Brasileira cria acessórios estampados com expressões clássicas do Brasil e Portugal
Essa integração de expressões clássicas está em estampas da marca Zuga, criada pela brasileira Victória Moura Campos.
Texto: Amanda Lima
"Bué fixe" é uma expressão portuguesa que "pega" muito rápido entre os brasileiros que moram em Portugal. Para quem gosta de palavrões, o "f***-se pah" está perfeitamente inserido no vocabulário dos imigrantes. Essa integração de expressões clássicas é o mote das estampas da marca Zuga, criada pela brasileira Victória Moura Campos, que mora no Porto.
"É a ideia de tentar unir as pessoas através destas expressões, um pouco tugas e um pouco zucas", conta ao DN Brasil a jovem empreendedora de 29 anos. A inspiração para a criação das peças vem das duas casas da imigrante, Brasil e Portugal. "O que muito me inspira é trazer um pouco da nossa cultura e deixar o coração quentinho mesmo fora. Eu trago coisas do Brasil para cá, um pouco da cultura e tal, mas ao mesmo tempo não deixo de lado a cultura do país onde eu estou, onde eu moro, onde eu decidi ser a minha casa", argumenta.
A Zuga possui bonés, chapéus, camisetas, bolsas e outros produtos que Victória idealiza. Do lado português, "ganda pinta", "ê pah" e "tás a gozar" são algumas das frases. Do lado brasileiro, "puro suco de Brasil", "Borogodó" e "esquece" estão nas peças. Há também a mistura não só de Brasil com Portugal, mas também com regiões do país. É o caso da estampa "Chopp, fino e imperial". A empresária revela ao DN Brasil que o campeão de vendas é o típico palavrão português: "f***-se pah".
Os clientes são mistos, tanto brasileiros quanto portugueses. Victória cuida de todas as etapas, desde a idealização das peças até o envio pelo correio. Atualmente, vende online, a modalidade de compra disponível além das feiras em que participa. Em um ano de negócio, a imigrante diz que "não tem do que reclamar" e que o retorno das pessoas é positivo. "Todos adoram a marca, é muito gratificante chegar num festival, por exemplo, e ver as pessoas usando o boné, acho que a marca Zuga está indo para um caminho bem legal", celebra.
Publicitária de formação e atuação, a Zuga é também uma forma de exercitar a veia empreendedora da paulista. "Desde pequena sou assim, quando tinha uns oito anos saía com uma mesinha e vendia bijuterias na rua", recorda. Conciliando o trabalho como publicitária, Victória faz a própria estampa das peças com as máquinas que possui em casa. "Faço o máximo possível para ter um preço competitivo e assim chegar a mais pessoas", explica.
Além das clássicas expressões, há também coleções especiais, como o "Gostosas Club" e o "Latina Viajante", que destacam o empoderamento feminino, uma bandeira da qual a imigrante não abre mão. Para o futuro, Victoria diz que pensa em expandir ainda mais a marca digitalmente e buscar parcerias no mercado para a revenda de seus produtos. "Quero continuar unindo as duas culturas com essa brincadeira de palavras", afirma.
amanda.lima@dn.pt