joelma de perto. Trouxe uma bandeira do Paraguai para mostrar que musicalidade da brasileira é internacional. A peruana Stefanie Silva, que mora em Paris, foi outra com a bandeira da terra natal na primeira fila. "É uma emoção muito grande", resumiu.
Uma noite amazônica
Emoção foi uma das palavras para definir a noite. Os fãs que estavam bem na frente do palco choravam de felicidade durante a apresentação. Também foi possível ver que a própria artista estava emocionada no show, que começou de forma triunfante.
As cortinas foram abertas com Joelma no alto de um carro alegórico em formato de arara, uma das aves que mais representa a natureza brasileira. Toda a decoração do show e roupas da artista e dos casais de bailarinos foram uma homenagem à Amazônia, a terra natal de Joelma.
Na abertura da apresentação, um vídeo destacou as belezas naturais da Amazônia e os povos originários, citando figuras como o cacique Raoni Metuktire e Alessandra Munduruku, dois indígenas ativistas pela proteção das florestas. Com o tema, a brasileira mostra ao palco internacional uma das bandeiras mais discutidas na atualidade, a defesa da Amazônia.
Dos hits tocados, houve uma mistura de músicas novas e clássicas, todas acompanhadas do início ao fim pelo público, como Cumbia do Amor, Tchau Goodbye e A Lua me Traiu. A apresentação foi dividida em estilos e figurinos diferentes, sempre com coreografias impecáveis dos quatro casais de bailarinos que giram de um lado para o outro sem parar. Entre os intervalos para troca de roupa, quem comandava o palco era Yasmin Mendes, filha de Joelma.
A música mais conhecida de todas, relançada recentemente, ficou para o final. Voando para o Pará marcou o fim da noite amazônica, que ficará eternizada na memória de quem lá esteve.
dnbrasil@dn.pt
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