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Filmado na Amazônia, "Yupumá" já tem data de estreia em Portugal

Dirigido por Verónica Castro, documentário acompanha o jovem indígena Kawá Huni Kuin.

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por DN Brasil
Filmado na Amazônia, "Yupumá" já tem data de estreia em Portugal
Cena do documentário "Yupumá", que estreia em Lisboa no dia 18 de julho. Foto: Divulgação / Cedro Plátano

Texto: Nuno Tibiriçá

O filme “Yupumá”, dirigido pela antropóloga mexicana Verónica Castro, chega às salas de cinema de Portugal no dia 18 de julho. Filmado no Acre, o documentário acompanha a história de Kawá Huni Kuin, um pajé (chefe espiritual) aprendiz que se prepara para deixar a sua aldeia nas profundezas da floresta para ir à Europa pela primeira vez.

Pertencente a etnia Huni Kuín (Kaxinawá), o protagonista de “Yupumá” decidiu deixar sua tribo por algum tempo para estudar na Europa. Interessado em compartilhar como é a vida na floresta amazônica para o resto do mundo, Kawá foi estudar na Inglaterra, onde se especializou em língua inglesa e cultura europeia. A experiência fez com que o jovem se tornasse especialista na tradução do dialeto Hantxa Kuin para o inglês.

A cineasta Verónica Castro é antropóloga visual, investigadora, cineasta e curadora, com formação em literatura, antropologia, mídias visuais e performance. Interessada em explorar as fronteiras entre a arte, a etnografia e o documentário, Verónica Castro costuma explorar questões indígenas, de gênero, cultura, imigração e religião em suas obras, e morava na comunidade amazônica quando conheceu Kawá. 

“Este filme começou com um sonho. Numa madrugada na floresta tropical, Kawá, o protagonista e colaborador do filme YUPUMÁ, contou-me que tinha tido um sonho. Na cultura Huni Kuin é comum e importante partilhar os sonhos, para que estes se realizem, ou para que não aconteçam, no caso de serem pesadelos. O Kawá sonhou que estavana Europa, com edifícios mais altos que os kapoks, as árvores mais altas da floresta tropical. Sonhou com línguas diferentes e que provava tomates e perguntou "Levas-me à Europa?””, contou em nota a cineasta.

Segundo a diretora, o termo “yupumá” significa a primeira vez que se faz algo e a forma como as pessoas se preparam para o sucesso dessa ação, atividade ou experiência que é realizada pela primeira vez. 

“O filme surge da nossa experiência mútua de “yupumá”. Se os jovens da aldeia me ensinaram a andar em segurança pela floresta, eu ensinei-os a trabalhar com a minha câmera de vídeo e com o meu gravador de som. O resultado desta experiência é uma etnografia criativa, co-criada e informada pela nossa experiência mútua de yupumá”, completa Verónica Castro.

Diretora de filmes como “Jesus por um dia” (2012), “Um Elefante na Sala” (2016), “Daqui” (2023) e “Ser Homem” (2024), Verónica Castro contou em “Yupumá” com a produção da Cedro Plátano. O documentário tem 70 minutos. 

Confira o trailer de “Yupumá”, que chega aos cinemas portugueses no dia 18 de julho.

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Divulgação / Cedro Plátano

nuno.tibirica@dn.pt

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