Festival com brasileiros tenta quebrar recorde de maior número de surfistas na mesma onda
Norte Surf Fest nasce para ser um evento ligado ao surf, mas com caráter social e educativo, aproximando a cultura do esporte das comunidades.
Texto: Caroline Ribeiro
Começou nesta sexta-feira (27) nas praias do Porto e de Matosinhos a primeira edição do Norte Surf Fest, evento que quer aproximar o mundo do surf das comunidades locais e discutir o atual momento do esporte. Na programação, uma das agendas que prometem chamar a atenção vai ser realizada no domingo, 29, quando vai haver a tentativa de quebra de recorde do maior número de surfistas pegando a mesma onda simultaneamente.
Quem vai coordenar a ação, fora do mar, é o brasileiro Alessandro Rodrigues. Carioca, o ex-surfista profissional adotou Portugal há mais de 40 anos. Atualmente, é um dos principais articuladores de eventos ligados ao surf no país. O recorde em vigor é de 2009, com 110 surfistas, na Cidade do Cabo, África do Sul. Agora, a expectativa é ter 500 profissionais envolvidos.
"Vou desempenhar a função de spotter é uma pessoa que está fora da água, olhando para o mar, identificando no mar quais são as ondas com potencial. Nas guidelines do Guinness, enquanto organização temos de ser nós a dizer a onda para os surfistas pegarem, eles não vão lá de forma aleatória. Serei a pessoa que vai identificar as ondas, vai despoletar um processo de sinalética para os surfistas que estão na água saberem que têm que pegar e tentar ficar de pé lá por 5 segundos", conta Alessandro ao DN Brasil.
A tentativa de quebrar o recorde promete ser um momento de beleza e animação e a expectativa é de reunir 500 surfistas. Quem estiver na areia da praia de Matosinhos a partir das 9h vai poder assistir a tudo, já que a maioria da programação do evento é gratuita. Além disso, surfistas interessados em participar podem se inscrever sem custos.
"O norte de Portugal, de modo geral, não tem naturalmente relação com surf. Então, a gente está trabalhando esse projeto que pega o surf como um fio condutor, mas não foca na competição, naquilo que é tradicionalmente utilizado como instrumento de promoção. A gente quer que esse seja um evento ligado ao surf, claro, mas com outro aspecto, mais social, mais educativo, fazer disto mais um festival do que um evento propriamente dito", explica o organizador.
Neste primeiro dia, a programação conta com cerca de duzentas crianças fazendo limpeza de praia. Outra atividade, em parceria com o Instituto de Socorro de Náufragos, que é o equivalente aos Salva-Vidas do Brasil, vai realizar ações educativas com os pequenos sobre resgate no mar e de prevenção do afogamento.
No sábado, a agitação fica por conta de um campeonato entre escolinhas de surf da região e do Surf and Rescue, mesma atividade de prevenção de acidentes no mar, mas voltado para adultos. Também está prevista uma outra rodada de limpeza das praias.
Durante todo o final de semana, das 9:30h às 19:30, expositores no calçadão das praias vão participar do "MARcado", o mercadinho com ítens e artigos ligados ao mundo do surf.
A única atividade com ingresso pago são as Surf Talks, conversas com especialistas no esporte, que acontecem no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e Forte Francisco Xavier. Os bilhetes custam a partir de 25 euros.
Toda a programação está disponível no site do evento.
caroline.ribeiro@dn.pt